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Opinião

Pratique a confelicidade 

Será que realmente nos tornamos mais felizes quando conquistamos algo sozinhos? 


6 de março de 2025 - 8h42

(Crédito: Shutterstock)

Vivemos em um mundo que nos incentiva a buscar o sucesso individual, a competitividade e a realização pessoal. Mas será que realmente nos tornamos mais felizes quando conquistamos algo sozinhos? A verdade é que a felicidade, quando compartilhada, se multiplica. É nisso que acredito: na confelicidade. 

A palavra pode não estar no dicionário, mas deveria estar no nosso dia a dia. Confelicidade é a alegria que nasce quando ajudamos os outros a também serem felizes. É o brilho nos olhos de um aluno que conseguiu seu primeiro emprego após meses de dedicação. É ver uma pessoa que não se enxergava no mercado de tecnologia ocupar um lugar que antes parecia inalcançável. 

Minha jornada na SoulCode me ensinou que o impacto real não está apenas nos números ou nos grandes eventos, mas nos momentos transformadores que criamos juntos. A inclusão digital, por exemplo, não é só um tema de tecnologia – é uma ponte para sonhos que, sem oportunidades, jamais sairiam do papel. E quando um jovem de periferia se torna desenvolvedor, ou quando uma mãe solo redescobre sua carreira por meio da educação, não é só a vida dela que muda. Quem ensina, quem apoia e quem acredita também cresce com essa conquista. 

A confelicidade é um ato de escolha. No ambiente de trabalho, ela surge quando mentoramos alguém sem esperar nada em troca, quando celebramos a vitória do outro como se fosse nossa. Nos negócios, ela acontece quando colocamos impacto social e propósito ao lado do lucro. E, na vida, ela se manifesta nos pequenos gestos: um conselho que abre portas, uma rede de apoio que se fortalece, um simples “conte comigo”. 

Mas a confelicidade só pode funcionar se coexistir com a diversidade. Precisamos garantir que pessoas não óbvias também tenham espaço para crescer, inovar e transformar suas realidades. A SoulCode foi criada com esse propósito: formar e impulsionar talentos que o mercado muitas vezes ignora, mas que têm potencial para mudar o jogo. Se não incluirmos mais pessoas não óbvias nas empresas, jamais teremos diversidade real – e sem diversidade, não há inovação, empatia ou verdadeira transformação. 

Um grande exemplo de confelicidade em ação são os mentores sociais da SoulCode. Hoje, já são mais de 70 pessoas dedicadas a compartilhar seus conhecimentos e seu tempo com aqueles que estão em busca de uma nova chance. O curioso é que, ao longo desse processo, descobrem que estão aprendendo mais do que ensinando. Essa troca genuína de experiências é a essência do que significa transformar vidas — inclusive a própria. 

Se queremos um mundo mais justo e inovador, precisamos de mais diversidade, mais inclusão e mais confelicidade. Porque o verdadeiro legado não está apenas no que construímos, mas nas pessoas que ajudamos a crescer. O mundo precisa de mais pessoas que compartilhem, que abram portas, que celebrem o sucesso dos outros como se fosse o seu. A confelicidade não é um conceito – é uma escolha diária de fazer parte da mudança. 

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