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Opinião

POV: Este ano eu vim para Cannes

A primeira vez a gente nunca esquece


19 de junho de 2024 - 6h20

(Crédito: Arquivo Pessoal)

Acabo de pisar na Riviera Francesa para o Festival de Publicidade Cannes Lions, o principal evento global de criatividade, comunicação e marketing. Chique, né? Quantas noites virei na agência por causa dos cases (tempos loucos!) e, ainda assim, não estive aqui anos atrás para receber meu primeiro leão. Faz parte! Às vezes, queremos ser borboletas sem passar pelo casulo.

Enfim, eu poderia escrever uma série de textos sobre as problemáticas da nossa indústria, mas hoje – nem que seja nesses instantes no meu bloco de notas – quero falar sobre sonhar. Da liberdade de me expressar como alguém em aprendizado, com dias bons e ruins também. Hoje é um dia bom. Que bom! Mas sempre lembro que sou um projeto infinito. Por isso, eu escrevo. Meu universo, minha compreensão da vida nasceu rabiscando palavras, observando o mundo, especialmente nas vezes em que a vida me colocou de joelhos. Só assim me permiti sonhar de novo, e de novo, e mais uma vez. Estar aqui faz parte da minha jornada, de como estabeleci meu percurso na terra, não só para provocar, mas também para refletir e agir. Ser a renovação que esse mundão precisa.

Este festival é conhecido mundialmente por destacar as melhores campanhas e os talentos mais inovadores, oferecendo uma oportunidade única para conhecer e interagir com profissionais de ponta da publicidade. Trocar ideias e insights com essa galera é um dos aspectos mais enriquecedores dessa experiência, e eu estou muito animada.

Embarcar para Cannes pela primeira vez é um sonho realizado e uma etapa significativa na minha carreira. No entanto, a jornada até aqui não foi só de vitórias, mas também de muitos aprendizados e desafios.

Lembrando disso tudo, chorei quando cheguei aqui. Não pelo prêmio, status ou viagem. Chorei por essa palavra clichê chamada ‘gratidão’. Nos fones de ouvido: “Você não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui. Percorri milhas e milhas antes de dormir, eu não cochilei.”

Peguei minhas versões de Iná’s, quase como no filme “Divertidamente”, e imaginei todas ao meu lado. Agradeci àquela pequena que escrevia o jornal do colégio e do condomínio e achava que suas palavras mudariam o mundo. À versão “menina da internet”, curiosa e inquieta, desbravando o mundo online na época do Orkut. À minha versão otimista que sonha e faz um pouquinho todo dia. E também a todos aqueles que fazem parte dessa jornada e desse processo de abrir caminhos, carregando um peso nas costas (entendedores entenderão).

Sou grata por lembrar de respirar, pausar, contemplar, recalibrar a rota quando preciso e seguir em frente. Finalizo aqui com uma pergunta: quanto você tem sonhado diariamente? Qual pedacinho do seu sonho você pode se aproximar hoje?

O que faz o mundo girar não são as respostas, são as perguntas e as ações que tomamos a partir delas. Então, que tenhamos coragem de sonhar com o que nos foi tirado, com o que não imaginávamos ser possível. Que sonhemos enquanto agimos!

Agora é verdade, finalizo aqui observando o fim da tarde, lembrando que nem todo fim é tragédia. Um cheiro da Inázita de 7 anos, direto da Cohab II, extremo leste de São Paulo pro mundo. Avante, Amoras!

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