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Mais de 300 mil mulheres em mais de 90 países e mais de 250 setores estão liderando um momento mundial de inovação em IA


17 de março de 2025 - 6h32

Ada Lovelace, primeira programadora, foi uma condessa inglesa que hoje é reconhecida por escrever o primeiro algoritmo de computador da história (Crédito: Reprodução/Instagram)

Eu já contei aqui para vocês que, quando era pequena, queria ser jogadora de futebol? Para mim, não tinha essa ideia de que “futebol não é coisa de menina”. Mas, quando a gente cresce, o mundo real muda um pouco a maneira como vemos as coisas. 

Mas também não sonhava com o mundo da tecnologia. E, quando comecei a me aventurar nele, não me importei com o fato dele ser um espaço predominantemente masculino, especialmente no Brasil, onde as mulheres são pouco mais de 20% dos profissionais. Naquela época, esse dado nem existia no meu racional. Só que tinham várias mulheres que eram importantes nessa área. E, naquele momento, isso fez diferença para mim, apesar de todas parecessem estar muito longe da minha realidade.  

Até que no meu primeiro emprego como desenvolvedora, uma área que eu sabia ser predominantemente masculina, eu tive uma líder. E ter alguém perto de mim, me mostrando que naquela minha realidade eu teria como crescer, como chegar mais longe, e que ser mulher não me impediria, foi essencial. Por isso, desde aquele primeiro momento em que percebi que poderia ir mais longe, decidi sempre tentar levar meninas e mulheres mais longe junto comigo.  

É por isso que eu convido você a fazer um exercício de perspectiva. E enxergar o copo meio cheio. Exemplo: no grande universo da tecnologia, as mulheres ainda ocupam um espaço muito pequeno no mundo da inteligência artificial — 25% das funções de IA e dados em todo o mundo são posições femininas.  

Mas um estudo da empresa de dados e análises de talentos, com sede no Reino Unido, a Zeki Data, mostrou que mais de 300 mil mulheres em mais de 90 países e mais de 250 setores de especialização estão liderando um momento mundial de inovação em IA. Estão puxando um movimento dentro de organizações que desejam investir, contratar ou financiar. O cenário mapeado está no relatório gratuito Women in IA 2024.

E, especialmente hoje, em que vivemos em um cenário integrado globalmente, o mundo inteiro se beneficia pela presença das mulheres na tecnologia, somando e construindo coisas que transformam a nossa realidade.  

Desde a Ada Lovelace, a primeira programadora – condessa inglesa que hoje é reconhecida principalmente por escrever o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina. E Grace Hopper, que criou a linguagem COBOL (Linguagem Comum Orientada para os Negócios) e é praticamente considerada um patrimônio histórico no universo de programação. Ou a Margaret Hamilton, peça-chave no desenvolvimento do software que levou o homem à lua. Hoje com 88 anos, atuou como diretora da divisão de software no Laboratório de Instrumentação do MIT, que desenvolveu o programa de voo usado no projeto Apollo 11. E aí chegamos em Mira Murati, que participou da criação do ChatGPT, atuando como diretora de tecnologia da OpenAI de maio de 2022 a setembro de 2024. E Luo Fuli, engenheira formada em uma das melhores faculdades do mundo e um dos principais nomes por trás do sucesso da DeepSeek. 

Segundo a consultoria McKinsey & Company, o desenvolvimento científico mundial será acelerado pela IA, com potencial para aumentar lucros corporativos em US$ 4,4 trilhões por ano. O que vejo pela frente é uma onda gigante de mulheres liderando e influenciando todo esse caminho.  

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