Pessoas além dos números
Se vivemos em um mundo capitalista em que alguém sempre vende e alguém sempre compra, como entregar o melhor para o cliente?
Se vivemos em um mundo capitalista em que alguém sempre vende e alguém sempre compra, como entregar o melhor para o cliente?
5 de março de 2024 - 14h02
A cada dia que passa, temos mais certeza de que a audiência (o público receptor dos conteúdos produzidos), precisa ser olhada como a individualidade das pessoas além dos números. Pessoas que têm vontade, que clamam por coisas que, muitas vezes, estão ao nosso alcance realizar. Mas será que queremos realizar da forma que precisam ou apenas com o olhar do que precisamos vender?
>Será que o que queremos vender é o que essas pessoas precisam e querem consumir? Elas compram coisas por impulso, isso é certo, mas normalmente compram coisas que elas precisam e que resolvem alguma dor do seu dia a dia ou de algum momento específico, como uma festa, uma viagem, um show, um evento esportivo e por aí vai. Será que estamos olhando para essa dor, que estamos vendo além dos números, mesmo com todas as metas que precisamos bater e, principalmente, com o faturamento que precisamos gerar para os nossos negócios?
Hoje, vivemos em um mundo em que 90% das pessoas estão ativas nas mais diversas redes sociais. Mais de 80% delas confiam cegamente nos seus criadores de conteúdo e/ou influenciadores favoritos para decidir o que vão comprar. As marcas, por sua vez, se apropriam das audiências desses criadores para que elas possam se aproximar e criar conexões genuínas e oferecer seus produtos por meio das famosas ‘publis’. E até nas comunidades exclusivas criadas por esses mesmos criadores, onde eles estabelecem conexões ainda mais diretas, para que possam mostrar seu produto em primeira mão e estimular a tão desejada conversão.
Mas será que as necessidades do cliente e da audiência estão sendo atendidas nessas estratégias de marketing? Penso muito nisso hoje, porque no mar de conteúdos, anúncios e nos produtos oferecidos, que nos impactam diariamente, será que precisamos de tudo aquilo? Respondo de maneira enfática: não! Mas se vivemos em um mundo capitalista em que alguém sempre vende e alguém sempre compra, como entregar o melhor para o cliente?
Na minha visão, a resposta é servir. Entender as dores e fazer ações que brilhem o olho do consumidor, que sirvam de solução para um problema dele, que despertem emoções de forma verdadeira e gere conexão. Além de trazer pautas necessárias que esclareçam questões que ele possa ter.
Quando olho pra dentro do meu trabalho hoje, vejo maneiras com que desdobramos esse tema. Por meio de ferramentas, buscamos dados que partem da análise ativa da audiência. Recortamos os interesses por meio de padrão de conteúdos consumidos, de interações e engajamento com conteúdos e, além disso, cruzamos com respostas em pesquisas qualitativas e quantitativas realizadas com a comunidade. Tudo isso para chegar no diagnóstico mais próximo possível que solucione o desejo desse consumidor.
Dentro da minha bolha, que abrange o esporte e o entretenimento esportivo, observamos a tendência de consumo com a ascensão das transmissões de futebol cada vez mais acessíveis pelo digital, por exemplo. E, assim, traduzimos em projetos como a transmissão do Paulistão A2 Sicredi. Além disso, vemos a crescente do comportamento da geração Z com o uso de segundas e terceiras telas enquanto acompanham outras programações. Então, criamos oportunidades para marcas terem entradas orgânicas em conteúdos que vão além dos 90 minutos e em momentos de entretenimento, com as personalidades que marcam a internet, como a Supercopa Desimpedidos. Assim, entregamos futebol relevante o ano inteiro para nosso público.
Também é necessário entender que nem tudo vai agradar 100% das pessoas, e é preciso seguir o feeling com temas que são relevantes para os criadores de conteúdo, para o momento do mundo, e para uma parcela menor, mas também fiel do influenciador. Por exemplo: a NWB vem trabalhando os temas de esporte feminino continuamente em sua programação. Foi desenvolvida uma competição de mulheres com o projeto Liga das Mina no pré-mundial, e também uma cobertura mais robusta do campeonato na Nova Zelândia e na Austrália em 2023.
São pessoas que apoiam, querem consumir e se conectaram mais com a comunidade por conta desse recorte esportivo. Por isso, em 2024, o planejamento vem forte para manter essa constância, e vamos para o terceiro ano consecutivo com transmissão do Paulistão Feminino, entre outros projetos, com as criadoras de conteúdo afiliadas à Teia NWB.
Dessa maneira, é possível atender as necessidades da audiência e, de forma orgânica, introduzir marcas que se conectam com o tema, levando a uma grande probabilidade de conversão. Assim, criadores e marcas podem enxergar as pessoas por trás das audiências, comunidades e, principalmente, de cada número que está ali. Tornando-se, então, o “melhor amigo” dela.
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