O acúmulo de riqueza e o papel do setor privado na inclusão social
Cada investimento, cada parceria e cada decisão de consumo podem ser um passo decisivo em direção a um país mais justo, próspero e inclusivo
O acúmulo de riqueza e o papel do setor privado na inclusão social
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16 de janeiro de 2025 - 6h32
Os dados mais recentes do IBGE trouxeram uma notícia esperançosa: em apenas um ano, 8,7 milhões de brasileiros saíram da pobreza, alcançando o menor nível desde 2012. Essa conquista reflete a força de políticas públicas como o Bolsa Família e o dinamismo do mercado de trabalho. Mas, para transformar essa melhora em um movimento contínuo e sustentável, precisamos convocar outro ator essencial: o setor privado.
Negócios de impacto social têm mostrado que é possível aliar propósito e lucro, oferecendo soluções que atacam as raízes da desigualdade. Startups, fintechs e movimentos como o Sistema B no Brasil estão abrindo caminho para uma economia mais inclusiva e justa, enquanto geram retornos financeiros significativos para investidores visionários.
Um bom exemplo vem do Sistema B, rede global que reúne organizações comprometidas com o equilíbrio entre lucro e propósito. O número de companhias nacionais com a Certificação B cresceu 74% desde 2020, alcançando 353. Com isso, o Brasil lidera a lista de 18 nações da América Latina, evidenciando a crescente conscientização das empresas em adotar práticas que geram impacto positivo. Marcas como Farm Rio e Natura, amplamente conhecidas pelo público, são exemplos dessa transformação.
Por outro lado, ainda temos um caminho longo para percorrer. O índice Gini, que compara os 20% mais pobres com os 20% mais ricos, apresentou estabilidade entre 2023 e 2024. Porém, o Brasil ainda figura entre as nações com maior concentração de renda. Ou seja, há muito trabalho a ser feito.
Essa concentração de riqueza se torna ainda mais evidente quando analisamos os rankings globais de bilionários, inclusive com alguns nascendo bilionários por herança, sem nada produzido em termos de riqueza para a o planeta, como impacto social ou ambiental, oportunidades de empregos ou crescimento, ideias e inovações.
O desequilíbrio social gera impactos profundos, como violência, degradação do tecido social e danos ao meio ambiente.
Precisamos, com urgência, que a consciência sobre a escassez mundial e a desigualdade contagie essas figuras já não tão raras, os bilionários (alguns bastante midiáticos e reverenciados), além de decisores, investidores e empresas.
É possível — e necessário — equilibrar o crescimento econômico com a distribuição justa de oportunidades.
As iniciativas de impacto social têm uma característica em comum: a coragem de desafiar modelos tradicionais. Elas provam que investir em negócios com propósito não é caridade, tampouco responsabilidade social como um adendo às operações. É uma estratégia inteligente e necessária para fortalecer o Brasil e, por que não, o mundo.
Como podemos acelerar ainda mais esse ecossistema? Cada investimento, cada parceria e cada decisão de consumo podem ser um passo decisivo em direção a um país mais justo, próspero e inclusivo. Se 8,7 milhões de brasileiros saíram da pobreza em apenas um ano, imagine o que podemos alcançar com setor privado e público atuando juntos.
A hora de agir é agora. Não podemos mais adiar um futuro em que propósito e prosperidade caminhem lado a lado. O equilíbrio social que tanto desejamos só depende das nossas escolhas de hoje.
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