Maioria dos assédios no Brasil ainda ocorre no trabalho
Pesquisa "Mapa do Assédio", realizada pela KPMG, aponta ainda que tipificação de gênero é a segunda mais recorrente
Maioria dos assédios no Brasil ainda ocorre no trabalho
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Meio & Mensagem
13 de novembro de 2024 - 10h35
De acordo com a pesquisa “Mapa do Assédio”, realizada pela KPMG, 41% dos casos de assédio no Brasil acontecem no escritório e no ambiente de trabalho. O número é superior ao registrado na edição anterior do estudo (33%), conduzida no ano passado.
Ainda segundo o levantamento, a grande maioria (92%) das pessoas que sofreram algum tipo de assédio ao longo da vida preferiram não reportar o fato aos canais competentes. As principais motivações para isso estão na crença de que o caso não seria investigado (27%), medo de retaliação (23%), de exposição (22%), e temor pela integridade física ou psicológica (18%). Além disso, entre os que denunciaram, apenas 48% tiveram retorno.
Vale ressaltar que a legislação brasileira oferece respaldo para quem busca apoio para lidar com ocorrências de assédio. O estudo salientou ainda a importância dos canais de denúncia, como o hotline, considerando que 80% dos entrevistados somente se sentiram à vontade para reportar denúncias nesse mecanismo.
“A pesquisa reforça a necessidade de as organizações e a sociedade redobrarem a vigilância e o enfrentamento dos casos de assédio. Também é altamente positivo existirem canais de denúncia. Mas eles precisam ser mais efetivos. Além disso, ficou evidente a responsabilidade das organizações, em função do elevado número de casos acontecendo nos ambientes de trabalho”, avalia Carolina Paulino, sócia da prática forense e de litígios da KPMG no Brasil.
Além do ambiente de trabalho, outros lugares mais citados como espaços de assédio foram local aberto, rua e descampado (13%); ambiente familiar, de amigos ou conhecidos (10%); e transporte público (9%). Também foram mencionados instituições de ensino (4%); bares e restaurantes (3%); estabelecimentos turísticos, hospitais ou consultórios médicos (2% cada).
A pesquisa destacou que 30% dos respondentes sofreram algum tipo de assédio nos últimos 12 meses. Sobre a tipificação, o assédio de gênero é o segundo mais recorrente, com 15%. Em primeiro lugar está o moral e psicológico (46%), seguido pelo sexual (14%), por idade (8%), retaliação (8%), religioso (4%), por deficiência (2%) e orientação sexual (2%).
“Entre as medidas que as empresas devem adotar, está o cumprimento à Lei nº 14.457/22, que exige a realização de treinamentos, palestras e cursos para todas as organizações com mais de 20 funcionários. É uma medida essencial de prevenção ao assédio e combate à violência no trabalho para viabilizar ambientes mais humanos e éticos e agregar valor ao negócio”, afirma Emerson Melo, sócio-líder da prática forense e de litígios da KPMG no Brasil e colíder na América do Sul.
A pesquisa “Mapa do Assédio” foi realizada pela KPMG em setembro de 2024 com 500 pessoas no Brasil, de diferentes profissões e situações socioeconômicas.
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