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Gabriela Comazzetto: “O poder está na mão dos criadores”

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Gabriela Comazzetto: “O poder está na mão dos criadores”

Até chegar ao posto de head de soluções globais para negócios do TikTok, a homenageada do Women to Watch 2022 atrelou paixão, aprendizado, conhecimento e oportunidade para construir sua carreira


29 de agosto de 2022 - 16h40

Por Giovana Oréfice

Gabriela Comazzetto, head de soluções globais para negócios do TikTok, é homenageada do Women to Watch 2022 (Crédito: Kiko F)

Filha de engenheiro, Gabriela Comazzetto, head de soluções globais para negócios do TikTok, teve acesso a computadores muito cedo, quando ter internet em casa ainda era uma realidade para poucos. Em uma relação de afinidade com a tecnologia, ela buscou atrelar a paixão, aprendizado, conhecimento e oportunidade para construir carreira no segmento de big techs que, mais tarde, a levaria ao posto de head of global business solutions do TikTok na América Latina.

Com diploma em Administração pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Gabriela teve sua primeira experiência em tecnologia na startup Fulano, um site de entretenimento em que ingressou como estagiária, e em seguida foi promovida a assistente na área comercial. Depois, na Ambev, foi gerente de vendas entre 2002 e 2006. A partir daí, iniciou sua jornada em sua área preferida: a das big techs. Ao longo dessa trajetória por grandes empresas de tecnologia, em mais de 14 anos, trabalhou em companhias como Microsoft, Twitter e Facebook, até ingressar no TikTok, rede social que roubou as atenções da geração Z e, rapidamente, tornou-se uma das mais importantes plataformas de conteúdo e também de negócios.

Guiada pelo lema de sempre criar espaço para o que é importante na vida, Gabriela atribui fatores como energia, resiliência, paixão e positividade para ter alcançado seu patamar atual. Além da tecnologia, ela destaca um ponto que merece ênfase em todas as suas experiências: aprender a trabalhar com pessoas e a impactar positivamente cada uma. Entre os destaques recentes em sua jornada profissional, Gabriela ressalta o lançamento do TikTok For Business durante a pandemia, plataforma dedicada a dar espaço e ferramenta às marcas dentro do aplicativo. Para o futuro, no TikTok, a executiva tem a ambição de atuar baseada em outro país, para viver culturas e visões distintas das que já acumulou no Brasil.

 

Sua carreira foi construída em empresas de tecnologia. Como você enxerga a evolução desse segmento de mercado?

A tecnologia muda todo o dia. Se olharmos para vinte e três anos atrás, quando comecei a carreira na startup Fulano, estávamos começando a entender o que era a internet, a aprender a se relacionar com tecnologia, ainda com pouca performance, e quando olhamos hoje, estamos em outro mundo, que revolucionou a forma como a gente interage com as pessoas, como lida com questões como a saúde, por exemplo, um mundo totalmente impactado. A tecnologia transformou tudo nas relações, é uma evolução gigantesca. Comecei minha carreira com a internet discada, usando a linha do telefone de casa, e o que era possível fazer, por meio da tecnologia, ainda era muito limitado. Estávamos começando a ter celulares no Brasil e, para encontrar pessoas, você tinha limitações de tempo e espaço. Hoje, a gente consegue falar com qualquer pessoa, a qualquer momento, em uma velocidade surreal. Os contatos são realizados até mesmo com realidade virtual; é uma grande transformação na maneira como nos relacionamos e como nos relacionamos com a tecnologia.

Atualmente você está no TikTok, uma companhia que vem tendo destaque tanto na mídia como um todo, quanto na publicidade. Que tendências estão sendo moldadas para o conteúdo e marketing de influência no futuro?

Falamos muito da Era da Participação — as pessoas querem cada vez mais ter voz e participar da produção de conteúdo. O TikTok traz muito isso e a tendência é ter um conteúdo cada vez mais nativo e capaz de entender quem são as pessoas para que elas possam participar e contar suas histórias, cocriando com marcas. O poder está nas mãos dos criadores, diferente de outros momentos, quando as plataformas definiam o alcance. Agora são os criadores que determinam esse alcance, baseado na efetividade e na relevância do conteúdo. Estamos mudando o centro do poder, passando-o, cada vez mais, para as mãos dos criadores e das pessoas. Vemos também uma mudança de comportamento muito grande por parte das pessoas, que estão querendo consumir cada vez mais conteúdos relevantes e buscando cada vez mais por vídeos. Além disso, vemos o e-commerce sendo cada vez mais imersivo e mais fácil para a comunidade dentro de cada uma das plataformas.

Você acredita que os anunciantes estão dando conta de se adaptar e adotar novas tecnologias e ferramentas relacionadas às plataformas digitais?

Existe um esforço muito grande dos anunciantes para entenderem as novas plataformas. Além do interesse em aprender a dialogar com cada uma delas e entender que cada plataforma tem um propósito e faz parte de um momento da jornada do consumidor, eles já entendem que adaptar conteúdo não funciona. As pessoas vão para o TikTok para se entreterem e consumirem conteúdo, então, é preciso entender como criar para essa plataforma e não adaptar. Existe uma intenção muito positiva e verdadeira para entender e acompanhar essa evolução, até porque os anunciantes precisam estar onde a comunidade deles quer estar.

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