Começos são difíceis, mas precisam acontecer
Talvez conhecer outras histórias seja o estopim de um novo início e de novas oportunidades no seu caminho
Começos são difíceis, mas precisam acontecer
BuscarTalvez conhecer outras histórias seja o estopim de um novo início e de novas oportunidades no seu caminho
24 de fevereiro de 2025 - 6h54
(Crédito: Shutterstock)
A cada mês eu venho aqui falar com vocês enquanto CEO de um ecossistema de educação em tecnologia. Mas antes de ser uma jornada do zero ao cargo executivo, precisei tomar algumas decisões difíceis, que na época não imaginava que me trariam até aqui.
Quem acompanha essa coluna sabe que meu grande sonho de infância era ser jogadora de futebol, mesmo que não tenha se realizado. Mas outro grande sonho era a maternidade. Quando somos mais novas, nem sempre entendemos a responsabilidade que acompanha a realidade de nos tornamos mães. Assim que minha filha, a Antônia, nasceu, percebi que a minha vida precisaria mudar muito mais.
Para dar todas as oportunidades que sonhei para aquele bebê, eu precisava encontrar algo que me permitisse chegar a lugares maiores, mais valorizados, que me permitisse crescer. Foi com essa mentalidade que encontrei a programação. Fazer uma transição de carreira nem sempre é uma decisão fácil, envolve mudanças e riscos que você precisa encarar. E, definitivamente, programar seria muito diferente de gerir uma floricultura ou jogar futebol.
No meu caso, senti muita sorte de ter quem me apoiasse nessa decisão, mas, por outro lado, me senti muito sozinha por não ter alguém que soubesse me ajudar nos menores detalhes. Meu marido, minha mãe, mesmo que quisessem, não poderiam me indicar a melhor linguagem de programação para começar a estudar, nem qual tecnologia me traria mais oportunidades.
Talvez por isso começos sejam tão difíceis: não é apenas decidir – o que já é difícil –, mas descobrir como seguir dali para frente, sem desistir quando as coisas começam a ficar mais complicadas, porque crescer envolve encarar as dificuldades.
Depois de muitos estudos sozinha, uma matrícula de graduação e muitas dúvidas, minha carreira em programação começou com Java. Não por ser a linguagem que mais gostava, porque não era, mas posso resumir em três motivos: recursos, momento de mercado e oportunidade.
Os principais recursos vinham da faculdade. Java era a linguagem padrão do curso e eu estaria constantemente aprendendo ao usá-la. O momento de mercado dez anos atrás estava mudando muito, e essa era uma tecnologia que parecia ter boas melhorias (e teve!).
Mas o mais importante, naquele momento: a primeira oportunidade de trabalhar como desenvolvedora. Na época, eu estava trabalhando em uma empresa, em um setor que não o de tecnologia, quando surgiu a vaga. Para mim, a decisão parecia clara.
E não é novidade, e chega até a ser um clichê dizer isso, mas o que todas as histórias de sucesso têm em comum é a necessidade de um começo. E não existe um momento perfeito para isso. John Pemberton tinha 55 anos quando inventou a Coca-Cola. Reid Hoffman tinha 35 anos quando co-fundou o LinkedIn. Nokia, antes de ser uma gigante de tecnologia, produziu botas de borracha. Amazon começou como uma livraria virtual.
Uma carreira é feita de escolhas e muitas coisas podem influenciar qual caminho você quer – e algumas vezes “precisa” — seguir. Mudar a direção pode ser algo positivo, mesmo que o início pareça tão complicado.
Meu trabalho como CEO me permite testemunhar centenas de milhares de vidas sendo transformadas pela coragem de encarar um novo começo. E é um orgulho imenso saber que se você, leitor(a), sonha em começar no universo da programação, não precisa se sentir sozinho como eu me senti.
Porque eu posso te mostrar os melhores caminhos daqui para frente, e nós podemos seguir juntos em busca dos seus sonhos.
Quem sabe a sua decisão de começar algo novo também pode inspirar mais pessoas ao longo do caminho.
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