94% das brasileiras defendem igualdade salarial, aponta pesquisa
Novo estudo mostra que, independentemente de orientação política e classe social, algumas pautas são comuns à maioria das mulheres do País
94% das brasileiras defendem igualdade salarial, aponta pesquisa
BuscarNovo estudo mostra que, independentemente de orientação política e classe social, algumas pautas são comuns à maioria das mulheres do País
Meio & Mensagem
24 de março de 2025 - 15h00
(Crédito: Shutterstock)
Uma pesquisa inédita do Instituto Update revela que, apesar das diferenças ideológicas, políticas e sociais entre as mulheres brasileiras, há alguns pontos de convergência relevantes. É o caso da igualdade salarial, que se destaca como principal consenso: 94% das mulheres concordam total ou parcialmente que homens e mulheres devem receber a mesma remuneração em cargos equivalentes.
O estudo, intitulado “Mulheres em Diálogo”, abordou brasileiras de diferentes regiões, idades, classes sociais e orientações políticas, e aponta consensos sobre temas como equidade no mercado de trabalho, maior participação feminina na política e segurança pública. Ao mesmo tempo, as conclusões também evidenciam divisões em pautas morais e na influência religiosa na política.
“Os resultados mostram que, mesmo neste contexto de fraturas sociais, há temas que aproximam mulheres de diferentes perfis, criando oportunidades para construir diálogos produtivos. Questões como igualdade salarial e segurança refletem preocupações universais entre as mulheres brasileiras e podem ser a base para ações que promovam avanços nos direitos das mulheres”, destaca Carolina Althaller, diretora executiva do Instituto Update.
Além da igualdade social, a segurança pública foi indicada como prioridade relevante para a maioria das mulheres, apontada como o problema mais importante do Brasil para 77% das entrevistadas. Esse consenso reflete a realidade do aumento da violência urbana e a preocupação com o crescimento do crime organizado em diversas regiões.
A saúde também apareceu como um dos três principais problemas do País, com 47% menções de diferentes mulheres. Outro fator em destaque é a desinformação e fake news, que se consolidam como uma preocupação maior sobretudo para mulheres do Sul e com maior escolaridade.
A necessidade de maior representatividade feminina na política foi outro ponto de atenção de grande parte das mulheres: 72% concordam plenamente com a ideia de aumentar a representação feminina em cargos políticos.
Apesar dos consensos, o estudo evidencia divisões significativas em questões como feminismo, descriminalização do aborto e influência religiosa na política.
No total, 48% das mulheres entrevistadas se identificam como feministas, enquanto 43% rejeitam o rótulo. Há maior adesão à identidade entre jovens de 16 a 44 anos, com ensino médio ou superior e pertencentes às classes AB e C. Em contrapartida, a maior parte das mulheres acima de 45 anos, evangélicas e de classe D/E rejeita o feminismo.
A descriminalização do aborto é outra pauta que enfrenta rejeição ampla e transversal: o apoio geral é limitado a 16%. No total, 61% das mulheres que se identificaram como progressistas na pesquisa são contrárias à legalização da prática.
Entre as conservadoras, esse número chega a 82%. Quando observadas apenas as mulheres que são mães, em ambos os grupos, a rejeição cresce para 85%. No entanto, a maioria das entrevistadas não apoia a prisão de mulheres que realizam abortos fora das situações permitidas pela lei.
Outro ponto de divisão é a influência religiosa na política: 53% defendem que valores religiosos devem guiar decisões políticas, enquanto 43% acreditam que não. Mulheres religiosas demonstram maior apoio a essa influência, especialmente evangélicas e católicas praticantes. Já entre mulheres sem religião e católicas menos praticantes, a rejeição a essa ideia é ampla.
O estudo, realizado em parceria com o Instituto de Pesquisa Ideia, foi feito em duas etapas, uma qualitativa e outra quantitativa, entre 2023 e 2024. A pesquisa contou ainda com a participação da cientista política Camila Rocha e da cientista social Esther Solano.
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