Raphaella Martins

Program Manager do Creative X, Facebook

Na época de prestar vestibular, Raphaella Martins vivia um período de dúvidas. A jovem de Santo André, em São Paulo, estava dividida entre as artes, já que era bailarina clássica, e a área de humanas, pois a literatura fora uma válvula de escape para o período de muitas incertezas da juventude. Por fim, acabou enveredando para o campo da comunicação, mais especificamente para a publicidade. Hoje, no entanto, ela percebe que trabalhar com comunicação é como beber um pouco de todas essas disciplinas.
Formada pela UMESP e pós-graduada em comunicação com o mercado pela ESPM, Raphaella reconhece os ensinamentos que a levaram a cada passo de sua carreira e até o presente momento, como Program Manager do Creative X, do Facebook. Seus pais, segundo ela, pavimentaram uma avenida de acessos que a levaram a um ponto muito específico da sociedade: o “lugar do não-lugar”. Essa definição compreende o alcance de privilégios, como escola particular, inglês, ballet e experiências no exterior, mesclados com uma série de questionamentos a respeito de ser, muitas vezes, a única pessoa negra em cada um desses ambientes. Tudo isso a levou a encontrar paz na não-necessidade de se encaixar, dando segurança para que abrisse mais o olhar para enxergar as demais pessoas. Como resultado dessa vivência, veio a criação do Projeto 20/20, o primeiro programa de
inclusão racial do mercado publicitário, que ajudou a fundar quando estava na J.Walter Thompson (atual Wunderman Thompson).
O primeiro estágio em comunicação foi na agência Eugenio. Na época, Raphaella acumulava o trabalho na agência com aulas de inglês para os colegas da equipe, na hora do almoço. Ali, também, aproveitava para vender as roupas que sua mãe produzia. Após esse início de carreira, passou por Avon, JWT e Globo, até migrar para o Facebook. Mãe de Liz, de três anos, a publicitária busca integrar seu papel materno ao de
protetora de seus seis irmãos, frutos de diferentes casamentos de seus pais. Durante a pandemia, conta ter valorizado ainda mais os raros encontros barulhentos entre a família, cheios de risadas e com crianças correndo por todo canto.

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