Ampliar e-commerce no Brasil é a missão de Briza Rocha Bueno

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Ampliar e-commerce no Brasil é a missão de Briza Rocha Bueno

Diretora geral do AliExpress trabalha para que ecossistema no país aumente, melhore e alcance mais pessoas


19 de agosto de 2024 - 6h06

Briza Rocha Bueno, diretora geral do AliExpress no Brasil e Latam, é homenageada do Women to Watch em 2024 (Crédito: Arthur Nobre)

Aos 12 anos, a atual diretora geral do AliExpress, do chinês Alibaba Group, já havia criado seu primeiro site. Nascida em Curitiba, Briza Rocha Bueno é publicitária por formação. Sua curiosidade sobre o universo digital encontrou a criatividade a partir do pai, que tinha uma fábrica de brinquedos e, à época, cultivava o grande sonho de vender suas produções na Americanas.

Já na vida adulta e residindo no Rio de Janeiro, Briza integrou a então B2W e, em 2016, passou a trabalhar diretamente com o marketing da Americanas. Lá, viu o surgimento do marketplace, apresentando a pequenos sellers, como seu pai, a magnitude do Brasil graças ao comércio eletrônico. Foi no início de 2022 que a profissional ampliou as fronteiras de sua carreira ao ingressar no AliExpress, muito atraída pelo propósito das transações de compra e venda cross border. “O que mais me move é conseguir fazer esse ecossistema aumentar, melhorar e impactar mais gente”, afirma.

Ao longo de sua trajetória, Briza esteve envolvida em grandes iniciativas, como o rebranding da Americanas, em 2010, e a criação de posicionamento e go-to-market da Ame Digital, além da implementação da operação de marketing do AliExpress no Brasil. Mas, além dos projetos, o que mais a faz brilhar os olhos são as pessoas com quem construiu carreira, desenvolveu e evoluiu como líder. Do mesmo modo, o lado humano do trabalho compõe seus maiores desafios na carreira, não só pelo fato de ser mulher, segundo ela, mas por fazer parte da comunidade LGBTQIAP+ e ser considerada jovem para sua posição.

As adversidades se comportam como motores para que ela siga firme em seu objetivo de impactar a sociedade, tendo a digitalização e a inovação como ferramentas para levá-la sempre além.

Quais são as principais diferenças de operar no varejo em uma empresa nacional e em uma companhia internacional?

Tem muita diferença cultural, estamos num ambiente totalmente distinto. Os números, a escala e a velocidade são de outro nível. Sabemos que o varejo é um mercado bem veloz. Quando olhamos para o e-commerce, é vezes dez e, para o chinês, especificamente, está em outro nível. Temos muita inovação. Antes, quando eu estava na Americanas, sempre olhava muito para o mercado da China, pois tinha muita inovação ali, era um mercado que cresceu e se desenvolveu muito no e-commerce. Sempre foi um benchmark importante. Todas essas ferramentas de inovação que a China conseguiu trazer ao mercado são ferramentas que podemos trazer para o Brasil e pensar numa melhor maneira de fazer funcionar aqui. Lá, o e-commerce é metade de todo o varejo. É muita coisa. No Brasil, é 10% mais ou menos. Tem um território enorme ainda para trabalhar e desenvolver dentro do mercado. Acredito muito nisso e gosto muito desse dia a dia.

Num ambiente complexo e com múltiplos comportamentos, quais são os principais motores para a inovação?

A primeira coisa é tentar entender com quem queremos nos mover. Se é sobre o consumidor brasileiro, precisamos saber que tipo de consumidor buscamos alcançar e onde ele está. Normalmente, o calcanhar de Aquiles de algumas empresas é que elas querem ser a que atinge todas as pessoas. É muito difícil você atingir todas. Nunca é todo mundo. Inclusive, mesmo as maiores empresas do mundo têm alguma limitação. No nosso caso, a pessoa minimamente deve ter acesso à internet. Isso já dá uma filtrada. Então, é preciso entender quem é exatamente o seu consumidor e como conseguimos fazer com que ele, que é o core e que precisa do seu serviço, tenha o melhor serviço possível. O que podemos trazer de benefício? É preciso fazer que ele queira a empresa mais do que só a empresa o queira. Essa visão para o cliente e para o consumidor é importante. Quando o assunto são as multinacionais, esse é o grande desafio. O AliExpress está presente em 200 países. Conseguir entender esses mercados, pelo menos os principais em que a companhia atua, e se adaptar, são as coisas mais importantes que fazemos.

Quais estratégias você adota, como líder, para garantir um ambiente inclusivo, seguro e que abrace todas as pessoas?

Tento ser uma pessoa bem aberta. Isso está no meu DNA. Sou muito aberta a ideias novas, tudo pode mudar. Tento fomentar que as pessoas sejam donas das suas áreas. Uma das coisas que mais vejo que faz as pessoas se desenvolverem é ter esse olhar de dono do negócio. É claro que, como negócio, precisamos dar uma direção para todos estarem no mesmo caminho. A primeira coisa é estar dentro desse foco. Mais do que eu, Briza, dar o direcionamento, é o papel de cada um dentro do time pensar em coisas diferentes que podem fazer para desenvolver dentro daquele determinado caminho.

Executar também é outra parte difícil. Uma coisa é estar no foco certo e ter ideias superlegais, mas depois não conseguir fazer acontecer. Ao lidar com outras pessoas, temos que entender que encontraremos desafios pelo caminho e, de alguma maneira, pensaremos em soluções diferentes. Gosto de dar essa liberdade para as pessoas do time para que desenvolvam seus projetos e que me usem para destravar alguns caminhos e dar algumas direções que levem para um resultado que, pela minha experiência, possa ser melhor.

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