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Paridade de gênero e empoderamento feminino têm nível médio-baixo no Brasil

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Paridade de gênero e empoderamento feminino têm nível médio-baixo no Brasil

Relatório da ONU avalia o avanço da situação das mulheres no mundo e sugere plano de ações para reduzir as desigualdades


31 de julho de 2023 - 8h14

Segundo relatório “The Paths to Equal” do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e da Organização das Nações Unidas Mulheres (ONU Mulheres), os direitos das mulheres de ter liberdade e poderem tomar decisões de forma independente segue limitado em todo o mundo. No Brasil, o empoderamento feminino e paridade entre gêneros foram classificados como médio-baixo. O estudo, divulgado em julho deste ano, é baseado nos índices de Empoderamento das Mulheres (WEI, na sigla em inglês) e do Global de Paridade de Gênero (GGPI, na sigla em inglês), medidos em 114 países, em 2022.  

O primeiro índice (WEI) avalia oito critérios, como acesso a métodos de planejamento familiar e gravidez na adolescência; participação no mercado de trabalho, e violência doméstica. Os resultados são medidos entre 0 e 1, quanto mais próximo do 1, maior o empoderamento e paridade de gênero. O índice de empoderamento (WEI) do Brasil está em 0,637, enquanto o de paridade foi avaliado em 0,680. A pontuação média mundial está em 0,607, e a da América Latina e Caribe, em 0,633. 

Já em relação ao índice Global de Paridade de Gênero (GGPI), o Brasil está em 0,680. O índice é composto por notas comparativas do contexto das mulheres versus homens em quatro dimensões do desenvolvimento humano: vida e boa saúde; educação, capacitação e conhecimento; inclusão trabalhista e financeira; e participação na tomada de decisões. O GGPI global está em 0,721, e o da América Latina e Caribe, em 0,751. 

DESENVOLVIMENTO HUMANO PARA POUCOS 

De acordo com o GGPI, os indicadores de desenvolvimento humano pontuam 28% mais baixo quando aplicados às mulheres, em comparação aos homens. Para o Brasil, o índice revela uma disparidade ainda maior entre homens e mulheres, com uma diferença de 32% mais baixo no caso das brasileiras. 

Ademais, o estudo também alerta que maior desenvolvimento humano por si só não é suficiente para promover a equidade entre os gêneros. Entre os 114 países estudados, 85 têm desempenho baixo ou médio no empoderamento das mulheres e no alcance da paridade de gênero. Mais da metade dos países desse grupo se enquadra no grupo de alto (21 países) ou muito alto desenvolvimento humano (26 países), o que reforça a tese da pesquisa. O Brasil, por exemplo, possui um alto desenvolvimento humano, porém pontua no nível baixo-médio de empoderamento das mulheres e baixo-médio para a paridade de gênero. 

SOLUÇÕES PARA O AVANÇO DAS MULHERES 

No relatório, a ONU propõe medidas para aumento da equidade entre os gêneros com políticas de ação específicas para cada área. Na saúde, a organização reforça a importância do acesso universal à saúde sexual e reprodutiva. A fim de promover igualdade na educação, o estudo recomenda foco nas lacunas da habilidade e qualidade do ensino, especialmente de áreas como ciências, tecnologia, engenharia e matemática, para capacitar mulheres e meninas na era digital.  

Em terceiro lugar, o incentivo a criação de mais políticas que ajudem no equilíbrio da vida pessoal com a profissional, como serviços de cuidados infantis, licenças parentais e modelos de trabalho flexíveis. A ONU também sugere um plano de ações e metas que incluam a eliminação de leis discriminatórias e a implementação de medidas no combate e prevenção à violência contra a mulher. 

O relatório serve como guia estratégico para que os países estabeleçam metas e planos para o avanço da igualdade de gênero, o Objetivo Sustentável número 5 (OSD5). Além disso, a PNUD e a ONU Mulheres enfatizam que a igualdade de gênero é transversal a todos os ODS, e que não será possível avançar na Agenda 2030 e em outros OSD sem o desenvolvimento da pauta de gênero. Por fim, o estudo também destaca que a paridade de gênero está intrinsicamente conectada com o nível de empoderamento feminino, uma vez que nenhum país teve alto desempenho de paridade com médio ou baixo índice de empoderamento.  

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