Qual é o melhor modelo de trabalho nos dias de hoje?
Depois dos anos de pandemia, não temos como olhar o trabalho e a vida pessoal como opostos, mas como partes da vida do colaborador
Qual é o melhor modelo de trabalho nos dias de hoje?
BuscarDepois dos anos de pandemia, não temos como olhar o trabalho e a vida pessoal como opostos, mas como partes da vida do colaborador
2 de maio de 2024 - 8h39
Quando estávamos na pandemia, grandes empresas se desfizeram de seus imponentes escritórios, de suas reuniões e rituais presenciais em prol da saúde e do bem estar de todos naquele momento tão delicado.
O apoio da tecnologia trouxe muitas transformações nas relações de trabalho e, hoje, o grande desafio é definir o modelo de trabalho ideal para a empresa e para os funcionários.
A realidade é que, agora, funcionários que estavam em modelo remoto se deram conta do quanto se aproximaram da família e podem estar mais presentes na criação dos filhos como antes não se podia imaginar. Ao mesmo tempo, pode-se economizar muito na escola das crianças, no transporte, na alimentação, entre outros benefícios como estar a uma tela de distância de uma reunião em que se deslocaria mais de uma hora para estar presencial.
As empresas, por sua vez, viram que as transformações nas relações de trabalho trouxeram distanciamento, baixa qualidade na comunicação interpessoal, falta de pertencimento, queda na produtividade e dificuldade de realizar gestão de pessoas e de projetos de forma remota.
Segundo mostra a 24ª edição do índice de confiança Robert Half, divulgado em 2023, 76% dos profissionais preferem realmente o regime híbrido que mescla entre o remoto e o presencial. 18% indicam o home office integral e apenas 6% preferem o modelo presencial.
No entanto, 59% das empresas apostam no trabalho híbrido, 33% exigem presença diária nos escritórios e apenas 8% seguem em home office.
Ainda de acordo com a pesquisa, o retorno presencial levaria 38% dos profissionais a buscar uma recolocação, e isso se dá porque a flexibilidade virou um tipo de benefício inegociável e um diferencial buscado pelos funcionários das empresas.
Depois de tantas mudanças, precisamos entender que existe a necessidade de buscar um equilíbrio do que realmente funciona para cada grupo de trabalho. Dificilmente vamos encontrar um modelo que funcione para todos, uma vez que existem tipos de trabalho que não têm a necessidade de colaboração entre times e que funcionam muito bem no ambiente remoto. Já quem trabalha em equipe e depende de outras pessoas realizarem tarefas para concluir seu projeto, ou onde os times precisam construir coisas juntas, funcionam melhor no híbrido ou no presencial.
Os dois modelos têm muitas vantagens, uma vez que é possível promover encontros entre equipes e criar uma maior conexão entre as pessoas, o que traz um maior engajamento entre lideranças e liderados, clareza das informações, e gera maior confiança entre os times. Principalmente dos times que, antes da pandemia, funcionavam em modelo 100% presencial.
O papel da liderança também sofreu muitas mudanças com a adaptação a esses modelos, uma vez que as empresas com sistema de comando e controle precisam praticar o desapego do modelo híbrido e remoto, já que controle nos momentos de ausência do escritório e diante da flexibilidade que se pede nos dias de hoje é algo que não deve mais ser cobrado. É preciso confiar no trabalho alheio e, para isso, criar os espaços de alinhamento e integração de times.
Já no modelo presencial, é importante que o colaborador possa equilibrar a vida pessoal e o trabalho, e o líder precisa entender o que faz o colaborador performar melhor, quais as suas necessidades, a fim de fazê-lo se sentir bem no ambiente e criar um espaço de confiança.
Depois dos anos de pandemia, não temos como olhar o trabalho e a vida pessoal como opostos, mas como partes da vida do colaborador, e as empresas precisam pensar na melhor forma de equilibrar isso para reter e atrair talentos.
E você? Qual modelo prefere?
Compartilhe
Veja também
Adriana Barbosa: do ativismo à expansão internacional da Feira Preta
CEO da PretaHub e presidente do Instituto Feira Preta é a nova entrevistada do videocast Falas Women to Watch
Mais de 90% dos brasileiros aprovam ampliação da licença-paternidade
Apesar da aprovação, poucas empresas aderem ao programa que permite extensão da licença ao pai