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Um ano especial para o futebol feminino

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Opinião

Um ano especial para o futebol feminino

E 2023 chegou e, com ele, o ano da Copa do Mundo Feminina


14 de fevereiro de 2023 - 8h27

Marta está escalada para os próximos amistosos da seleção, e para a finalíssima, jogo entre as seleções vencedoras da Copa America e Euro, que será disputado entre Brasil e Inglaterra no dia 6 de abril (Crédito: Reprodução/Instagram)

E 2023 chegou e, com ele, o ano da Copa do Mundo Feminina. Enquanto o mundial não chega, o calendário das competições está animado, e a CBF vem anunciando novidades no cenário das disputas femininas. A maior delas foi anunciada semana passada.

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, anunciou que até 2027 todos os clubes brasileiros que disputam torneios nacionais deverão obrigatoriamente ter um time de futebol feminino. E o que muda na prática? Até então, apenas os times que disputam a série A têm essa obrigatoriedade. Também precisam obedecer a essa regra os times que disputam a Conmebol Libertadores.

Até 2027, todos times que estão em divisões nacionais, seja série A, B, C ou D, precisarão ter as equipes femininas. Isso aumentará a oferta de times para que mais meninas possam ter espaço e desenvolver a carreira de atleta.

Nas palavras do próprio Rodrigues, “Nós queremos que o futebol feminino possa ser bastante valorizado e apoiado. Não adianta o clube achar que o futebol feminino é um sacrifício, quando na realidade nós pensamos de forma macro. Nós pretendemos até o final do nosso mandato ter um fair play… Na série A, é obrigatório ter o futebol feminino. Isso será estendido para as séries B, C e D. O clube que, em 2027, for jogar a Série D, terá que ter o futebol feminino. Com isso, são 64 clubes a ter futebol feminino”

E essa obrigatoriedade, além de fortalecer a modalidade, evita algumas situações como a do Ceará, que, rebaixado para a série B, encerrou as atividades do seu time feminino e dispensou as atletas.

Claro que o investimento dos clubes no futebol feminino ainda é muito pautado pela obrigatoriedade das confederações e poucos pela real disposição de recursos, que acabam sempre sendo priorizados para os times masculinos. Por isso que, para os clubes, é tão importante repensar seus esquemas de patrocínios, para que incluam também as equipes femininas e possam ajudar a trazer recursos para a modalidade. E, por outro lado, ainda há poucas marcas com disposição de investir e apoiar o desenvolvimento do futebol feminino de fato.

Além da obrigatoriedade dos clubes em terem equipes femininas, a CBF também anunciou mudanças importantes nas premiações dos torneios, o que é fundamental e ajuda ainda mais os clubes a terem recursos para investirem nas equipes e na qualidade do futebol. A supercopa feminina passa a ter premiação esse ano, enquanto os valores pagos no brasileirão quintuplicaram de 2021 para 2022.

Como sugestão para a CBF, vale pensar em um esquema semelhante nos direitos de transmissão. Imagine se as competições femininas tivessem o mesmo espaço de TV das competições masculinas?

E, voltando a falar de seleção, vale ressaltar o quanto a cobertura jornalística do futebol feminino ainda é restrita e limitada na imprensa esportiva. Enquanto nessa semana o início do trabalho físico de Gabriel Jesus pós-cirurgia foi amplamente divulgado, a volta de Marta aos treinos duas semanas atrás não teve a mesma repercussão. Marta estava afastada dos campos desde março do ano passado, quando sofreu uma lesão nos ligamentos, passou por cirurgia e ficou de fora de competições importantes, como a conquista da Copa America. Deixo a sugestão para que você faça o teste e busque os dois assuntos no Google. A diferença na quantidade de informações é surreal. Isso porque estamos falando da maior lenda do futebol feminino, no que provavelmente será sua última temporada.

Marta está escalada para os próximos amistosos da seleção, e para a finalíssima, jogo entre as seleções vencedoras da Copa America e Euro, que será disputado entre Brasil e Inglaterra no dia 6 de abril. Aliás, já anote na agenda. Promessa de um jogo espetacular e estádio lotado, com os 90mil ingressos esgotados. Imperdível.

E, na próxima semana, começa a She Believes Cup, torneio com amistoso entre as seleções do Brasil, Canadá, Estados Unidos e Japão. A estreia da nossa seleção será contra o Japão no dia 16 de fevereiro.

E, já que a falta de informações sobre os torneios femininos é uma questão recorrente, deixo aqui a minha contribuição para quem quiser acompanhar a trajetória da nossa seleção no caminho para a Copa do Mundo e de algumas competições relevantes:

 

Jogos do Brasil

– She Believes Cup – 16 a 22 de fevereiro

– Brasil x Japão – 16 de fevereiro

– Brasil x Canadá – 19 de fevereiro

– Brasil x Estados Unidos –-22 de fevereiro

– Finalíssima – Brasil x Inglaterra – 6 de abril

– Amistosos da Seleção – datas a confirmar

– Copa do Mundo Feminina – 20 de julho a 20 de agosto

 

Competições de clubes:

– Brasileiro Feminino A-1 – 26 de fevereiro a 17 de setembro

– Brasileiro Feminino Sub-20 – 8 de março a 21 de junho

– Brasileiro Feminino A-2 – 15 de abril a 8 de julho

– Brasileiro Feminino A-3 – 15 de abril a 24 de junho

– Libertadores Feminina – 5 a 21 de outubro

– Brasileiro Feminino Sub-17 – 4 a 25 de novembro

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