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O poder do “não”: como dizer isso sem se sentir culpada

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Opinião

O poder do “não”: como dizer isso sem se sentir culpada

Ao dizer "sim" para tudo, acabamos dizendo "não" para nós mesmas. A escolha de colocar limites é um ato de autocuidado e respeito próprio


24 de maio de 2024 - 9h00

(Crédito: Adobe Stock)

Nos dias de hoje, a capacidade de dizer “não” parece um superpoder que poucas pessoas possuem. Vivemos em um mundo acelerado, onde demandas chegam de todos os lados: trabalho, família, amigos, projetos pessoais e também as nossas próprias expectativas. Em meio a essa avalanche de tarefas, é comum sentir-se pressionada a aceitar mais do que conseguimos suportar.

Quem nunca passou por uma situação como esta não sabe como é se sentir culpada. Escrevo este artigo para propor uma reflexão sobre o que acontece quando não sabemos dizer “não” e como essa incapacidade pode impactar na nossa saúde, na produtividade e, principalmente, no nosso bem-estar.

Não podemos negar que, em um ambiente corporativo, a cultura do “sim” é extremamente forte, certo? Espera-se que estejamos sempre prontas para dizer “sim”. Profissionais são incentivadas a aceitar novas responsabilidades, trabalhar além do horário e sempre estar disponíveis para reuniões e projetos de última hora. Essa atitude pode parecer vantajosa a curto prazo, mas, a longo prazo, leva ao esgotamento e a uma queda na qualidade do trabalho e na produtividade. Quando dizemos “sim” para tudo e para todos, estamos efetivamente sacrificando nosso tempo e energia para outras pessoas, sem pensar no custo para nós mesmas.

A habilidade de dizer “não” é essencial para manter um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Na vida pessoal, a dinâmica é muito parecida: aceitamos inúmeros convites para eventos sociais, estamos sempre a postos para ajudar aquela amiga que está passando por alguma fase ruim, ou assumimos responsabilidades adicionais na família.

E tem mais, quando não realizamos essas tarefas, sentimos o quê? Culpa! Enquanto isso, nossos próprios hobbies, aquele descanso merecido e o tempo para o famoso “autocuidado” são negligenciados, deixados de lado mesmo e, na maioria das vezes, até esquecidos. Quando não sabemos dizer “não”, acabamos dando prioridade aos outros, deixando nossos interesses e necessidades de lado.

O ponto que eu quero chegar é que, ao dizer “sim” para tudo, acabamos dizendo “não” para nós mesmas. A escolha de colocar limites é um ato de autocuidado e respeito próprio. Estabelecer fronteiras não significa ser rude ou insensível, mas, sim, reconhecer nossas próprias limitações e a necessidade de tempo para relaxar e recarregar as energias. Aprender a dizer “não” é um processo que requer prática e coragem, mas, acima de tudo, é um passo crucial para uma vida mais equilibrada e satisfatória.

Agora, como profissionais, é importante reconhecer quando estamos sobrecarregadas e aprender a priorizar as tarefas do dia a dia. Na vida pessoal, precisamos nos lembrar de que não há problema algum em recusar aquele convite para jantar com uma amiga ou levantar a mão para pedir ajuda quando necessário. Isso é até um ato de coragem.

O excesso de demandas não deve nos levar ao esgotamento. Enquanto trabalho para aprender a dizer mais “não”, imagino que muitas de vocês também enfrentam desafios parecidos. Vamos caminhar juntas e valorizar nosso tempo e bem-estar, porque, no final do dia, seja no trabalho, ou no conforto da nossa casa, todas queremos mais equilíbrio entre o sim e o não.

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