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O dia em que não falaremos mais sobre IA

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Opinião

O dia em que não falaremos mais sobre IA

Para as empresas ampliarem seus negócios com mais efetividade e inovação, o caminho será absorver a transformação como parte do seu DNA


26 de novembro de 2024 - 8h37

(Crédito: Shutterstock)

“Vai chegar o dia em que não falaremos mais sobre IA.” Assim começou a fala de Jon Carvill, diretor de comunicação da Meta para Inteligência Artificial, sobre a evolução dessa tecnologia não apenas na companhia, mas na sociedade.  

Ele não se refere à perda de relevância da IA. Muito pelo contrário, essa colocação tem a ver com a normalização da IA como algo integrado na fundação de muitas das ferramentas que usamos, o que deve acontecer ao longo dos próximos anos como resultado da evolução da tecnologia e do comportamento das pessoas.  

Jon veio ao Brasil para fazer uma apresentação sobre IA para alguns dos principais parceiros com quem trabalho no dia a dia e despertou interessantes conversas sobre negócios nessas próximas semanas. Esse encontro me deixou inspirada para compartilhar aqui mais alguns pensamentos sobre o porquê sou tão empolgada com esse tema. E não é de hoje.  

Comecei a trabalhar com inteligência artificial lá nos meus tempos de Nova Iorque. Me fascinou, como profissional de transformação digital, entender o potencial que estas tecnologias têm de impulsionar as habilidades humanas e as possibilidades dos negócios, ambos em espectros bastante amplos de uso, desde assistência em áreas de deficiência ou limitação até a realizações antes impensáveis.  

Hoje, já converso com a Meta AI como um chat no meu WhatsApp, e ela está me ajudando a planejar minhas próximas férias com ideias e direções, me dando dicas de receitas com o que tenho na geladeira e esclarecendo algumas dúvidas que tenho sobre alguns jogos de videogame que meu filho me pediu de presente. Eu falo com meu assistente diariamente, vou mandando comentários e perguntas ao longo do dia sobre os mais diversos temas.  

Assim como eu, outras 500 milhões de pessoas no mundo já estão usando a Meta AI, que vem sendo embarcada de forma gradual nos aplicativos e logo se faz acessível a um grande número de pessoas. Ou seja, a tecnologia para ser desenvolvida é complexa, mas para ser realmente usada e útil para as pessoas deve estar ao alcance das suas mãos.  

Já contei também que usei IA para ampliar minhas perspectivas acadêmicas durante o mestrado? Foi incrível o dia em que aprendi a respeito de toda uma linha de pesquisa e seus respectivos autores durante um intenso diálogo com a máquina. Pedi ajuda fazendo uma pergunta muito longa de mais de mil páginas de conteúdo (mil mesmo), considerando links para toda a bibliografia de mais de 150 artigos acadêmicos analisados e examinando áreas emergentes de conhecimento ainda com pouca pesquisa.  

Enfim, só alguns dos exemplos pessoais que têm feito diferença prática no meu dia a dia e com certeza me levado mais longe. De Nova Iorque pra cá, sigo com o mesmo encantamento, mas agora acompanhando bem de pertinho o desenvolvimento de tantas aplicações pensadas na comunicação com amigos, família e os negócios com quem nos relacionamos, diversão e o consumo dos conteúdos que mais amamos, educação e as mais diferentes formas de aprendizagem e tantos outros universos que permeiam o futuro das conexões humanas.  

Pensando no universo da conexão entre os negócios e os consumidores, hoje a IA habilita empresas a serem mais efetivas no diálogo com seu público, garantindo que estão fazendo os melhores investimentos ao se conectarem com as pessoas que têm maior propensão a engajarem com seus produtos e serviços.  

Isso já é uma realidade hoje, e enxergamos resultados expressivamente positivos para as empresas que investem em soluções como essas, além dos usuários terem a oportunidade de receberem conteúdos mais adequados aos seus gostos e interesses.  

Olhando para frente, de onde estamos hoje, a próxima etapa virá quando o modelo atual evoluir incluindo mais capacidade de perceber e fazer mais previsões com base na compreensão do mundo ao seu redor, resultando em um modelo com ainda mais possibilidades de trabalhar com os humanos para irem mais longe com suas habilidades, com o desenvolvimento da ciência na área da saúde preventiva e planejamento urbano das cidades pensando em mobilidade. Isso só para refletir em alguns exemplos.  

Para as empresas ampliarem seus negócios com mais efetividade e inovação, o caminho será absorver a transformação como parte do seu DNA, mesmo que não seja uma tarefa simples e rápida para todas as culturas organizacionais. 

Pensando com profundidade sobre o futuro que estamos construindo a partir do desenvolvimento das tecnologias digitais e inteligência artificial aplicada a tantos setores e funções na sociedade, a melhor maneira das mudanças serem benéficas para empresas é aquela onde as organizações se colocam como parte desta mudança, provocando e construindo novas formas de atuar dentro das especificidades de seus mercados, não deixando de ser pragmáticas com seus resultados e valorizando seus talentos humanos.  

O importante é acelerar essa transformação, porque as oportunidades são grandes hoje e só tendem a se ampliar num futuro bem próximo.  

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