Tendências da economia de criadores para 2024
O evento e report “Vem aí na Creator Economy 2024”, do Youpix, trouxe discussões de alto nível sobre o futuro da economia de criadores
Tendências da economia de criadores para 2024
BuscarO evento e report “Vem aí na Creator Economy 2024”, do Youpix, trouxe discussões de alto nível sobre o futuro da economia de criadores
10 de janeiro de 2024 - 7h30
O evento “Vem aí na Creator Economy 2024”, relatório do Youpix apresentado em evento presencial no dia 15 de dezembro de 2023, trouxe a apresentação de insights e análises sobre as futuras direções da indústria da economia de criadores. O evento foi apresentado por Rafaela Loto, co-fundadora do Youpix, empresa de consultoria que é autoridade quando o assunto é marketing de influência e creator economy, e contou com a presença de profissionais como eu, Nohoa Arcanjo (Creators LLC), Sylvia Osti Garcia (Suvinil) e Bruna Galliano (creator).
O futuro da influência é cheio de nuances complexas de serem decodificadas. Frente a este cenário em constante transformação, foram apresentados 5 macrotemas fundamentais para navegar na creator economy em 2024. Neste artigo, apresentamos um resumo da apresentação.
O conceito de “creator economy 2.0” envolve os bastidores por trás do marketing de influência, onde agências lançam plataformas, startups proporcionam formas inovadoras de monetização, novas ferramentas de gestão de negócios são lançadas, e players tradicionais se esforçam para participar dessas iniciativas.
Isso significa que a criação de conteúdo inclui não apenas os criadores, mas também agentes, agências de marketing, curadores, plataformas, ferramentas de intermediação e uma variedade de profissionais e serviços que viabilizam a circulação de capital.
E que capital! O impacto econômico da economia de criadores é evidente nos números. A Goldman Sachs Research estima que esse mercado movimentou impressionantes US$ 250 bilhões em 2023, com projeções de atingir US$ 470 bilhões em 2027.
As marcas vem aumentando o investimento, não só em publicidade, mas também trazendo os creators para outros tipos de jobs. Criadores não são mais vistos apenas como veículos de publicidade, mas como produtores de conteúdo, participantes de eventos, embaixadores de marca e criativos envolvidos nas campanhas das marcas. Há uma diversificação nas maneiras como os criadores colaboram com as marcas, abrindo oportunidades para expandir os serviços prestados.
Pesquisas mostram que a audiência prefere conteúdo mais natural e autêntico, sem perder a identidade do influenciador. Sendo assim, as marcas passam a aceitar o “não controle” do conteúdo produzido pelos creators como uma estratégia para atingir melhores resultados. A tendência é permitir que os criadores tenham mais liberdade criativa, resultando em anúncios que envolvem melhor o público e têm maior conversão. Isso significa que a narrativa das marcas não está mais exclusivamente nas mãos das agências: ela pertence à comunidade que se relaciona com elas.
O ano da efetividade será marcado pela mensuração do desempenho de campanhas de influência que vai além de métricas tradicionais como alcance, engajamento e comentários. Métricas de atenção e resultados, como a construção de atributos de marca e o aumento da preferência e intenção de compra, se tornarão cada vez mais valiosas.
Não há mais espaço para amadorismo no mercado de influência. O desejo por resultados efetivos da contribuição dos influenciadores para as marcas implica uma necessidade de evolução nas soluções de mensuração e uma preferência por agências e serviços que entregam além do tático.
A efetividade das campanhas não é responsabilidade apenas das marcas. Agora, os criadores de conteúdo também compartilham dessa “responsa”. Profissionalizar-se e evoluir os modelos para a entrega de resultados será imperativo para prosperar no mercado.
Será que estamos transformando nossas redes em um “querido diário”, compartilhando memórias que interessam apenas a nós mesmos? A ascensão dos P.O.V. (“points of view”) nas redes sociais atingiu um ponto de saturação, inundando nossos feeds com opiniões, fotos e histórias que podem não interessar à maioria.
