8 de abril de 2024 - 10h11
Recentemente, tive o privilégio de explorar as deslumbrantes ilhas de São Tomé e Príncipe (STP), um arquipélago situado na costa oeste da África, no Golfo da Guiné. Encantei-me com suas belezas naturais e percebi uma notável semelhança com o Brasil, levando-me a refletir sobre as valiosas lições que as comunidades brasileiras, especialmente as favelas, podem oferecer para impulsionar o desenvolvimento econômico local.
Apesar dos avanços alcançados nos últimos anos – evidenciados pelo aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,435 em 1990 para 0,618 em 2021, situando o país no grupo de nações com desenvolvimento médio -, São Tomé e Príncipe ainda enfrenta desafios econômicos significativos. No entanto, vejo um grande potencial para o crescimento de negócios sociais voltados para a capacitação profissional de jovens e adultos, além do estímulo ao turismo sustentável.
Assim como o Brasil, São Tomé e Príncipe é um caldeirão cultural, resultado de uma miscigenação única que ressoa em sua população diversa, que reflete influências africanas profundas em sua cultura, crenças e culinária. Ambos os países compartilham uma história de colonização portuguesa, e a língua portuguesa é um elo que une nossas identidades.
Durante minha estadia em São Tomé e Príncipe, observei também os desafios semelhantes aos enfrentados nas favelas brasileiras, como a falta de infraestrutura para fornecer condições melhores de vida para a população. Essa realidade despertou em mim o desejo de compartilhar conhecimentos e experiências que possam capacitar as comunidades locais a utilizarem seus recursos culturais, gastronômicos e naturais como catalisadores para o desenvolvimento econômico.
Acredito firmemente que as comunidades brasileiras podem servir de exemplo para São Tomé e Príncipe ao preservar suas tradições e identidade cultural, apoiar os arranjos produtivos, e valorizar os vínculos comunitários que impulsionam iniciativas empreendedoras e turísticas, sua história, identidade e riqueza natural.
O ecoturismo, aliado à agricultura sustentável, pode desempenhar um papel fundamental no equilíbrio econômico daquele país, proporcionando oportunidades de crescimento enquanto protege o meio ambiente.
O Brasil tem muito a oferecer em termos de desenvolvimento e treinamento de recursos humanos, bem como, experiência em turismo sustentável. Um intercâmbio cultural entre as nações poderia beneficiar ambos os países, promovendo o envolvimento comunitário e a gestão responsável dos recursos naturais.
Em resumo, acredito que a colaboração entre o Brasil e São Tomé e Príncipe, ou qualquer país africano da CPLP (Comunidades de Países da Língua Portuguesa), pode abrir novos caminhos para intercâmbio de tecnologias sociais e desenvolvimento socioeconômico sustentável aproveitando ao máximo suas riquezas culturais e naturais.