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Opinião

Jogos Olímpicos da parentalidade

O esporte é uma fonte riquíssima de inspiração para nós, pais, na execução árdua e gratificante de nossos vários papéis


29 de julho de 2024 - 9h31

(Crédito: Shutterstock)

Disciplina, foco, resiliência… não estou citando as habilidades necessárias de um atleta. Falo aqui do que coloco à prova todos os dias de minha vida. Ao exercer a maternidade, adquiri características muito parecidas daquelas de quem se prepara para uma maratona.

Com a chegada das Olimpíadas, esse paralelo me veio muito forte.

Isso porque, assim como os atletas se preparam, os profissionais que navegam pela parentalidade e pela carreira precisam de treinamento e recursos para alcançar a alta performance nos dois campos.

Nenhuma medalha de ouro é conquistada sozinha; a construção de uma rede de apoio, tanto no âmbito pessoal, quanto no profissional, é essencial.

Por isso, trago uma provocação: no placar da vida entre filhos e carreira, quem está ganhando por aí? E, mais, será que realmente é necessário zerar o placar da carreira para conseguir crescer o placar dos filhos, e vice-versa?

Equilíbrio para performar

Acredito que conciliar filhos e carreira não precisa ser com um jogo competitivo, no qual um lado deve perder para o outro vencer. Esse equilíbrio dinâmico está longe de ser um simples jogo com uma única partida. Ele é, na verdade, uma grande jornada, uma verdadeira olimpíada.

Da mesma forma que os atletas olímpicos dependem de uma infraestrutura robusta e uma verdadeira comissão de pessoas engajadas para alcançar o sucesso, os profissionais que são pais precisam de um ambiente de trabalho que ofereça os recursos necessários para prosperar em ambas as áreas.

Vários são os casos de mães desmotivadas no ambiente corporativo. Ou que encontram degraus quebrados para ascender no mercado. Dados da pesquisa Bem-Estar Parental (2023), realizada pela Filhos no Currículo em conjunto com a Infojobs, apontam que 55% de pais e mães já sofreram preconceitos ou retaliações no trabalho ou em processos seletivos.

No cenário corporativo, mulheres são arrastadas para fora da arena, na medida em que chegam os filhos em suas vidas, como se passassem a performar menos. O que acontece é o contrário. Filhos são potência na carreira. Ao invés de perda de performance, essa profissional retorna ao trabalho com habilidades extras, adquiridas no exercício de sua parentalidade. Sim, com aquelas habilidades que citei lá em cima: disciplina, foco, resiliência, entre tantas outras.

Tudo o que nós, atletas parentais, apresentamos.

O esporte é uma fonte riquíssima de inspiração para nós, pais, na execução árdua e gratificante de nossos vários papéis. Que seja referência também nos corredores corporativos, para que possamos reforçar a importância do equilíbrio entre carreira e família, sem que um lado precise perder para o outro vencer.

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