A coragem de não saber e, mesmo assim, seguir
Como navegar no caos sem se perder por lá nem se perder de si
A coragem de não saber e, mesmo assim, seguir
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13 de março de 2025 - 9h01
(Crédito: Shutterstock)
O SXSW estava acontecendo enquanto eu escrevia este texto.
Eu não fui, mas li análises, resumos, bíblias de mil páginas e muitos pontos de vista inspiradores de quem esteve em Austin.
De repente fiquei refletindo sobre o excesso. Tudo é muito, tudo é rápido e tudo é demasiadamente incerto. Embora superconectada, confesso que me vi desorientada.
Afinal, evitar a armadilha de exigir de mim mesma uma reinvenção constante não é tarefa fácil. E sabe por que eu chamo de armadilha? Porque não quero me reinventar para caber. Quero me reinventar para expandir e poder me surpreender comigo mesma.
Não me agrada nem um pouco enxergar em cada post uma urgência, muito menos ouvir em cada voz a sentença da obsolescência. Essa efervescência criativa que me inspira também me sufoca. E eu sei que não sou a única. Durante muito tempo, fomos treinadas – e cobradas – para ter todas as respostas. Para sermos impecáveis, preparadas, consistentes. Para não titubearmos.
E se estivermos pedindo demais de nós mesmas? Talvez o tempo que vivemos peça outra coisa. Acho que, hoje, liderar passa por abraçar corajosamente o não saber. É reconhecer o terreno instável e seguir em frente mesmo sem o mapa completo.
Essa é a liderança que eu acredito que mulheres, especialmente, estão prontas para exercer. Porque temos navegado no caos desde sempre. Nos equilibramos entre papéis, expectativas, jornadas e invisibilidades históricas. Somos fluentes em incerteza e, exatamente por isso, estamos mais preparadas do que nunca.
Sempre transitamos em meio ao caos e sempre fizemos dele um solo fértil a despeito dos desafios. O caos, paradoxalmente, pode ser o melhor terreno para florescer quem nunca teve, por muito tempo, terra firme sob os pés. Talvez esse seja o nosso maior papel agora: abrir caminhos.
Não para que tudo fique mais fácil, mas para que caminhar seja possível. Para que outras mulheres possam dar seus próprios saltos de fé, com menos medo e mais apoio.
Sigamos, então.
E o que ainda não sabemos, que possamos intuir.
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