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Opinião

O poder transformador do voluntariado

Seja individualmente ou por meio de programas corporativos, o trabalho voluntário é uma força transformadora que beneficia tanto quem recebe ajuda quanto quem oferece


28 de agosto de 2024 - 14h07

Citizen Day, ação anual de solidariedade realizada em mais de 60 países onde o Grupo L’Oréal atua (Crédito: Divulgação)

Meu envolvimento com o voluntariado começou na escola, onde participei de ações que moldaram minha trajetória pessoal e profissional. No entanto, foi nos Estados Unidos, como voluntária na Special Olympics do Estado de Maryland, que compreendi plenamente o impacto transformador do voluntariado. Trabalhar nessa competição para pessoas com deficiência me proporcionou lições valiosas sobre liderança, empatia e o verdadeiro significado de comunidade.

No Brasil, o Dia Nacional do Voluntariado é celebrado em 28 de agosto. Aproveito a proximidade desta data para refletir sobre como podemos fortalecer a cultura de voluntariado em nosso País. Atualmente, a mobilização voluntária no Brasil tende a ser reativa, frequentemente impulsionada por emergências como a recente tragédia no Rio Grande do Sul. O trabalho realizado em resposta a essas crises revela um potencial significativo para expandir o voluntariado de forma contínua e estruturada.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) de 2022, cerca de 7,3 milhões de brasileiros participaram de atividades voluntárias, representando 4,2% da população com 14 anos ou mais. Embora esse número tenha crescido, especialmente após a pandemia, ainda é modesto em comparação com países como os Estados Unidos, onde 25% da população está engajada em atividades voluntárias.

Em 2026, celebraremos o Ano Internacional dos Voluntários para o Desenvolvimento Sustentável, uma oportunidade única para consolidar a cultura de voluntariado no Brasil. Para que isso aconteça, é essencial envolver não apenas a sociedade civil, mas também governos e o setor privado.

Para ampliar o alcance e o impacto das iniciativas voluntárias, devemos fomentar uma estruturação mais robusta do voluntariado. Os programas de voluntariado corporativo desempenham um papel crucial nesse processo, oferecendo benefícios significativos tanto para as comunidades atendidas quanto para os colaboradores das empresas.

É comum observar que líderes emergem por meio do voluntariado. Lembro-me de um profissional de contabilidade que foi promovido após demonstrar, por meio do programa de voluntariado, habilidades de liderança que não eram evidentes em seu trabalho diário. Colaborar com diferentes grupos, enfrentar desafios e lidar com situações complexas fortalece competências essenciais como comunicação, empatia, resolução de problemas e gestão de equipes. Essas habilidades são cada vez mais valorizadas no ambiente corporativo, tornando o voluntariado uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento profissional.

Quando uma empresa incentiva seus funcionários a participarem de atividades voluntárias, promove uma cultura de solidariedade e engajamento. Isso fortalece os laços entre os colaboradores, aumenta a satisfação no trabalho e pode até melhorar a retenção de talentos.

Há quase duas décadas, o Grupo L’Oréal promove o Citizen Day, uma ação anual de solidariedade realizada em mais de 60 países onde a empresa atua. Nesse dia, os colaboradores suspendem suas atividades para se voluntariar em ações sociais e ambientais. Este ano, no Brasil, o Citizen Day terá um enfoque especial na reconstrução do Rio Grande do Sul, fortemente impactado por recentes catástrofes naturais.

No dia 25 de setembro, os colaboradores da L’Oréal em todo o Brasil serão liberados de suas atividades rotineiras para participar de uma série de ações voluntárias, como montagem de kits de higiene que serão enviados para as áreas afetadas no sul do país, doação de sangue, entre outros. E no dia 4 de outubro, três grandes ações presenciais serão realizadas no Rio Grande do Sul: atendimentos dermatológicos e psicológicos e reconstrução da Escola Marista Menino Jesus.

Outro grande exemplo de voluntariado que é, inclusive, pioneiro no Brasil, é o McDia Feliz. No último sábado, dia 24 de agosto, toda a renda gerada com as vendas de sanduíches Big Mac, exceto alguns impostos, será revertida para o Instituto Ayrton Senna e para o Instituto Ronald McDonald, que faz um trabalho incansável de apoio a famílias que enfrentam o câncer infantojuvenil e também promove mudanças significativas no cenário da oncologia pediátrica em nosso país. Tenho muito orgulho de ter sido diretora dessa instituição, que realiza a maior campanha de voluntariado do Brasil, unindo sociedade, fornecedores, parceiros, franqueados e colaboradores em uma corrente do bem. Este ano, parte de cada Big Mac vendido também está sendo destinada a ajudar famílias afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

O Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE), do qual fui uma das fundadoras, é um modelo de referência para empresas que buscam benchmarking cooperativo. Essa rede de empresas, atualmente secretariada pela ONG Cieds, reúne institutos, fundações e confederações, promovendo o advocacy estratégico para aumentar a relevância e a valorização do voluntariado na sociedade.

Seja individualmente ou por meio de programas corporativos, o trabalho voluntário é uma força transformadora que beneficia tanto quem recebe ajuda quanto quem oferece. Imagine aplicar essa força capaz de transformar vidas: a sua. Ao dedicar um pouco do seu tempo e talento para o voluntariado, você impactará positivamente a vida de outras pessoas e descobrirá um profundo senso de propósito na sua própria jornada. Abrace essa energia transformadora, participe e sinta a gratificante sensação de fazer a diferença no mundo!

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