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Opinião

Intuição para os negócios 

Parte do caminho para o sucesso na vida profissional e empresarial tem a ver com saber seguir a própria intuição e nisso, as mulheres são craques 


11 de setembro de 2024 - 6h30

(Crédito: Shutterstock)

Na equação para alcançar o sucesso, um elemento fundamental é o respeito à sua própria intuição — e isso vale tanto para quem faz carreira como executivo como para quem quer empreender. Mas, infelizmente, esse é um fator que muita gente, por não compreender, acaba ignorando ou até menosprezando.  

Grande erro! Parte do caminho para inovar, para ser pioneira em um mercado e deixar um legado como empresária, é pavimentado com a escuta daquela voz interior que faz a gente tomar decisões muitas vezes difíceis de explicar para os outros, mas que sabemos serem as mais acertadas.  

Gosto da expressão em inglês “gut feeling”, que é usada como sinônimo para intuição porque mostra claramente que é um sentimento que vem das entranhas, que está além da lógica tradicional e que tem está ligada ao instinto de sobrevivência biológica. No mundo dos negócios, esse tipo de sensação faz toda a diferença.  

Normalmente as pessoas gostam de associar a intuição ao universo feminino. É a tal “intuição feminina”, que muita gente trata como folclore. Mas isso é um reducionismo perigoso, porque a intuição é uma dádiva que todos podem ter, desde que sejam capazes de ouvir a sua própria voz interior.  

O problema passa a ser como a sociedade e os ambientes de negócios que têm viés machista recebem a intuição. Infelizmente ainda acontece aquela situação em que, se uma mulher expressa seu “gut feeling”, as pessoas dizem que ela “está viajando”, mas se for um homem fazendo a mesma coisa, ele é considerado “visionário”.   

Um exemplo extraordinário de homem que valorizava a sua intuição é o Silvio Santos. Vários dos seus negócios bem-sucedidos e contratações importantes são fruto da sua capacidade de sentir o que daria certo. Durante a cobertura que seguiu ao seu falecimento, apareceu um vídeo em que ele fez uma defesa muito inteligente da importância de seguir a intuição:  

“Quem quiser se meter com qualquer tipo de negócio não deve se importar com elogios e críticas. Deve fazer o que a própria intuição manda, com bom senso e deixando a vaidade de lado. Com isso, você tem plenas condições de atingir seus objetivos”, disse Silvio Santos em uma palestra.  

Ao ouvir essas palavras, fiquei pensando nos muitos momentos em que segui esse conselho sem jamais tê-lo ouvido. E isso vai da escolha do curso jornalismo, lá na adolescência, até as decisões que tenho tomado como CEO da Mynd e Billboard Brasil, passando pela escolha de deixar de ser executiva e empreender.

Já percebi que existe em mim uma química interna em que a intuição funciona como catalisadora, potencializando minha criatividade e autoconfiança. Por exemplo, quando apostei no marketing de influência, essa era uma disciplina da comunicação ainda praticamente desconhecida e vista por muitos como algo menor. Minha intuição me levou à inovação, ao pioneirismo e à liderança de mercado. Hoje a Mynd é a maior especialista em cultura digital, marketing de influência e entretenimento da América Latina.  

Na hora de escolher as pessoas da equipe, por exemplo, a intuição é super decisiva. Muitos profissionais têm formação e habilidades semelhantes, mas, quando o “santo bate”, a gente sente uma energia diferente e percebe que aquela pessoa vai ajudar a construir o seu projeto. Isso acontece comigo o tempo todo! E está na raiz de cada relacionamento com sócios, parceiros e executivos da Mynd.  

Ainda dentro do campo das sensações imateriais e dificilmente descritas pela lógica, existe um tipo de intuição que até os céticos sabem reconhecer: a desconfiança. Sabe aquele sinal de alerta que soa na cabeça da gente quando tudo parece fácil demais? Pois bem, ele também é uma intuição e merece ser ouvido.  

E, mais uma vez, trago uma citação de Silvio Santos: “Todas as coisas são difíceis, tudo tem que ser lutado. Desconfie das coisas fáceis”.  

De lutar pelas coisas, as mulheres entendem muito! Afinal, até hoje, cada avanço que conseguimos é resultado de muita batalha por espaço, respeito e reconhecimento. A gente vai em frente porque sente lá no fundo que tem que continuar e porque sabe que ignorar nosso desejo de evolução vai acabar nos fazendo mal, vai envenenar nossas mentes e corações.  

Por isso, não deixe ninguém menosprezar sua intuição. Pelo contrário, valorize suas percepções, suas sensações e siga em frente construindo a sua história, de acordo com as suas próprias regras e sentimentos.  

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