Nossa mente e nosso corpo não conseguem lidar com a quantidade de informação a que estamos expostos diariamente. A vasta oferta de conteúdo nos leva à exaustão física e mental. Além disso, o medo de estar perdendo alguma coisa pode causar ansiedade. Sentimos que precisamos acompanhar tudo, mas isso é impossível.
Para piorar, ainda temos a sensação de que precisamos produzir conteúdo na mesma velocidade em que tudo acontece. “A gente não consegue nem processar o nosso P.O.V direito e já precisa produzir conteúdo sobre ele?”
Prevê-se um movimento em direção ao P.O.V. vida real. A autenticidade e a utilidade do conteúdo são mais valorizados do que a fama ou o número de seguidores do creator. Além disso, o P.O.V coletivo, criado por comunidades engajadas, gera mais valor por ter significado para além do umbigo de quem produz. As marcas são aconselhadas a adotar uma abordagem mais diversificada, incorporando uma multiplicidade de perspectivas em suas narrativas.
Diferentemente do êxodo que levou ao fim do Orkut, quando todos migraram pro Facebook, a dinâmica atual das redes sociais é comparada a um jogo de War, onde territórios coexistem e são dominados por “exércitos” de usuários. Há uma coexistência entre plataformas e, geralmente, uma preferência por alguma delas.
Essa preferência é fortemente influenciada pela geração. Pela primeira vez desde o surgimento das redes, todas as gerações estão online — e cada geração apresenta comportamentos distintos na internet, desde a relutância dos baby boomers até a profunda integração da geração Z. As gerações mais jovens adotam naturalmente novas plataformas, enquanto as mais velhas permanecem nas primeiras escolhidas. E as gerações intermediárias flutuam entre diferentes redes.
A remuneração adequada aos criadores pode ser crucial para o futuro das plataformas. O alcance orgânico do Instagram está em declínio, enquanto o TikTok se destaca em termos de engajamento e remuneração para criadores, sendo a principal fonte de renda para creators, superando até mesmo o YouTube. A aposta é que o TikTok se torne a plataforma preferencial para marcas e criadores, embora o Instagram não perca sua importância.
Contrariando o medo de que a inteligência artificial vai roubar todos os empregos, a AI não ameaça substituir criadores, mas sim otimizar suas tarefas. A utilização de AI na edição, criação de imagens e textos reduz a sobrecarga de trabalho, proporcionando uma eficiência maior na produção de conteúdo. A crescente adoção de AI pelos criadores é evidente, com milhares de perfis utilizando a hashtag #inteligenciaartificial.
Entre as novidades nesse assunto, destaca-se o YouTube, que está desenvolvendo uma AI para resumir vídeos longos. Isso irá proporcionar análises mais precisas e melhorar as buscas por conteúdos específicos.
Um dos tópicos mais pertinentes a este macrotema é a questão da regularização. A União Europeia avança na regulamentação de AI, enquanto os Estados Unidos estão em estágio inicial. A moderação de conteúdo gerado por AI e sua regulação no Brasil permanecem como questões abertas.
Para contribuir com essa estruturação, na Creator LLC estamos olhando como resolver a grande dificuldade em entender sobre as métricas específicas de tipo de campanha, para uma correta mensuração do ROI. Criamos um software de pós-venda, onde os clientes podem acompanhar os resultados das campanhas de influência em tempo real. Já testamos com alguns clientes, e só tivemos feedbacks positivos.
Essa clareza nos dados ajuda a desmistificar o retorno desse tipo de campanha e coordenar melhor os investimentos.
A análise desses dados levantados pelo YouPix revela um panorama promissor para a economia dos criadores, com potencial para fomentar o investimento e a monetização de marcas, criadores e outros participantes do setor. Em 2024, é essencial acompanhar de perto esses movimentos e se antecipar às tendências para contribuir para a estruturação de um mercado em acelerado crescimento.
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