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Nova Orleans levou 10 anos para se reconstruir após o Katrina. E o Rio Grande do Sul?

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Opinião

Nova Orleans levou 10 anos para se reconstruir após o Katrina. E o Rio Grande do Sul?

A reconstrução do Rio Grande do Sul é uma oportunidade não apenas de restaurar uma região devastada, mas de fortalecer e redefinir nossa sociedade como um todo


20 de junho de 2024 - 8h51

A dog isolated in the flood

Maio de 2024 foi um mês difícil de processar. Já na primeira semana, testemunhamos as consequências da maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, que tirou a vida de centenas de pessoas. Cidades, no interior e na região metropolitana, incluindo a capital Porto Alegre, ficaram irreconhecíveis, e seus moradores, empresas e animais em situação de vulnerabilidade.

Como líderes, este é um daqueles momentos cruciais em que a realidade nos obriga a reavaliar compromissos e agendas, e nos oferece a oportunidade de direcionar nossos negócios para fazer a diferença na vida das pessoas hoje. Tenho a honra de liderar um time engajado que se prontificou a fazer uma doação de 27 toneladas de produtos de higiene da Reckitt Comercial em tempo recorde. Também testemunhei a mobilização das empresas em todo o Brasil, respondendo a essa crise com prontidão e generosidade. Há situações que exigem ação imediata – e o que estamos enfrentando no Rio Grande do Sul é uma delas.

Agora, passada a prestação de assistência emergencial, o compromisso vai além, com a reconstrução sustentável da região afetada e de outras que enfrentam o mesmo risco. Um estudo do Fórum Econômico Mundial mostrou que, até 2050, as mudanças climáticas podem resultar em um adicional de 14,5 milhões de mortes e perdas econômicas de US$ 12,5 trilhões em todo o mundo. Esses números devastadores não apenas nos alertam, mas também nos convocam à ação, reunindo empresas, governos e sociedade civil na adaptação e prevenção de desastres climáticos.

Assisti a cada caminhão que parte da sede da CUFA com doações lembrando das palavras de Martine Rothblatt, fundadora da United Therapeutics and Sirius: “É inspiradora a infinidade de maneiras pelas quais os negócios podem melhorar o mundo.” Deixo, então, algumas perguntas aos meus colegas, questões estas que também tenho me debruçado junto à minha equipe:

– Qual ação de reconstrução de médio/longo prazo que a sua marca pode ter no Rio Grande do Sul?

– Se a sua indústria é de um ramo específico e não prioritário à primeira vista, quais parcerias podem ter a sua participação?

– De forma mais prática e ampla: o que a sua empresa pode fazer para evitar tragédias como essa?

Sei que ainda não temos todas as respostas acima, mas reforço que a crise climática não reconhece divisões setoriais ou industriais. Sua solução exige uma abordagem coletiva, marcada pela cooperação e colaboração entre todos os envolvidos.

Para os líderes que apreciam um desafio, a reconstrução do Rio Grande do Sul representa o maior de todos – uma oportunidade não apenas de restaurar uma região devastada, mas também de fortalecer e redefinir nossa sociedade como um todo. Vamos juntos?

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