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Precisamos identificar relacionamentos tóxicos também na vida profissional

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Opinião

Precisamos identificar relacionamentos tóxicos também na vida profissional

Bruna Griphão e Gabriel Tavares, do BBB 23, são alguns dos exemplos que nos servem de alerta para fazermos uma autorreflexão: sabemos identificar uma relação tóxica?


16 de fevereiro de 2023 - 11h39

Bruna Griphão e Gabriel Tavares, do BBB 23, são alguns dos exemplos que nos servem de alerta para fazermos uma autorreflexão: sabemos identificar uma relação tóxica? (Crédito: Reprodução/TV Globo)

Muito tem se falado sobre relacionamento tóxico. Os casos não param de pipocar na mídia: Shakira e Piqué, Bruna Griphão e Gabriel Tavares do BBB, Miley Cyrus e Liam Hemsworth são alguns dos exemplos que nos servem de alerta para fazermos uma autorreflexão: sabemos identificar uma relação tóxica? E o questionamento não deve ser apenas com relação ao amor, mas também ao mercado de trabalho, seja nas relações com colegas ou clientes, e até mesmo com amigos.

Talvez, a grande dificuldade de se identificar uma cultura de trabalho tóxica seja saber separar se o estresse é por um chefe ou colega, pelo trabalho em si ou pela cultura da empresa. Especialmente no início da carreira, pode ser um desafio distinguir se o que estamos sentindo é porque o trabalho é tóxico ou porque simplesmente não é o certo para nós. Uma dica para identificar se de fato é tóxico é observar se você se sente constantemente inseguro quanto às suas habilidades, frustrado e ameaçado em diversas situações.

Uma relação tóxica e abusiva não acontece apenas quando há uso de violência física ou verbal. Isso é importante ressaltar. Um comportamento é abusivo desde que ocorra manipulação, intimidação, humilhação, abuso de poder ou restrição à liberdade de expressão, por exemplo. No ambiente de trabalho, acontece quando uma pessoa é exposta e ridicularizada na frente dos outros ou em particular. E isso seja por parte da liderança, de colegas ou até mesmo de superiores.

Um líder tem comportamento abusivo quando te passa tarefas sem explicar a razão, o responsabiliza por tudo, o expõe com críticas ou “brincadeiras” invasivas, faz com que você trabalhe além do horário normal sem uma justificativa profissional, te muda de sala para isolá-lo, retira ou realoca seus instrumentos de trabalho… São exemplos de atitudes para forçar um pedido de demissão.

As empresas têm obrigação de evitar que situações tóxicas e que o assédio moral aconteçam e devem disponibilizar canais de denúncias. Na L’Oréal, por exemplo, existe o canal de ética e diálogos abertos com os colaboradores. As lideranças, por sua vez, também têm seu papel. Eu acredito que o estilo de liderança vulnerável, flexível e aberta aos diferentes momentos que as pessoas passam pode ajudar a evitar um ambiente tóxico. Procuro praticar e incentivar uma comunicação não violenta.

Voltando ao BBB, ao comentar sobre o caso “Bruna e Gabriel”, o apresentador Tadeu Schmidt fez um alerta importante ao dizer que quem está envolvido em um relacionamento abusivo talvez nem perceba e ache que é normal, mas quem está de fora consegue enxergar quando os limites estão prestes a ser gravemente ultrapassados. O X da questão é identificar esses limites. Até porque, no caso conjugal, o machismo estrutural contribui para que as pessoas normalizem determinados comportamentos porque elas, de fato, não sabem que essas atitudes são abusivas. O namorado ou marido que pede para mudarmos a roupa e justifica como cuidado e amor, na verdade, está fazendo uma manipulação por controle e ciúmes.

Atenta a esse problema, a nossa marca Yves Saint Laurent Beauty criou, faz algum tempo, a campanha global “Abuse is Not Love” (Abuso não é amor), de combate à violência entre parceiros íntimos. O projeto promove desde o financiamento de investigação acadêmica e a formação dos seus colaboradores à sensibilização da população em geral sobre abusos físico, sexual, financeiro e emocional, assim como controle de comportamentos.

Estima-se que uma em cada três mulheres será submetida à violência por parte do seu companheiro durante a sua vida. E vale lembrar que milhões de mulheres vivem em países onde a violência doméstica não é considerada crime. Eu tenho muito orgulho deste projeto pois acredito que é nosso papel como marca apoiar as mulheres, especialmente quando se trata da sua independência.

É claro: ninguém é perfeito, mas devemos e podemos querer construir relações saudáveis. E isso inclusive no mundo corporativo. Pegando outra frase do Tadeu, tem certas coisas que não podem ser ditas nem de brincadeira. Não, não se trata de mimimi. É preciso ligar o alerta vermelho diante de falas e expressões que diminuem uma pessoa. Não se trata de deixar o mundo mais chato e sim mais respeitoso. E toda relação, seja profissional, social ou amorosa, na qual não há respeito, se torna insustentável. Eu sei que não é simples, mas o caminho menos árduo é buscar profissionais que possam dar um melhor direcionamento para resolver a questão.

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