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Opinião

Mercado de influência e crise climática

Empresas e agências de marketing podem usar sua voz para de fato construir uma sociedade mais igualitária, além do purpose washing


27 de maio de 2024 - 8h45

(Crédito: Adobe Stock)

Publis, convites para festas e recebidos incríveis. É isso que a maioria das pessoas veem quando se pensa na vida de uma pessoa influenciadora. Mas quando chega a hora de influenciar a audiência para além do consumo, existe de fato uma preocupação de educação na formação desse público?

Durante as últimas semanas, especialmente ao que se refere às enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul, pudemos observar pessoas produtoras de conteúdo que de fato usaram seus veículos de comunicação para trazer informações relevantes, como locais de acolhimento, maneiras de fazer doações corretamente e efetivas, caminhos para acessar os benefícios aos quais as vítimas das enchentes têm direito. Mas também vimos um show do que Adalberto Neto (@oadalbertoneto) chama de “nanagouveização da tragédia”.

Disclaimer: em 2012, a ex-modelo brasileira Nana Gouveia achou uma boa ideia fazer um ensaio fotográfico em meio ao caos provocado pelo furacão Sandy em Nova York. Na época, a situação virou chacota internacional, mas ela conseguiu o que queria, voltar às manchetes.

Já em 2024, vimos celebridades correndo atrás do hype como sempre fazem. Até aí tudo bem, mas dessa vez era “ajude o Rio Grande do Sul”, como uma campanha qualquer que não se pode estar de fora, mesmo que espalhando fake news e desinformação.  É inegável que informação é poder, e quando se tem um grande alcance, a voz é uma das armas mais poderosas.

As celebridades, assim como as empresas, estão atentas ao ativo reputacional que a tragédia traz, mas o que venho feito fortemente é informar e conscientizar que empresas e agências de marketing podem usar sua voz para de fato construir uma sociedade mais igualitária, além do purpose washing. Sei que em muitos casos, quando a pessoa influenciadora traz um tema relevante, o engajamento cai, o vídeo tem menos visualizações, mas é necessário fazer a coisa certa.

Recentemente, Anitta falou no evento Global Citizen sobre a urgência de direcionar a atenção das mídias sociais para questões como a preservação da Amazônia e do meio ambiente e, uma semana depois, ao postar fotos dos seu dia a dia no terreiro de candomblé de que faz parte, perdeu mais de 200 mil seguidores. Contudo, não houve um lamento por parte da cantora, mas uma postura de que existe ali uma bandeira a ser levantada contra o racismo religioso.

É possível fazer uma atuação que seja sustentável para o negócio e relevante para a sociedade, afinal, acredito que todos estamos aqui para colaborar. A missão de cada empresa e profissional deve ser sua maneira de oferecer o seu melhor para o mundo.

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