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Paula Leal da Costa

Chief marketing officer & luxe general manager da L’Oréal Brasil

Os efeitos dos primeiros 17 meses de atuação na indústria da beleza podem ser notados no rosto (e no nécessaire) de Paula Leal da Costa. O largo sorriso evidencia a felicidade de quem tem o privilégio de encontrar no trabalho uma fonte de lazer e diversão. E a beleza do rosto, acentuada por uma maquiagem leve e uma cor de batom mais viva, mostra que a carreira trouxe à tona uma nova face. “Era vaidosa, mas nunca fui muito ‘perua’. Mas agora, descobri um mundo novo e maravilhoso”, diverte-se a chief marketing officer & luxe general manager da L’Oréal Brasil.
A longa nomenclatura do cargo condiz com o tamanho da responsabilidade de Paula. À frente de todo o marketing da L’Oréal no Brasil e também da divisão de
luxo da empresa, ela cuida do posicionamento de um portfólio extenso de marcas e produtos que, como ela própria gosta de explicar, “vão desde xampus de R$ 5 a cosméticos faciais de mais de R$ 500”. Essa amplitude de target e a possibilidade de atingir mulheres de todas as idades e classes sociais é o que mais a fascina. E, levando-se em conta o espaço que os discursos feministas vêm ganhando na mídia nos últimos meses, é possível afirmar que ela está no cargo certo, no momento certo.
“A L’Oréal tem como premissa a ideia de que todo mundo deve ter acesso à beleza. Querer cuidar da saúde e da aparência é a primeira demonstração de que a pessoa está viva e feliz. E o cosmético é um elemento empoderador nesse processo”, defende a executiva. Para levar adiante essa missão, ela lidera um time de 220 pessoas, em uma gestão na qual a expressão “delegar responsabilidades” tem um enorme peso. “Sou muito agitada e ligada em tudo, mas conto com um
time sênior que me apoia totalmente e que está preparado para executar. Acho que se a pessoa é tão indispensável a ponto de não poder tirar umas férias é porque algo está muito errado” analisa.
Essa ideia de compartilhamento de responsabilidades foi adquirida ao longo de 23 anos de uma carreira sempre orientada por um verbo: mudar. Primeiro, dos sonhos juvenis de ser médica ou atriz para a decisão de seguir a carreira de administração. Depois, da cidade paulista de São José dos Campos, onde nasceu, para fazer faculdade na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Posteriormente, do estágio em um banco para outro, na área de marketing, já sentindo que aquela seria sua grande paixão. E, alguns anos depois, de seu país para Londres, onde teria o desafio de liderar um time com língua, costumes e hábitos totalmente diferentes dos seus.
Antes dessa mudança, no entanto, Paula viveria um período de estabilidade. Ao ingressar na Unilever — companhia na qual permaneceu por 15 anos — teve a chance de transitar por diversas divisões da empresa. Depois de ser gerente da marca Omo no Brasil, veio a oportunidade de mudar para a Europa. Na Inglaterra, assumiu a divisão de detergentes em pó, de personal care e, por fim, a área de negócios e sustentabilidade.
Ao todo, foram seis anos de uma experiência internacional que ela classifica como a mais especial de sua vida. “A bagagem cultural que se ganha morando fora é
indescritível. Sempre amei viajar e desejei muito viver fora do Brasil”. Seis anos depois, porém, a saudade da família fez com que Paula quisesse o Brasil de volta.
Em seu retorno, permaneceu mais um ano e meio na Unilever até aceitar o convite da Samsung para liderar a área de celulares e TI da marca no País. A projeção na empresa sul-coreana lhe rendeu o convite para o marketing da L’Oréal, em abril do ano passado. Com o cargo, veio mais uma mudança: sediada no Rio, a empresa de origem francesa fez Paula fixar residência na Cidade Maravilhosa.
“Levei minha mãe junto comigo, para tornar esse processo mais fácil. Moramos em casas separadas, mas estamos pertinho”, confessa. E a experiência carioca já
causou mais uma mudança. “Nunca fui esportista, mas o clima e a qualidade de vida do Rio nos motivam a querer se cuidar e se exercitar”, revela.
Divorciada e sem filhos, a executiva se declara aberta às novas mudanças que a vida lhe trouxer. Mas pretende encaixar alguns sonhos nesses acontecimentos:
formar uma família, graduar-se em psicologia e desenvolver um projeto social para mulheres de baixa renda. “Ainda não pensei exatamente em quê, mas quero
muito fazer algo em prol das mulheres e achei coincidência quando soube que estava sendo homenageada justamente no Women to Watch”, confessa Paula, para
em seguida concluir, com o sorriso de quem parece ter encontrado seu caminho. “Talvez, não seja coincidência.”

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