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Descentralização e segmentação do discurso foram as tendências da vez, mas o que esperar para 2023?

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Opinião

Descentralização e segmentação do discurso foram as tendências da vez, mas o que esperar para 2023?

Web 3.0 e personalização das mensagens já demonstram o potencial acelerador das conexões genuínas na creator economy


20 de dezembro de 2022 - 8h08

Nos últimos anos, observamos o crescimento contínuo no número de produtores de conteúdo, em todos os nichos e formatos: vídeos, podcasts, textos e todos os outros já adotados por eles. Estima-se, inclusive, que o Brasil seja o “país dos influenciadores”, tendo cerca de 500.000 criadores com mais de dez mil seguidores, segundo estudo da Nielsen em parceria com a Hootsuite e We Are Social. 

A pesquisa, divulgada esse ano, é só mais um indício de que a creator economy veio para ficar e se consolidou em 2022. Diante disso, outras tendências da comunicação se desenvolveram, foram discutidas e ganharam a atenção dos profissionais da área. Para mim, a principal delas tem a ver com o direcionamento e a personalização dos discursos. 

Em um mundo com cada vez mais canais e mais transmissores, direcionar e segmentar a mensagem nunca foi tão importante. Não dá pra falar com todas pessoas igualmente e isso nunca esteve tão claro como agora. Ao mesmo tempo em que descentralizamos a comunicação em vários aspectos e esse processo permitiu o compartilhamento da pluralidade de pontos de vista e temas, também tivemos que descobrir com quem — exatamente — estávamos falando, e como poderíamos nos tornar mais próximos das comunidades digitais. 

Esse assunto está relacionado a outros que eu já trouxe aqui, como a comunicação com significância, a diversidade e inclusão em aspectos comunicacionais e até a web 3.0. E, apesar de não parecer logo de cara que esses tópicos estão emaranhados na mesma tendência de comunicação, basta examinar com mais cuidado o que cada um deles oferece na leitura dos discursos personalizados e direcionados à audiência. 

Na questão da diversidade e inclusão, que já tem sido tratada há algum tempo, é mais natural entender que ela é essencial não somente pela personalização, mas também pelo valor oferecido no quesito vivências reais e rompimento de estereótipos. Por outro lado, adotar a comunicação diversa e inclusiva, e, além disso, estimular a existência de mais criadores pertencentes às interseccionalidades da sociedade é fundamental para gerar identificação e conexão com grupos mal representados. Afinal, como alguém pode se enxergar com uma história em que não se reconhece em nenhum sentido? 

Trazer esse tópico para a comunicação, seja em canais tradicionais ou não, é promover discurso com significado para a audiência. Nesse sentido, a web 3.0 tem papel fundamental enquanto parte da transformação comunicacional e um espaço para que os criadores assumam cada vez mais as plataformas e o controle sobre os conteúdos autorais. Essas mudanças já têm sido alavancadas pela descentralização do conhecimento, e, portanto, das mensagens trocadas com as comunidades digitais.  Mas, devem ser ainda mais intensificadas daqui pra frente, com a ampliação do acesso às tecnologias por diferentes grupos sociais e do aprimoramento dos discursos, mais direcionados, personalizados e focados em conexões reais a partir da comunicação.

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