Mulheres ganham espaço no empreendedorismo digital no Brasil

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Mulheres ganham espaço no empreendedorismo digital no Brasil

Pesquisa aponta que estratégia mais focada e base de seguidores qualificada são chave para a consolidação de negócios digitais 


21 de agosto de 2024 - 8h25

Segundo novo levantamento da Hubla, plataforma de venda de produtos digitais, o empreendedorismo digital feminino tem aumentado no Brasil, principalmente no primeiro trimestre de 2024. De acordo com dados coletados pela empresa, o ritmo de crescimento de faturamento e ticket médio das companhias do segmento lideradas por mulheres é três vezes superior ao número registrado por homens.  

No primeiro trimestre, o ticket médio das empresárias ficou em torno de R$ 764,49, enquanto o dos perfis masculinos ficou em R$ 203,89. Já no segundo trimestre, giraram entre R$ 478,63 e R$ 197,60, respectivamente. Para a pesquisa, foram analisados dados de mais de seis mil empreendedores que hospedam produtos digitais na plataforma. 

Além do aumento na receita, a empresa detectou um maior número de mulheres empreendendo. “Notamos uma entrada expressiva de empresárias digitais nos últimos meses. No primeiro trimestre de 2024, tivemos o dobro da quantidade do que no anterior, por isso nos debruçamos para entender melhor a performance delas na plataforma e como podemos oferecer ainda mais empoderamento e confiança a cada uma”, afirma Arthur Alvarenga, CEO e cofundador da Hubla. 

Entre os empresários digitais cadastrados na plataforma que apontam o gênero, 17,6% são mulheres. No entanto, na comparação do GMV total (“gross merchandise volume”, ou seja, o valor total processado pelo empreendedor digital dentro da plataforma, sem contar com gastos e despesas), essas empresárias representaram praticamente a metade, cerca de 46,1% no primeiro trimestre.  

A influência por trás do negócio

Um estudo sobre a presença feminina no empreendedorismo digital da Unctad (UN Trade and Development, entidade parte do Secretariado da ONU) destaca que as mulheres, em todos os continentes, ainda enfrentam múltiplos obstáculos para ter sucesso na economia digital. Dentre os fatores estão a falta de representatividade em posições de liderança, disparidades de acesso à internet entre os gêneros e falta de inclusão de mulheres em áreas STEM. 

Entretanto, quando comparada a representação feminina entre influenciadores digitais em todo o mundo, as mulheres são maioria (70%), de acordo com a pesquisa “Influencer Marketing Report” da Collabstr, de 2024. Essa diferença, entretanto, tende a diminuir na comparação do número de seguidores. Entre criadores de conteúdo que têm de mil e 10 mil seguidores, elas são 81%, versus 9% de homens. Já entre influenciadores com 100 mil e 500 mil, elas representam 63% e os homens 37%. 

Tal discrepância revela o potencial que as influenciadoras têm para criar negócios digitais e prosperarem na economia digital. Segundo o levantamento da Hubla, os maiores players desse mercado ainda são os homens, que representam 82% dos empreendedores que declararam gênero na Hubla. Entretanto, cada vez mais influenciadoras estão se tornando empresárias e conquistando espaço, tendo como exemplos a Boca Rosa, Natalia Beauty e Sabrina Nunes. 

Base de seguidores qualificada

Outro dado da pesquisa da Hubla aponta que a quantidade de consumidoras que se declararam mulheres na plataforma e adquirem produtos das empresárias digitais também teve um salto, passando de nove mil no período e praticamente triplicando no segundo trimestre, com quase 27 mil novas clientes.

“Estamos falando de mulheres que engajam principalmente com seus perfis em mídias sociais, muitas vezes ensinando outras mulheres a criarem produtos digitais ou serem mais ativas e por criarem uma comunidade tão engajada, as clientes acabam seguindo os mesmos passos. A conclusão direta é que as empresárias, no geral, têm uma base de seguidores mais qualificada, fazendo um trabalho de engajamento com mais foco”, acrescenta o CEO. 

Entre os segmentos mais lucrativos para as empresárias digitais, o marketing desponta no período. Em segundo lugar está o desenvolvimento pessoal, seguido de educação profissional. Considerando os produtos digitais, os principais são cursos, mentorias coletivas e individuais, ebooks, eventos presenciais e grupos exclusivos.  

“Entendemos que o comportamento da nossa plataforma pode ser atípico para o mercado, visto que quando olhamos para os maiores players, a maioria é homem. Por vermos esse movimento feminino no digital menos valorizado, fazemos questão de dar voz, luz e empoderamento para as nossas empresárias digitais,” finaliza Arthur. 

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