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Opinião

O futuro das agências independentes

Como existir e competir em um mundo dominado pelas holdings globais


31 de março de 2025 - 8h48

(Crédito: Shutterstock)

O mercado publicitário sempre teve suas dinâmicas próprias, e uma delas é a constante polarização entre grandes holdings e agências independentes. Já estive dos dois lados desse jogo e, se tem uma coisa que aprendi, é que ser independente não significa ser pequeno. Muito pelo contrário: significa ser ágil, relevante e, acima de tudo, estratégico. Mas como as agências independentes podem sobreviver nesse mercado junto com os gigantes da publicidade?

O que as holdings têm que nós não temos?

É impossível negar: as holdings globais têm estrutura, escala e poder financeiro para fechar contratos robustos e oferecer soluções integradas em múltiplos mercados. Elas contam com um volume de dados impressionante e uma rede global de talentos. Mas, enquanto isso pode parecer um fator de vantagem absoluta, também carrega burocracia, lentidão e falta de personalização no atendimento.

Se tem algo que aprendi liderando a Gana é que agências independentes podem – e devem – transformar sua autonomia em um diferencial estratégico. Aqui estão algumas frentes que considero essenciais:

Criatividade sem amarras

Sem a necessidade de alinhar decisões com um board internacional, conseguimos ser mais ágeis na implementação de ideias inovadoras e campanhas culturalmente relevantes. Enquanto grandes grupos precisam de múltiplas aprovações, agências independentes podem criar, testar e ajustar com rapidez.

Relacionamento próximo com clientes

Diferente de um modelo impessoal, nós conseguimos construir relações reais. Cada cliente é o cliente, com importância e relevância única. O cliente tem acesso direto aos sócios e à liderança, e isso muda tudo na entrega final. Participamos da estratégia e dos desafios dos clientes, nos aprofundamos no entendimento do negócio. A agência passa a ser um parceiro estratégico, e não apenas um fornecedor.

Flexibilidade para inovar no modelo de negócio

Podemos redefinir formatos de parceria, testar novos modelos de remuneração e customizar serviços de acordo com as necessidades de cada cliente. Isso nos permite trabalhar de maneira mais estratégica e menos engessada.

Cultura e autenticidade

Em um mundo onde as marcas buscam verdade e conexão com suas audiências, agências independentes têm um papel fundamental. Mergulhamos na cultura de cada lugar, entendemos toda a pluralidade que temos nesse Brasil. Nossa cultura, nossa visão e nosso compromisso com diversidade e inovação são ativos valiosos que, por muitas vezes, são mais difíceis de replicar da mesma forma nas grandes estruturas.

O segredo não é tentar imitar ou questionar o trabalho das holdings, que têm seu espaço e sua importância no mercado, e sim reforçar o que nos torna únicos e a potência do que entregamos. O futuro das agências independentes está na construção de modelos de trabalho mais eficientes, no investimento em tecnologia e na valorização de talentos diversos. Devemos fortalecer nossa capacidade analítica, ampliar nossa visão global e, ao mesmo tempo, continuar operando de maneira próxima e autêntica.

Na Gana, acreditamos que o futuro da publicidade está na conexão verdadeira entre marcas e pessoas. E isso não se constrói com processos burocráticos e distantes, mas sim com estratégia, criatividade e proximidade. É assim que seguimos crescendo – e é assim que as agências independentes podem continuar não apenas competindo, mas vencendo e conquistando seu espaço nesse mercado.

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