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Opinião

O que a experiência me ensina todos os dias

Com a chegada do novo ano, proponho um desafio coletivo para nós, mulheres


20 de dezembro de 2024 - 10h17

(Crédito: Shutterstock)

Abro este artigo, que finaliza o ano de 2024 aqui neste espaço do Women to Watch, com uma pergunta: estamos sendo cada vez mais rápidas no nosso dia a dia? 

Tenho notado essa automatização de nossas tarefas, pensamentos e atitudes, sem o devido tempo para reflexões ou ajustes de rota. Vamos literalmente realizando, finalizando, assinando, dizendo sim ou não, nos comprometendo com novas funções, demandas e responsabilidades.  

Mas, nos raros momentos de pausa, reavaliamos tudo: os “sins”, os “nãos”, as obrigações que assumimos, as nossas condutas. Acho que não acontece apenas comigo. Nessas horas, percebemos que poderíamos ter agido de maneira diferente, mais eficaz, com outra abordagem. 

Aceleramos e vamos fazendo tudo o que surge ao nosso redor e, muitas vezes, sem sequer refletir sobre os desafios que surgem no nosso caminho. E são muitos. 

Este texto é um convite para que nós, mulheres, possamos sempre utilizar nossa rede de apoio para tomar decisões. Mas, para isso, precisamos parar. Isso mesmo: interromper, pausar o dia. Não é simples. Não oferecer respostas imediatas ou soluções prontas exige muito, mas precisamos tentar. 

Sabemos que o mundo é muito mais complexo e as urgências nos absorvem. 

Em um cenário cada vez mais voltado para a velocidade, a capacidade de observação e a maturidade se destacam como fatores cruciais para a busca de soluções mais eficazes e equilibradas. 

Embora as redes sociais e a sociedade atual exijam respostas instantâneas, é essencial que as pessoas reconheçam o valor da reflexão, aprendendo a equilibrar a pressa com o conhecimento adquirido ao longo do tempo. A prática nos ensina que o momento de parar para pensar pode ser, muitas vezes, a chave para uma decisão mais precisa e duradoura, um aprendizado que deve ser cada vez mais valorizado. 

Existe, é claro, uma diferença geracional em nossas relações, sejam pessoais ou profissionais. Nossa jornada é sempre composta por pessoas de perfis, histórias e idades distintas. No trabalho, liderar equipes com diferentes faixas etárias é um ótimo exercício diário para entendermos o quanto os mais jovens buscam decisões rápidas e acertadas. 

Quem já tem alguma experiência no próprio cargo ou na empresa toma as mesmas decisões com base em exemplos anteriores, ou seja, recorre à vivência para avaliar o cenário e seguir um método que, aparentemente, funciona melhor diante de determinada situação.  

E quem lidera precisa equilibrar os dois universos: o do imediatismo e o da sabedoria, sabendo atender a essas expectativas, tão distintas, e aprender com a nova geração. 

Isso não significa que decisões rápidas não sejam necessárias em algumas situações, mas sim que a capacidade de discernimento nos ensina a reconhecer quando é hora de agir de maneira impulsiva e quando é necessário pedir tempo para uma análise mais profunda. 

E, todas as vezes em que sinalizamos que uma resposta não será tão rápida, é porque sabemos que será preciso considerar uma série de fatores, positivos ou não, para chegarmos a uma conclusão equilibrada. 

Com a chegada do novo ano, proponho um desafio coletivo para nós, mulheres: vamos fazer de 2025 um ciclo de mais reflexões, mais trocas de aprendizados, com momentos de pausas reais, onde possamos avaliar e seguir em um caminho de decisões mais confortáveis. Vamos aprender a ouvir, a ter a liberdade de solicitar espaço para pensar e estarmos sempre abertas ao novo. 

E eu sei que isso é um grande desafio! 

Sigamos juntas.

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