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Quando chega a hora de se internacionalizar?

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Opinião

Quando chega a hora de se internacionalizar?

Morar e trabalhar fora tem sido o desejo de 16% dos profissionais brasileiros, oportunidade cada vez mais presente na vida do programador no País


4 de fevereiro de 2025 - 6h17

(Crédito: Shuttterstock)

Nada melhor do que o início de ano para falar sobre sonhos. São eles o ponto de partida para novas resoluções. E, para alcançá-las, temos que ter foco. Mas só ele não é mais suficiente. Cada vez mais, é necessário multidisciplinaridade para olhar o todo em busca desse resultado.

Foco e multidisciplinaridade parecem contraditórios juntos, mas são algumas das minhas resoluções para o novo ano. E essas duas palavras se conectam muito com o que o mercado espera de profissionais da tecnologia em 2025. 

Atuar no mercado de tecnologia, por exemplo, tem sido uma oportunidade para realizar um desejo cada vez mais presente na vida do brasileiro: morar e trabalhar mundo afora. No universo da programação, esse é um sonho muito incentivado e que traz um resultado importante. É por isso que nossa profissão – e TI em geral – está como o segundo segmento de profissionais brasileiros que mais conseguiram conquistar o Green Card, documento que permite estrangeiros residirem definitivamente nos Estados Unidos, ao longo de 2024 (Dados da assessoria imigratória D4U Immigration).

Desde que o Itamaraty começou a registrar a estimativa de quantos brasileiros vivem no exterior, lá em 2009, é possível ter noção de quantas pessoas de fato conseguem realizar o sonho de morar fora. Contudo, nesse último ano vimos o maior aumento comparado a anos anteriores desde então: são 400 mil novos brasileiros saindo do País, como mostram os dados mais recentes divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores. 

Mas nem todo mundo sonha com essa realidade. A ideia de trabalhar para uma empresa estrangeira, recebendo um salário de uma moeda mais valorizada, e continuar morando e gastando em real aqui no Brasil, também é uma das possibilidades que encanta o desenho de muitas carreiras. Para um quarto dos desenvolvedores brasileiros já é assim, como a Pesquisa Código Fonte 2024 nos mostrou. Enquanto menos de 2% deles chega a morar fora.  

Esse movimento é possível por outra realidade setorial: o trabalho remoto. Hoje em dia é comum que muitas áreas de uma empresa voltem ao trabalho presencial, exceto o time de tecnologia. Na programação, esse modelo de trabalho certamente é o preferido, e 65,7% dos devs atuam remotamente.   

O setor de tecnologia é um dos que vem oferecendo frequentemente oportunidades no exterior. Mas se lançar a uma carreira internacional envolve um caminho com algumas exigências adicionais, comparado a uma trajetória em solo nacional. O conhecimento do idioma inglês é de um nível mais técnico, direcionado à rotina do programador. Investir nesse aprendizado ou em uma atualização é o primeiro passo para um programador. 

Os conhecimentos culturais são necessários e vão além dos costumes e hábitos locais. Ganham cada vez mais relevância habilidades como comunicação, trabalho em equipe, proatividade e adaptabilidade. As soft skills são progressivamente mais relevantes para construir uma carreira de sucesso em um ambiente internacional.  

A organização de um currículo forte, direcionado a suas pretensões, é outro requisito óbvio, mas que ainda deixa a desejar no mundo real. O LinkedIn é um aliado fundamental neste processo, na busca por networking e referências profissionais. Outro passo que pode ser transformador na realização dessa jornada é buscar compreender os obstáculos do caminho antes de percorrê-lo, para que tentativas frustradas em vagas fora do perfil não atrasem o objetivo. Referências de quem já alcançou esse objetivo é um bom ponto de partida. Saber onde se planeja chegar e traçar o plano adequado pode encurtar o caminho do tão sonhado salário em dólar ou euro.  

Não confie em promessas de atalhos milagrosos para chegar em um sonho. Algumas coisas levam tempo, precisam de esforço e, claro, de muito estudo. O que eu posso te dizer, e é o que nós ensinamos há anos dentro do nosso ecossistema de ensino, é: não pule etapas. O primeiro passo em cada decisão é o mais difícil. Mas sabendo pra onde você quer ir, e quais aspectos você precisa se dedicar, o caminho fica mais claro.  

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