Como NFTs podem libertar mulheres presas por dívidas no Egito
Iniciativa "Breakchains with Blockchain" vende certificados digitais de 9 obras que ajudarão as chamadas "Al Gharemaat" a quitarem empréstimos não pagos
Como NFTs podem libertar mulheres presas por dívidas no Egito
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18 de abril de 2022 - 10h00
Os NFTs, ou “tokens não fungíveis”, têm se tornado cada vez mais populares, especialmente entre celebridades, ao permitirem que se adquira ilustrações, GIFs, animações, vídeos e músicas por meio da compra de um certificado digital associado a essas obras. Muitas vezes considerados como um mercado de luxo e associados aos excessos do universo das criptomoedas, esses tokens, ligados à chamada tecnologia blockchain, podem ser muito mais do que um mimo para quem procura status social: eles agora passaram a servir a causas sociais nobres, como ajudar mulheres que precisam de apoio para retomarem suas vidas.
Esse é o objetivo da iniciativa “Breakchains with Blockchain”, uma parceria da ONG Children of Female Prisoners Association com a agência Horizon FCB Dubai. O projeto, liderado pelos criativos brasileiros Rodrigo Leal Rodrigues e Jonathan Cruz, traz 9 NFTs produzidos por diferentes artistas do mundo todo para financiar a libertação de mulheres egípcias que acabaram detidas por endividamento, uma realidade infelizmente comum no país do norte da África. Chamadas de “Al Gharemaat” (“As Endividadas”, em tradução livre), elas são sentenciadas à prisão por não honrarem o pagamento de empréstimos tomados para necessidades médicas e emergências familiares.
Cada NFT criado pela campanha foi feito para ajudar 9 diferentes mulheres egípcias a pagarem suas dívidas e, assim, voltarem à liberdade e ao convívio com seus filhos e famílias. Cada obra é inspirada na história de uma mulher e tem o valor equivalente à quantia que ela precisa para quitar os débitos pelos quais foi condenada.
De acordo com o site da iniciativa, já foram vendidos 3 NFTs. Uma das mulheres contempladas é Rabia, que após pegar dinheiro emprestado para organizar o casamento de sua sobrinha, foi diagnosticada com câncer de mama e não conseguiu mais trabalhar. Foi condenada a 2 anos de prisão por não quitar um valor de apenas 254 dólares. Foi exatamente por essa cifra que uma obra inspirada em Rabia foi vendida. Veja aqui.
A intenção do projeto é seguir ajudando outras mulheres egípcias em situação semelhante, com a produção de novas obras vendidas como NFTs. Conheça mais sobre a iniciativa e os tokens disponíveis no site oficial da “Breakchains with Blockchain” e assista ao vídeo da campanha abaixo (em inglês).
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