Liderança feminina e masculina: existe, de fato, diferença?
Pesquisa da Robert Half, feita em parceria com Insper, aponta que os profissionais já enxergam os mesmos atributos e características em líderes de diferentes gêneros
Liderança feminina e masculina: existe, de fato, diferença?
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Meio & Mensagem
7 de março de 2023 - 6h00
Por conta do mês de celebração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira, 8, a Robert Half, em parceria com o Insper, realizou uma pesquisa para mapear as percepção em relação às diferenças entre os líderes homens e mulheres no mercado de trabalho.
Com o nome de “Quebrando Mitos – Sobre lideranças e gêneros”, a pesquisa contou com a participação total de 1.464 profissionais, avaliando tanto os líderes em relação à sua própria percepção de gestão, quanto funcionários que avaliaram os seus gestores.
Uma das primeiras conclusões da pesquisa é que o mito de que há diferenças entre um líder homem e uma líder mulher.
Ao analisar os atributos gerais de líderes – como caráter moral, competência, autenticidade, humildade e benevolência, não há, segundo a Robert Half, diferenças estatística relevantes entre os gêneros.
O mesmo acontece em relação a análise da legitimidade das lideranças, na visão dos profissionais liderados. Em relação a status, prototipicalidade do líder, efetivada da liderança e endosso do líder, a pontuação atribuída a homens e mulheres é praticamente a mesma.
Flavia Alencastro, diretora regional da Robert Half, diz que muitas empresas ainda esperam um tipo de liderança de homens ou mulheres com base em características apoiadas em puras suposições de como esses líderes são e de quais competências são.
“A seleção de determinados profissionais com base em estereótipos, e não nos conhecimentos e reais qualidades das pessoas, pode levar até a contratações equivocadas. Esse é um risco que as companhias devem evitar”, diz a profissional, em comunicado.
Tanto os líderes homens quanto as líderes mulheres avaliados na pesquisa Robert Half praticamente as mesmas percepções em relação a alguns atributos de sua função.
Os líderes dos dois gêneros, são, praticamente, igualmente motivados a liderar e percebem, de forma similar, que possuem as competências necessárias para exercer a função.
Nesse ponto, contudo, a pesquisa apresenta algumas diferenças. Quando questionados sobre a preocupação em equilibrar a vida pessoal e o trabalho, os pensamentos dos líderes homens e das mulheres são diferentes.
Em estágio inicial da carreira, na verdadeira, ambos demonstram uma taxa parecida de preocupação com essa conciliação. Conforme avançam na hierarquia, entretanto, as mulheres se mostram bem mais preocupadas em conciliar trabalhar e vida pessoal enquanto essa preocupação diminui entre os homens.
Outra diferença apontada pela pesquisa é que, enquanto homens e mulheres se percebam equipados o suficiente para exercer sua função, as mulheres tendem a se achar com menos habilidades para liderar e, com isso, questionam mais suas chances de sucesso. Essa percepção de lacuna se torna maior conforme as mulheres ascendem em posição hierárquica.
“Por acreditar que precisa acumular mais skills ou determinado conhecimento específico antes de ascender na carreira, a mulher acaba não perseguindo oportunidades que um homem com o mesmo nível de competência busca no contexto profissional”, analisa Tatiana Iwai, professora do Insper e uma das responsáveis pela pesquisa.
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