Para que servem as trends?
Muito provavelmente nossos clientes e espectadores se encantarão pelas mesmas histórias e sentimentos que nos fazem ser o que somos: humanos
Muito provavelmente nossos clientes e espectadores se encantarão pelas mesmas histórias e sentimentos que nos fazem ser o que somos: humanos
17 de fevereiro de 2025 - 9h28
(Crédito: Shutterstock)
Se você trabalha com comunicação, muito provavelmente recebeu uma porção de reports sobre as tendências de 2025. Eu mesma dediquei boa parte do meu mês de dezembro passando o olho em uma dezena deles.
Acontece que virou o ano e o Trump está por aí dizendo que quer comprar a Groelândia, anexar o Canadá… o Zuckerberg tirou a checagem de fatos do Meta e acabou com o programa de diversidade, e o mundo é outro.
Quem seremos nós diante de tudo que se anuncia? Aparentemente nenhum dos reports que eu li sabe.
Fear of missing out (FOMO) é o já bastante conhecido medo de ficar de fora das tendências, um diagnóstico de ansiedade que vem se popularizando com o avanço maluco das tecnologias. Ninguém consegue estar atualizado com tudo o tempo todo, mas todos nós viramos uma marca e precisamos nos vender como interessantes e bem-informados nas redes sociais. Que saúde mental aguenta fechar essa conta?
No meio do caos, eu gosto de ler livros, e entre Nexus e a onda de AI eu recorro aos clássicos, porque são os meus autores de segurança.
Livros escritos há mais de 100 anos, que mexem com a cabeça e com a emoção de qualquer leitor, que originaram roteiros vencedores em Hollywood. E por quê? Porque são histórias humanas. E nós somos humanos, estamos sim meio apavorados com todas essas mudanças que transformam as nossas bolhas, mas continuamos humanos.
E quando a ansiedade aperta para dar conta de tudo, eu me lembro que a gente não muda no tempo das máquinas, nós temos o nosso tempo e ele é bem mais lento.
Por isso, caro leitor, meu conselho pra 2025 é: leia reports, tendências, artigos como esse, mas leia Fernando Pessoa, Tolstói, Machado de Assis, Charles Dickens… porque muito provavelmente nossos clientes e espectadores se encantarão pelas mesmas histórias e sentimentos que nos fazem ser o que somos: humanos.
Compartilhe
Veja também
Alexandra Casoni e o impacto do storytelling nas marcas
A jornada da executiva como CEO a levou à expansão de sua marca pessoal para influenciar mulheres e outras empresas
Paula Kim e o crescente interesse dos brasileiros por k-dramas
Uma das primeiras diretoras de ascendência sul-coreana no Brasil fala sobre sua trajetória no audiovisual e avalia o fenômeno do gênero no País