Programas de diversidade e inclusão avançam nas empresas brasileiras, indica estudo
Gênero, raça e LGBTQIAP+ são os pilares mais frequentes das ações de DEI
Programas de diversidade e inclusão avançam nas empresas brasileiras, indica estudo
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Lidia Capitani
13 de abril de 2023 - 12h47
Pesquisa revela que 95% dos programas de diversidade das empresas brasileiras trabalham o pilar de gênero. Logo em seguida, entram as dimensões de raça e etnia, presente em 89%, LGBTQIAP+ (86%) e pessoas com deficiência (82%). Além disso, o estudo aponta um avanço no nível de estrutura interna e recursos alocados para os programas e estratégias da área. O relatório “Panorama das Estratégias de Diversidade no Brasil 2022 e tendências para 2023” foi realizado pela Blend Edu, startup de HR tech e ESG tech, e entrevistou 117 organizações.
A edição destacou o aumento percentual das empresas que possuem uma área dedicada à gestão da diversidade, de 64% (em 2020) para 71% (em 2022). Além de mais estruturadas, também foi observado um crescimento entre aquelas que dedicam um orçamento à área, com uma evolução de 67% (em 2020) para 81% (em 2022).
Dentre as observações do estudo, ficou evidente que a pauta segue aquecida dentro das organizações. Enquanto na edição anterior não havia nenhuma empresa de pequeno porte com uma área de diversidade, o relatório de 2022 indicou que 75% das companhias de até 99 colaboradores tinham um departamento dedicado.
Quando perguntadas sobre o propósito de seus programas de DEI, 77% afirmam que o principal objetivo é “engajar os colaboradores na criação de uma cultura inclusiva”. Em seguida, 12% escolheram “potencializar os resultados do negócio”. Desse modo, o texto sinaliza um avanço do mercado que percebe a diversidade nas empresas como um traço cultural e uma diferença competitiva, ao invés de apenas práticas para cumprir a lei ou restritas aos processos de seleção e retenção de talentos.
Já em relação às áreas responsáveis pelas estratégias de DEI, essa gestão fica a cargo do RH em 75% das empresas. Entretanto, o relatório indica um crescimento das áreas de ESG que se responsabilizam pelos programas de DEI, de 6,5% em 2020 para 10%, principalmente entre as companhias de grande porte.
Em comparação com a edição anterior, houve um aumento expressivo de 19 pontos percentuais entre as empresas que endereçam a temática geracional (de 23% para 42%). Da mesma forma, o pilar LGBTQIAP+ teve um crescimento de 18 pontos percentuais, de 68% para 86%. Assim como a temática racial, de 80% para 89%.
O relatório também detalha as principais ações realizadas pelas companhias da amostra. Em ambas as edições, as práticas mais citadas são de comunicação e eventos para a comunidade interna, presentes em mais de 90%. Logo em seguida, entram os grupos de afinidade (89%), canal de denúncias ou ouvidorias (86,3%) e programas de treinamento e desenvolvimento de colaboradores (80,8%).
As ações de recrutamento e seleção sofreram uma queda entre as edições. Entretanto, a hipótese levantada pelo estudo indica que as empresas estão mais focadas em criar estruturas internas, como levantamento de indicadores, e uma cultura inclusiva. Logo, isso possibilita contratações mais assertivas e práticas para a retenção de talentos.
Um diferencial do estudo é a interpretação das tendências da área para o desenvolvimento de um olhar voltado à inovação. O texto destaca uma mudança de paradigma no estilo de gestão da diversidade, com foco em modelos ágeis, digitais e multidisciplinares. Logo, as novas estratégias de DEI passam a ser desenhadas a partir de metodologias de Design Thinking, Design Sprint e Canvas Visuais.
Numa autoavaliação, as empresas classificaram o grau de inovação dos seus programas com uma média de 7,2. Por isso, o texto ressalta que as lideranças precisam atentar-se às tendências e ao grau de inovação de seus programas, de forma a desenvolver habilidades de inteligência social, competências cross-culturais, transdisciplinaridade, curadoria e colaboração.
A amostra conta com abrangência nacional e companhias de 34 setores diferentes, como tecnologia, financeiro, saúde, indústrias e outras. Dentre as participantes, a maioria é de iniciativa privada de médio (33% de empresas com 100 a 999 pessoas) e grande porte (56% de empresas com mais de 1.000 pessoas).
O estudo tem como objetivo inspirar mais empresas a potencializarem suas estratégias de diversidade e inclusão. As companhias participantes responderam um questionário durante as inscrições para o Prêmio Diversidade em Prática, também organizado pela Blend Edu. A pesquisa foi realizada no período de julho a setembro de 2022.
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