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Expectativas da GenZ e desafios para a liderança

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Opinião

Expectativas da GenZ e desafios para a liderança

Estamos aprendendo com esta geração a preservar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, mas há um gap grande de comunicação por parte deles 


17 de dezembro de 2024 - 18h18

(Crédito: Shuttestock)

Outro dia li uma pesquisa realizada em agosto deste ano pela Ingelligent com 966 líderes de empresas nos Estados Unidos que trazia um panorama sobre as expectativas e os desafios encontrados por quem está recrutando a geração Z como força de trabalho, suas características e comportamentos no ambiente profissional.  

A geração Z é composta por indivíduos nascidos entre meados da década de 1990 e início dos anos 2010 e, embora essa geração traga novas perspectivas e habilidades valiosas, ela chega com algumas questões, como a alta demanda por flexibilidade. 

Essa geração valoriza a possibilidade de trabalhar remotamente e ter horários adaptáveis, algo que, para muitos líderes empresariais, pode ser desafiador de implementar. De acordo com a pesquisa, 65% dos recrutadores afirmam que a resistência a horários fixos e o desejo por trabalho híbrido dificultam a integração em ambientes de trabalho tradicionais. E, por mais que a flexibilidade possa aumentar a satisfação e a produtividade, os líderes se preocupam que essa exigência possa comprometer a colaboração e a coesão da equipe. 

Outro ponto levantado na pesquisa é a percepção de que a geração Z enfrenta desafios em habilidades de comunicação. Cerca de 58% dos recrutadores mencionaram que muitos jovens profissionais parecem preferir interações digitais, como mensagens de texto e e-mails, em vez de conversas presenciais ou chamadas de vídeo. Essa tendência pode resultar em mal-entendidos e na falta de empatia nas interações diárias, prejudicando o trabalho em equipe e a construção de relacionamentos interpessoais. 

Os recrutadores também notaram que existe uma tendência a apresentar níveis mais altos de ansiedade em comparação às gerações anteriores. A pressão para ter sucesso rapidamente e a comparação constante nas redes sociais podem impactar a saúde mental desses jovens profissionais.  

Quase 55% dos líderes empresariais entrevistados acreditam que essa ansiedade pode levar a um maior número de solicitações de apoio psicológico e a um aumento nas taxas de rotatividade, uma vez que há uma constante busca por ambientes que priorizem o bem-estar e a saúde mental. 

Outra característica marcante identificada na pesquisa é a busca por significado no trabalho. Os líderes empresariais notaram que essa geração tende a priorizar empregos que estejam alinhados com seus valores pessoais e sociais. Quase 70% dos recrutadores afirmaram que candidatos frequentemente perguntam sobre a missão e os valores da empresa durante o processo seletivo.  

Essa ênfase em propósito pode ser vista como uma vantagem, pois promove uma cultura organizacional mais consciente e responsável. No entanto, para os líderes, essa expectativa pode ser um desafio, especialmente se a empresa não tiver uma missão clara ou se os valores não forem alinhados. 

A pesquisa também revelou que a geração Z espera receber feedback constante e construtivo. Enquanto gerações anteriores podiam se contentar com avaliações anuais, 72% dos recrutadores relatam que jovens profissionais dessa geração buscam orientações frequentes sobre seu desempenho.  

Essa necessidade de feedback pode ser um desafio para líderes que estão acostumados a métodos mais tradicionais de avaliação, mas também oferece uma oportunidade para criar uma cultura de desenvolvimento e aprendizado contínuo. 

Para concluir, vejo que estamos aprendendo com eles a preservar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, mas vejo um gap grande de comunicação por parte desta geração. Vejo guardarem sentimentos e conversas que deveriam ser endereçadas à liderança e não são. Talvez esteja aí o porquê dessa geração conviver tão de perto com a ansiedade. 

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