Parcerias geniais
Em um mundo cada vez mais digital, as marcas que conseguirem combinar o poder da AI com a sensibilidade humana serão as que prosperarão
Em um mundo cada vez mais digital, as marcas que conseguirem combinar o poder da AI com a sensibilidade humana serão as que prosperarão
9 de dezembro de 2024 - 6h16
Certas histórias nos marcam. Até hoje, lembro da primeira vez que me contaram sobre Aladim, o jovem órfão que encontra uma caverna repleta de tesouros e, por acaso, escolhe uma lâmpada entre tantas maravilhas. Ele a esfrega e… a magia se faz: lá de dentro sai uma fumaça que se transforma em imenso gênio, que diz a Aladim que ele, como dono da lâmpada, tem direito a três desejos. E isso, claro, muda a vida do rapaz.
Este conto é, provavelmente, um dos mais conhecidos da coletânea árabe “As Mil e Uma Noites” e, ainda hoje, me fascina pela possibilidade de fazer nossos desejos virarem realidade instantaneamente.
Já imaginou ter esse poder? Da mesma forma que o lendário Gênio da Lâmpada, que concedia três desejos a quem o libertava, hoje temos uma nova força, que parece mágica. Mas, não se enganem. Não existe nada de magia ali. Existe, sim, muito trabalho e muito suor para desenvolver esta tecnologia.
Voltando ao tema da lâmpada, assim como o gênio depende de um mestre para liberá-lo dela, este recurso depende dos usuários para aproveitar todo seu potencial e isto, segundo os especialistas, só vem com o uso. Por isto, um dos nossos objetivos no marketing é mostrar, de forma tangível, as infinitas possibilidades desta ferramenta. Acredito que desmistificar também é educar, e este deveria ser um dos propósitos de todas as empresas que trabalham na área.
No filme publicitário, a personagem principal visita uma galeria de arte e, tentada pela história famosa, resolve interagir com a lâmpada lá exposta. É quando encontra um simpático gênio que lhe oferece três desejos. Com um toque de irreverência e humor, ela pede o poder de se comunicar em diversas línguas, desenhar roupas e obter informações em segundos.
O gênio, usando smartphones com inteligência artificial, faz seus desejos se realizarem em um piscar de olhos, graças aos recursos que traduzem dezenas de idiomas com perfeição, transformam rascunhos em criações visuais esmeradas e agilizam a pesquisa na internet. Ou, se você preferir, pode imaginar que o gênio está dentro do seu smartphone.
No nosso dia a dia de trabalho, uma das vantagens mais palpáveis é que, enquanto o gênio da lâmpada concede um número limitado de desejos, a nossa inteligência artificial oferece ilimitadas soluções, de maneira ágil. Fruto de uma complexa combinação de tecnologia, matemática e algoritmos muito bem aplicados, ela entrega recursos que facilitam a comunicação, deixam as fotos incríveis e trazem mais produtividade, ao mesmo tempo que respeita limites éticos e de segurança.
No filme, o resultado foi exatamente o que pretendíamos: mostrar que a verdadeira mágica é ter a inteligência artificial na palma da mão para simplificar tarefas diárias e liberar tempo para o que realmente importa. Na nossa realidade, o extraordinário é ter tempo livre. É isto que entregamos aos usuários.
Na prática, a criação desta campanha não foi apenas adaptação da lenda, mas uma construção que entrelaçou a inteligência artificial e o humano, em uma parceria bem-sucedida, cada vez mais presente nas criações de marketing. A lâmpada mágica que o abriga, por exemplo, foi totalmente projetada por inteligência artificial e tornou-se um objeto real graças à uma impressora 3D.
Um dos diferenciais dados pela equipe de profissionais foi perceber que a ideia inicial, de situar a cena em um antiquário, não combinaria com uma lâmpada cujo design tinha linhas tão modernas. A invenção merecia um cenário à altura. Foi assim que a galeria de arte, com obras reais feitas por mãos humanas, tornou-se o palco perfeito.
A combinação humano-inteligência artificial também foi essencial em outra campanha global recente de lançamento de nosso smartwatch preparado para acompanhar aqueles que enfrentam os limites de calor, pressão da água e frio. Os assets recebidos, esteticamente lindos, traziam cenários que não conversavam com a nossa realidade.
Imagens de desertos áridos e montanhas cobertas de neve podem impressionar em outras partes do mundo, mas aqui, no Brasil, convenhamos, não engajam, porque não nos identificamos, não nos sentimos próximos. Sabíamos que, para criar uma campanha relevante, precisávamos ir além.
Foi então que a inteligência artificial entrou em cena para nos ajudar a imprimir um tempero local de maneira única. Com seu auxílio, saíram de cena desertos e gelo e entraram detalhes da deslumbrante Chapada da Diamantina, em Bahia, no filme sobre os benefícios do produto em uma corrida na montanha. Além do maior engajamento com o consumidor, o custo deste filme foi, aproximadamente, 95% menor do que o valor se houvéssemos filmado no local.
A inteligência artificial não apenas nos ajudou a modificar os cenários, mas forneceu insights preciosos sobre o que funcionaria melhor com o nosso público, reforçando a ideia de que não se tratava de mais um smartwatch, mas de uma ferramenta que potencializa a performance do brasileiro. Toda essa sinergia se deve aos prompts adequados, realizados com a mão humana, e da fusão perfeita entre as cenas reais e aquelas geradas por AI, também concebidas pelas mãos humanas.
Em todas essas campanhas, não tenho dúvidas de que o incrível resultado só foi possível porque houve uma equipe criativa capaz de interpretar os dados e transformá-los em algo que ressoasse emocionalmente com as pessoas. Todo marqueteiro sempre sonhou com a personalização. Com a AI, ela se tornou realidade e em larga escala. Com essa tecnologia, conseguimos identificar o que cada consumidor deseja e adaptar a mensagem para entregar experiências únicas.
E é aqui que reside o verdadeiro poder da inteligência artificial no marketing: ela amplia o potencial da criatividade humana. Porque por mais avançada que seja, não cria sozinha. Oferece dados, fornece recomendações, otimiza processos, mas é a mente humana que interpreta, que dá vida, que faz a mágica acontecer.
Olhando para o futuro, a AI continuará a ser uma peça central no marketing, certamente desempenhando papéis que, hoje, estamos longe de imaginar. No entanto, acredito que nunca substituirá o toque humano, a intuição criativa, ou a capacidade de contar histórias que mexam com as emoções. Pelo que nosso cotidiano de trabalho aponta, a inteligência artificial e os profissionais de marketing podem e devem caminhar lado a lado, em uma dinâmica balanceada, na qual os dados alimentam a criatividade — e a criatividade, por sua vez, dá sentido aos dados.
Tanto na campanha da AI – protagonizada pelo Gênio da Lâmpada – como na do nosso smartwatch mais resistente de todos, a tecnologia foi nossa aliada, mas foram os profissionais – com suas vivências e repertórios únicos – que deram vida às campanhas.
Em um mundo cada vez mais digital, as marcas que conseguirem combinar o poder da AI com a sensibilidade humana serão as que prosperarão. Elas contarão histórias que transcendem as telas, que vão além dos números, emocionam o consumidor, marcam gerações e se transformam em experiências memoráveis.
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