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Igualdade na vida, no esporte e na liderança: mulheres em todos os lugares

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Igualdade na vida, no esporte e na liderança: mulheres em todos os lugares

O que podemos fazer para ter mais mulheres em cargos de liderança no esporte e, principalmente no futebol, que é um meio tão masculino?


10 de março de 2023 - 9h58

Seleção brasileira de futebol feminino (Crédito: Thais Magalhães / CBF)

A semana da mulher chegou e sempre nos vem aquela pergunta quando pensamos nas nossas áreas de atuação: O que podemos fazer para ter mais mulheres em cargos de liderança? No meu caso, penso muito em como ter mais representação das mulheres em cargos de liderança no esporte e, principalmente no futebol, que é um meio tão masculino.  

Por diversas vezes e por muito tempo, me sentei em mesas de board de empresas em que eu fui a única mulher. Hoje tenho orgulho de dizer que vejo o número de mulheres na mesa aumentar, mas ainda segue longe do ideal.   

Quando olhamos para os clubes de futebol, o nome que nos vem à cabeça é o da Leila Pereira, que é presidente do Palmeiras há mais de um ano. Além dela, vemos algumas mulheres nas diretorias de marketing de clubes, como Liana Bazanela, que é do Sport Clube Internacional, time gaúcho que foi finalista do Campeonato Brasileiro feminino de 2022. Ambas são as primeiras mulheres a ocupar esses cargos nos clubes citados. No Juventude, 40% dos cargos de gestores pertencem a mulheres. 

Quando pensamos em jogadoras, esse número vem aumentando cada vez mais, mas não foi assim e não é só no Brasil. A sueca Pia Sundhage, atual técnica da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, já afirmou que fingiu ser um menino para poder participar de um torneio de futebol de sua cidade quando criança, cerca de 7 anos, pois garotas eram proibidas de jogar futebol. Felizmente isso mudou e temos uma seleção campeã com ela no comando. 

O número também aumenta na questão de patrocínios de marcas, como comentei aqui no último artigo que escrevi. Relatório da FIFA que abrange o futebol feminino revelou que o número de ligas femininas com patrocinadores principais aumentou de 11 para 77%, após o ano de 2021.  

Um avanço para a divisão feminina, mas o número ainda está longe do ideal. Esse movimento não depende só de nós, que lutamos diariamente contra as desigualdades. Esses movimentos que vem acontecendo deixam em evidência a preocupação de clubes, empresas e entidades com a diversidade e em dividir funções tão importantes de maneira igualitária, como deve ser. 

Somos a maior parte da população. Segundo o IBGE, a população brasileira é composta por 48,9% de homens, enquanto 51,1% são mulheres. O atual governo passou a enxergar as discrepâncias, e tomou atitudes no dia das mulheres para amenizar essas diferenças. Por enquanto ainda não existe uma lei para obrigar que exista igualdade na liderança ou equipe das empresas. No entanto, foi lançado um pacote de medidas, em que uma delas é o projeto de lei que tem o intuito de garantir igualdade salarial para homens e mulheres que exercem a mesma função e elevar o valor das multas aplicadas àqueles empregadores que descumprirem a ordem de paridade. 

Além da luta das mulheres do dia a dia e da criação de políticas públicas por algo que deveria ser natural em pleno século 21, a ciência também defende. De acordo com estudo global feito no Reino Unido, realizado pela pesquisadora do The George Institute for Global Health, Ana Catarina Pinho-Gomes, em parceria com a Imperial College London, a equidade de gêneros beneficia a expectativa de vida de mulheres e homens. A pesquisadora ainda afirmou que o aumento da representação das mulheres em vários setores contribui para sociedades mais ricas e mais saudáveis para todos. 

A luta pela igualdade é de todos, e não podemos parar. Ela se faz a cada dia. Se cada mulher que já chegou lá exaltar outras mulheres, dar oportunidades para outras mulheres e puxar a próxima para liderar também, o ciclo aumenta e todos se beneficiam. Na vida, no esporte, no campo, e nas cadeiras de decisão, sigamos de cabeça erguida. 

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