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O e-mail que precisava ser uma reunião

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Opinião

O e-mail que precisava ser uma reunião

Como criar uma cultura corporativa que prioriza a escuta e empatia


29 de setembro de 2023 - 8h52

(Crédito: Alexis-Scholtz/People images com/Adobestock)

Recentemente eu li um artigo na Harvard Business Review que falava sobre como a gentileza neste contexto de mundo que vivemos, com crise econômica, aquecimento global e discussão sobre saúde mental, é algo indispensável no ambiente profissional. O autor, que lidera um dos principais grupos de comunicação no mundo, comentava como ser cuidadoso, atencioso e empático pode trazer humanidade para as relações, construir laços mais fortes entre líderes e time e, inclusive, por isso impactar no resultado de negócios. Eu concordo muito com esta perspectiva, mas confesso que tenho visto cada vez mais barreiras para construirmos relações gentis no ambiente de trabalho em que estamos. 

A busca incessante por produtividade e alta performance faz com que não enxerguemos as sutilezas que nos levam a estabelecer conexões sólidas com as pessoas à nossa volta. A falta de tempo e o acúmulo de funções podem ser justificativas para falharmos com a escuta ativa, a atenção na comunicação e o respeito ao outro? 

Quanto mais alcançamos cargos de liderança parece que temos menos tempo para o que é subjetivo nas trocas com nossos times, parceiros e fornecedores. Como conseguimos construir relacionamentos e ajudar no desenvolvimento profissional se estamos cada vez sumarizando mais, condensando o tempo de troca e resumindo ideias complexas em poucos slides? Falamos tanto sobre como certas reuniões poderiam ser um email que hoje vejo reuniões importantíssimas virando email. 

Para construir cultura corporativa, engajar e reter relações no mercado de trabalho, precisamos ficar atentos em como adicionar cuidado nas trocas que julgamos mais rotineiras. É abrir espaço para um café para falar sobre a vida, discutir sobre anseios e desafios profissionais, é estar 100% presente durante uma apresentação e controlar a ansiedade para não atropelar a linha narrativa do profissional, porque ouvir é cuidado. 

Adicionar ao bom dia e boa tarde nas mensagens o “como você está?”, ser pontual nos encontros e avisar em caso de falta, isto é cuidado com o tempo das pessoas.  

É encontrar as melhores palavras para responder a uma questão e não simplificar enviando um emoji (sim, chegamos neste ponto).  

Temos que encontrar espaço de qualidade para reconhecer a potência do indivíduo que está atrás do crachá e para que também ele possa reconhecer nossas potências. As vivências, histórias e repertórios são muito importantes para conseguirmos construir conexão, cumplicidade, relações. E isso certamente é fundamental para os negócios. 

 

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