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Gil Viana, da MugShot, consolida empresa como produtora de conteúdo

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Gil Viana, da MugShot, consolida empresa como produtora de conteúdo

Responsável pela produção executiva do podcast Mano a Mano quer ampliar soluções oferecidas a clientes como canais Globo, Apple e Adidas

e Marina Vergueiro
6 de abril de 2023 - 17h11

Gilvana Viana posa no estúdio da Mugshot (Crédito: Artnur Nobre/Meio & Mensagem)

À frente da produtora de trilhas publicitárias MugShot, que atende a algumas marcas mais poderosas do mundo, a executiva se surpreendeu com a repercussão do podcast Mano a Mano, nascido em meio à pandemia de coronavírus com previsão de duas temporadas. Já na quarta temporada, o programa apresentado por Mano Brown e Semayat Oliveira é o podcast mais escutado do Brasil e abriu as portas para o crescimento da empresa.  

Ao lado de Maurício Herszkowicz e Artur Abrami, Gil Viana fundou a Mugshot em 2012 e desde então coleciona prêmios na produção de trilhas sonoras originais, entre os quais do Festival de Cannes, do Clube de Criação, London International Awards e o Troféu APCA. “O Mano a Mano levou a Mugshot para um outro lugar além de ser criadora de música para publicidade e artistas, nos levou para um lugar criação de conteúdo”. 

O novo projeto da produtora é o videocast B3+1, no qual Benja Black, Ice Blue, João Bôscoli e André Barcinski conversam sobre o universo da música. O programa estreia em abril e promete uma atmosfera de boteco entre amigos. 

Executiva C-level à frente de três empresas  

Além da Mugshot, Gil Viana também é sócia da Punks S/A, provedora e licenciadora de conteúdo musical, e da Casablack, um hub de cultura negra. Através de sua liderança nas três empresas, tem como objetivo de vida e negócio empoderar pessoas carentes de oportunidades, especialmente mulheres negras. “Quero me usar como exemplo para pessoas que não têm oportunidade, que não acreditam que é possível chegar aonde cheguei”. 

Nascida na Bahia, ainda jovem migrou para São Paulo com diversos sonhos na mala, entre eles o de ser advogada. No entanto, a vida a levou a estudar economia e concluir a graduação em Marketing, que a atraiu para o universo da publicidade e do audiovisual. Como uma mulher preta em um ambiente predominantemente masculino e branco, Gil relembra que teve um início bastante difícil e conta que nesse meio o racismo costuma ser velado. “Tem uma coisa da mulher gostosa, da mulher preta de cintura fina com a bunda grande que entra em qualquer lugar porque a sociedade é machista, então eu era aceita nesse lugar e podia ter fala.  Mas quando eu percebi que isso me incomodava muito, parei de ser usada pela minha imagem” conta. 

Gilvana Viana posa no quintal do escritório da Mugshot (Crédito: Artnur Nobre/Meio & Mensagem)

De uma executiva braço de ferro que estava a todo tempo desbravando novos territórios para ser aceita e firmar seu talento, Gil foi construindo uma líder mais suave que ativamente trabalha contra o preconceito e em prol da equidade de gênero. Atualmente, pode afirmar que o preconceito não a deixa triste, mas a enche de força para mudar o cenário. “Está na moda empoderar mulheres pretas, a gente tem um lugar de fala nesse momento e eu tenho aproveitado para cimentar bem este terreno para as meninas que estão vindo, pois ainda é um lugar frágil”, afirma. 

Maternidade e vida em Portugal 

A incansável executiva equilibra a vida profissional com a maternidade desde os tempos da graduação. “Meus três filhos e meu marido me apoiam e sentem muito orgulho da mulher que eles me ajudaram a desenvolver”, comenta. E por preocupação com a segurança e bem-estar dos filhos decidiu levar toda a família para morar em Lisboa, onde está radicada desde 2019. “Morar em São Paulo é muito sofrido, eu tinha muito medo da violência, pois a cada 23 minutos morre um jovem preto na cidade e eu tenho três jovens pretos em casa. Eu tinha muito medo deles quererem ir para a balada e não conseguirem voltar”, pondera. 

A vida na Europa não apresenta conflito com sua atuação no Brasil, afinal tem o costume de aproveitar a diferença de fuso horário para se dedicar a atividades pessoais pela manhã e trabalhar todo o período comercial brasileiro nas tardes e noites portuguesas. Além disso, costuma visitar o país de origem ao menos 2 vezes por ano, quando aproveita para se reunir com clientes e propspects de suas três empresas.  

Para o futuro, a ideia é não parar.  “Meu maior desafio é criar um ambiente de trabalho onde as pessoas se realizem também, não só eu, porque tem que ser bom pra todo mundo”, afirma. 

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