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Por que videogames são grandes ferramentas de bem-estar

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Opinião

Por que videogames são grandes ferramentas de bem-estar

As vantagens da prática representam uma oportunidade para as marcas, inclusive de outros setores da economia, que podem se apoiar nos jogos para oferecer soluções úteis para a sociedade 


17 de outubro de 2024 - 14h07

(Crédito: Shutterstock)

A pessoa começa um jogo. Precisa investir tempo para se acostumar com o cenário, os personagens, a dinâmica, o uso dos controles. Na medida em que as fases avançam, a complexidade vai aumentando. A jornada de aprendizado estimula o raciocínio rápido, especialmente quando os desafios se tornam mais intensos. Em caso de dificuldades, a resistência a desafios é testada e a criatividade, estimulada. Quando o jogo é disputado online e em grupos, a prática ainda incentiva o convívio social. 

Todas essas características dos games geram grandes benefícios para o bem-estar dos jogadores, em especial para a saúde mental. As vantagens já foram inclusive medidas por pesquisas, a exemplo de uma recente, divulgada pela plataforma WebMD, que cita a capacidade de fazer pensar, levando a um nível de pensamento mais elevado.   

Outro levantamento, produzido por pesquisadores irlandeses e publicado pela revista JMIR, reforça a constatação. Aponta que os videogames proporcionam benefícios cognitivos àqueles que jogam regularmente, incluindo controle de atenção, flexibilidade cognitiva e processamento de informações. 

Games focados 

Em outras palavras, jogar videogame trabalha com partes mais profundas do cérebro que melhoram o desenvolvimento e as habilidades de pensamento crítico. Desta forma, desafiam o cérebro com quebra-cabeças, estratégias e tomadas de decisão rápidas. Além disso, o impacto psicológico de completar objetivos e missões, reforçando sentimentos de progresso e conquista. 

Também é especialmente relevante o papel dos jogos multiplayer e plataformas online na criação de comunidades, aliviando a sensação de isolamento e promovendo interações positivas. Foi levando em conta essa característica que o LinkedIn incluiu o jogo Queens na plataforma, a fim de ajudar na interação social entre as conexões. 

O resultado é uma melhora geral no bem-estar, com ganhos para lidar com ansiedade, depressão e até mesmo transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e transtorno de estresse pós-traumático. 

Os benefícios se aplicam a todos os games em geral, e alcançam uma ampla faixa da população brasileira: 73% dos moradores do país disputam algum tipo de partida, segundo a edição 2024 da Pesquisa Game Brasil. Mas existem ainda jogos desenhados especialmente para o bem-estar das pessoas. 

É o caso, por exemplo, de “Celeste” e “OneShot”, que abordam questões como ansiedade e superação de desafios emocionais. O primeiro acompanha a trajetória da jovem Madeline, que precisa vencer uma série de conflitos internos para escalar uma montanha. O segundo é ambientado em um cenário pós-apocalíptico cheio de momentos de reflexão. 

Oportunidades para as marcas 

Esse contexto apresenta uma série de oportunidades para as marcas, que podem se beneficiar ao associar suas campanhas ao bem-estar mental dos jogadores, tudo isso num momento em que a saúde mental está no foco e a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Não faltam possibilidades para trabalhar com campanhas que se utilizam dos games para melhorar a atenção à saúde mental. Algumas possibilidades: 

– Parcerias com organizações: As marcas podem se unir a organizações que trabalham com saúde mental para desenvolver campanhas de conscientização e oferecer recursos aos jogadores. 

– Criação de ferramentas e recursos: As empresas também podem desenvolver ferramentas e recursos online para ajudar os jogadores a cuidarem da sua saúde mental, como aplicativos de meditação, fóruns de discussão e artigos informativos. 

– Promoção de eventos e iniciativas: As organizações podem ainda organizar eventos e iniciativas que promovam o bem-estar mental, como torneios com foco na saúde mental, workshops e palestras com especialistas. 

Nesse contexto, o potencial para marcas de empresas de outras áreas da economia, especialmente de saúde e tecnologia, é enorme. São oportunidades para usar os games como porta de acesso a soluções que valorizam a saúde mental. 

Autenticidade na comunicação 

É preciso tomar alguns cuidados no uso dos jogos no contexto da saúde mental, como garantir um equilíbrio saudável entre a prática e outras atividades. No entanto, os games têm demonstrado grande potencial para apoiar o bem-estar emocional.  

Para as marcas, o foco deve estar nos benefícios que os jogos trazem, valorizando a autenticidade na comunicação com os gamers e promovendo uma abordagem conectada aos valores de saúde e bem-estar emocional, criando assim uma conexão genuína com o público. 

Além disso, as iniciativas de responsabilidade social relacionadas aos games têm ganhado destaque, com marcas e desenvolvedores investindo em soluções que promovem o uso equilibrado e consciente dos jogos. Casos de sucesso nessa área mostram que o setor de games tem grande potencial para colaborar com o bem-estar global, criando um impacto positivo na vida dos jogadores ao incentivar a diversidade, inclusão e o equilíbrio entre o entretenimento e a saúde mental. 

Em resumo, o mercado de games vai continuar se expandindo e se diversificando, alcançando mais pessoas e incentivando a diversidade e a inclusão, aumentando as potenciais colaborações entre a indústria de jogos e o setor de saúde mental para criar um impacto ainda maior no bem-estar global, que envolve a capacidade de lidar com ansiedade e depressão, mas também com o acesso a empregos qualificados para uma parcela da sociedade historicamente discriminada. 

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