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E as mulheres no audiovisual, onde estão?

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Opinião

E as mulheres no audiovisual, onde estão?

Esperamos que 2024 seja o grande ano da virada e de uma transformação que estabeleça a liderança feminina em nossa indústria


27 de fevereiro de 2024 - 6h14

(Crédito: Iracosma/Adobe Stock)

Quando fui convidada para escrever ao Women to Watch, a primeira inspiração que surgiu veio, na verdade, de uma pergunta, essa que trago aqui para o título: onde estão as mulheres no audiovisual? 

A resposta é simples: elas ocupam todos os lugares, mas não são vistas.

Já comentei sobre isso em uma entrevista para este mesmo espaço, em 2023, a respeito da resistência que eu sentia quando indicava o nome de uma mulher para dirigir determinado projeto, relacionado ao universo masculino. 

A boa notícia é que a mudança vem ocorrendo e estamos participando dela. 

Sabemos que o eixo de produção, mais volumoso, está concentrado em São Paulo e no Rio de Janeiro. Por isso eu vim de Porto Alegre para cá há 25 anos para trabalhar na O2. Um caminho natural naquela época, mas talvez hoje esse deslocamento não seja tão mais necessário, a não ser que a pessoa queira. Graças à democratização da tecnologia, eu posso estar mais próxima de profissionais baseadas em outras cidades e trocar experiências. 

Mesmo assim, o mercado de trabalho, neste segmento e com todas as suas oportunidades, ainda acontece por aqui. Vemos talentos despontando e estamos com olhar muito mais atento, mas ainda há muito trabalho a ser feito. 

Venho acompanhando e participando de uma transformação da qual me orgulho muito: ver mais mulheres ocupando postos e funções normalmente associados aos homens. Tanto na pré-produção, produção e pós-produção. No entanto, temos muito a avançar. O número de profissionais na área técnica ainda pode aumentar e existe espaço para isso. 

Atuo e conheço diariamente mulheres inspiradoras, com perfis muito distintos e que apresentam trabalhos extremamente relevantes em diversas áreas aqui da O2 e no mercado. 

Entretanto, diariamente me pergunto: como podemos dar ainda mais visibilidade para as nossas mulheres que trabalham em todas as etapas que envolvem uma produção? Afinal, elas não estão somente na direção. 

E quando olhamos para as outras produtoras, sabemos que as maiores são lideradas por mulheres, como acontece aqui na O2. Mas será que o mercado sabe disso?

Aqui mesmo no Women to Watch, vemos nomes respeitados em suas áreas de atuação, principalmente no universo das agências e dos clientes. São profissionais com quem dialogamos todos os dias, abrindo espaço para mostrarmos talentos e termos mais diversidade nos sets de filmagem. 

Esse ciclo precisa ser fortalecido diariamente.

Movimentos como o #FreetheBid e #MoreGRLS, que nos incentivam e orientam a termos uma maior participação feminina no mercado, já ecoam por aqui há alguns anos e nos ajudam a ver toda a potencialidade das nossas profissionais. São iniciativas que nos inspiram e nos ajudam cada vez mais a incorporarmos essa mão de obra criativa em nosso dia a dia e com uma postura relevante e correta. 

Gostaria de, no final do ano, poder trazer aqui ao Women to Watch histórias de mulheres que estão ocupando novas funções em nossa indústria, apresentando seus novos olhares para o mercado. 

Esperamos, eu e todas as mulheres que trabalham com o audiovisual diariamente, que este 2024 seja o grande ano da virada e de uma transformação que estabeleça a liderança feminina em nossa indústria. 

Seguimos!

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