Como executivas da indústria nutrem a criatividade
Lideranças de publicidade e marketing falam sobre o que fazem nas horas vagas para se inspirar e manter o olhar criativo
Como executivas da indústria nutrem a criatividade
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Lidia Capitani
17 de março de 2025 - 11h01
A criatividade não nasce do vazio. Para muitos profissionais da indústria da comunicação, alimentar a imaginação vai além do trabalho e se reflete nos hobbies e nas experiências que vivenciam fora do ambiente corporativo. Seja explorando novas formas de arte, viajando, estudando temas inusitados ou simplesmente montando um quebra-cabeça, essas atividades ajudam a expandir o repertório, trazer novas perspectivas e encontrar inspiração para o dia a dia profissional.
Nesta coletânea de relatos, lideranças femininas compartilham como seus hobbies impactam diretamente seus processos criativos e a maneira como enxergam o mundo.
(Crédito: Divulgação)
“Por ter uma atividade mental muito intensa no dia a dia, preciso de outros programas que me ajudem a descansar e relaxar a mente para, assim, dar espaço para a criatividade fluir. No meu caso, gosto muito do universo da decoração, para procurar referências e mergulhar em inspirações. Além disso, prezo pelos momentos em família com meus filhos, em que gostamos de jogar jogos de tabuleiros dos mais variados estilos. Antes de dormir, sempre que possível, gosto de assistir alguma série leve, geralmente de comédia, para mudar o foco e relaxar. Mas posso afirmar que a atividade que mais reflete em meus processos criativos, sem dúvidas, é quando viajo e estou em contato com a natureza e minha espiritualidade.”
(Crédito: Divulgação)
“Pouco depois de começar minha carreira na criação, iniciei aulas de canto lírico. À época, não pensava na relação entre as duas coisas, mas, além de ser uma forma de explorar a combinação entre sensibilidade e força, percebi que me ajudou a colocar minha voz no mundo, literalmente. Projetar sua voz com toda a potência que você tiver tem algo de desafiador. É como se expor sem escudo. E, conforme avançava profissionalmente, também me desafiava a projetar minha voz na maneira como expresso ideias e posiciono minha visão dentro da indústria criativa. Isso é exercer a criatividade como meio, e não como uma finalidade.
No canto, assim como na publicidade, não se trata apenas da técnica ou da execução perfeita, mas do impacto que geramos, da emoção que despertamos e das conexões que criamos. Criar não é um ato isolado; é uma forma de dialogar com o mundo e transformá-lo. Além disso, gosto de fazer cursos sobre os mais diversos temas, como o inconsciente, interpretação de sonhos, neurociência, sem um objetivo concreto… Sem pressão, faço quando consigo, nem que seja na hora do almoço, e nem sempre termino todos. Mas reconheço que tenho essa inquietação. E isso me permite um olhar mais profundo, estratégico e humano, tanto para a entrega criativa quanto para a gestão de pessoas.”
(Crédito: Cristina Cortez)
“Certamente, um dos maiores privilégios que tive na vida foi poder experimentar diferentes linguagens artísticas desde pequena. Meu hobby é a arte. Considerando que a definição de hobby se refere a uma atividade realizada por prazer no tempo livre, sem obrigação profissional ou acadêmica, meus hobbies são tocar violão e cantar, pintar, ler e escrever. Qualquer tempo livre que tenho estou às voltas com essas atividades. Elas me fazem gostar do instante, ao mesmo tempo que me esvaziam, me preenchem. Esse estado vazio-preenchido é uma fonte preciosa de recursos criativos, porque nele há espaço para o novo e há bagagem para a consistência.”
(Crédito: Divulgação)
“Sempre achei que não tinha hobby, mas descobri que tenho sim e que sem ele passo mal: viajar. Viajar para qualquer lugar. Pode ser para perto ou para longe. Para lugares que eu já conheço e para novos lugares. Para trabalhar ou para me divertir. Sozinha ou acompanhada, amo sair de onde estou, me afastar, ver tudo sob outra perspectiva, com gente diferente, culturas diferentes. Isso me lembra porque adoro minha profissão: porque adoro pessoas e adoro histórias. E nada pode trazer mais gente e histórias do que viajar.”
(Crédito: Divulgação)
“Para mim, montar coisas é mais do que um hobby — é quase uma terapia criativa. Amo quebra-cabeças, legos, móveis de marcenaria ou até uma simples estante. Cada peça tem seu lugar e sua função. Gosto do desafio de transformar o caos em algo completo, de ver as ideias tomarem forma nas minhas mãos. Talvez seja uma metáfora do próprio trabalho na criação: juntar peças aparentemente desconexas e montar algo único, sólido e surpreendente. É nesse processo que descanso a minha mente.”
(Crédito: Divulgação)
“Alimentar meu repertório criativo é um dos meus assuntos preferidos. Sempre acreditei que as vivências, nos mais diversos contextos, ampliam nossa visão de mundo e trazem insights poderosos para criar novos cenários. E, sem demagogia, um dos meus hobbies é estudar. Sou extremamente curiosa e adoro aprender sobre temas que, num primeiro momento, não seriam minha primeira escolha, mas que me ajudam a construir conhecimento e formar opiniões mais sólidas. Dito isso, vou compartilhar meu hobby mais recente: estou mergulhando no universo do marketing esportivo. Mas não parei por aí: também me joguei no mundo dos games e, acreditem, hoje jogo até Fifa! Consegui unir cultura gamer, tecnologia, aprendizado, lazer e, de quebra, um momento de diversão com meu noivo, que tem sido meu coach oficial no jogo.
Outro hobby que entrou para a minha rotina são as corridas de rua, especialmente as noturnas, que viraram minhas favoritas. O mais legal é que esse hábito acabou se expandindo: chamei alguns amigos e hoje temos um grupo que compartilha essa paixão. Tudo isso reflete diretamente no meu trabalho como líder de desenvolvimento criativo na Globo, onde transito por diversos territórios como dramaturgia, realities, variedades, música e, claro, esporte. Esses hobbies não só alimentam minha criatividade, mas também impactam positivamente minha saúde e meu bem-estar.”
Roberta Harada, ECD da VML Brasil
(Crédito: Divulgação)
“Meu hobby criativo é uma jornada constante de descobertas e conexões. Frequentar museus, especialmente para explorar arte contemporânea, me proporciona novas perspectivas e insights que transformam minha maneira de ver o mundo. Cada obra é uma história contada por meio de cores e formas, e isso me inspira a expressar minhas próprias ideias. Além disso, minha paixão pela música é parte fundamental da minha vida. Como pesquisadora e aspirante a DJ, passo horas assistindo a clipes que trazem uma combinação fascinante de sonoridade e estética. A música me move, me faz dançar e me ensina sobre a narrativa em cada batida.
O cinema também é uma fonte de inspiração. Sou fascinada pela forma como cada cena é construída, a narrativa visual e os detalhes que dão vida a uma história. Essa paixão me faz prestar atenção ao que normalmente poderia passar despercebido, inspirando minha própria criatividade. Ah, e não posso esquecer das revistas impressas, que ainda têm um lugar especial na minha rotina. Pesquisar sobre design gráfico e arquitetura me ajuda a entender como as criações humanas impactam o mundo. Mas, no fundo, o que mais me inspira são as pessoas ao meu redor—suas histórias, sentimentos e maneiras de se expressar me impulsionam a explorar e criar. Meu hobby criativo é alimentado por experiências que me conectam com o mundo e com os outros, me permitindo transformar minha inspiração em ideias criativas e em arte na minha própria história.”
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