Um guia para a nova geração trabalhar no mercado de games
Para aproveitar as oportunidades que o setor proporciona, é crucial conciliar competências técnicas com soft skills
Um guia para a nova geração trabalhar no mercado de games
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6 de janeiro de 2025 - 11h34
O Brasil caminha para desbloquear o próximo nível no mercado global de games. Apenas dez anos atrás, o país tinha somente 133 profissionais desenvolvedores de jogos contratados e atuando em tempo integral. Havia, então, 150 estúdios, indicando uma condição de subemprego, já que o total de empresas superava o número de trabalhadores.
Chegamos a 2023 com um cenário completamente diferente: são 13.225 profissionais trabalhando na indústria de jogos, um crescimento de 1.035% em relação a 2014. Os dados foram apurados pela Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames). Essas pessoas atuam em 1.042 estúdios diferentes. O setor avançou, amadureceu, e se tornou globalizado: 58% das desenvolvedoras comercializam internacionalmente.
Esse mercado gera oportunidades importantes para a próxima geração de profissionais. As vagas estão abertas e as empresas tendem a procurar cada dia mais por trabalhadores habilitados para assumir missões em um setor marcado pela expansão acelerada: como aponta a Newzoo, o mercado brasileiro de games é o maior da América Latina. Movimenta R$ 13 bilhões e fatura R$ 1,2 bilhão por ano.
O Brasil é o principal mercado do sul global e o segundo maior em tamanho, ficando atrás apenas da China em termos absolutos. Representa 3% dos jogadores do planeta, o que coloca o país em 10º lugar no mercado em número de usuários. Essa participação é maior do que a representatividade nacional em relação à população global, que está em 2,6%. Há vagas, e elas são qualificadas e promissoras, atendendo tanto a mercados internacionais quanto ao público gamer em crescimento no país.
Em geral, as empresas desenvolvedoras de games são atentas a novos talentos e dispostas a valorizá-los. Oferecem oportunidades de crescimento pessoal e profissional, passando por incentivos ao aprendizado de idiomas e de novas habilidades, que podem ser desenvolvidas à distância ou de forma híbrida. Como aponta a Abragames, 70% dos estúdios brasileiros contam com uma força de trabalho remota, enquanto 16% operam de forma híbrida. Apenas 14% exigem participação presencial integral.
Não faltam boas notícias, portanto. Uma delas é a sanção do Marco Legal dos Jogos Eletrônicos, em maio de 2024, que gera segurança jurídica para o setor seguir crescendo e considera a indústria de jogos como parte integrante, e cada dia mais relevante, da economia criativa, além de estabelecer incentivos semelhantes aos previstos na Lei Rouanet e na Lei do Audiovisual, de forma a incentivar investimentos em inovação no setor.
Está claro, portanto, que a indústria de games oferece um ambiente dinâmico e repleto de oportunidades, especialmente para uma nova geração de profissionais que busca crescimento e inovação no setor. Da mesma forma que a intensa busca por pessoas habilitadas a atuar em Tecnologia da Informação (TI) tem gerado novas demandas e transformado as expectativas dos jovens, o mercado de jogos tende a mobilizar uma série de novas demandas.
Mas como garantir espaço neste mercado tão promissor e tão conectado com o perfil das novas gerações? Algumas habilidades são essenciais para ingressar e prosperar neste mercado.
A competência em áreas específicas, cruciais para o sucesso de um jogo, é fundamental. Passa por áreas como programação, evidentemente. Mas também envolve designers, capazes de entregar soluções visuais orgânicas, completas e alinhadas; e roteiristas, habilitados para entregar narrativas completas, ricas e envolventes.
Há muitos outros papéis cruciais, como os artistas capazes de criar imagens 3D; os designers de som, fundamentais para gerar a ambientação mais adequada para cada etapa do game; e animadores, que garantem a unidade dos cenários, com o grau de realismo exigido pelo produto. Existem vagas até para os testers, as pessoas capazes de testar jogos e apontar bugs e incoerências.
Evidentemente, empresas de games também precisam de contadores, gestores de recursos humanos e profissionais de comunicação, como qualquer empresa, de qualquer setor de atuação. Mas, para qualquer atividade que o profissional se proponha a executar, existe um diferencial: as soft skills são especialmente importantes.
Jogos são obras colaborativas por essência. Os produtos mais bem-sucedidos da história são resultado do trabalho de dezenas, se não centenas, de pessoas. Seu sucesso depende da formação de equipes coesas e harmônicas, o que demanda uma série de habilidades nas chamadas soft skills, que envolvem colaboração, adaptabilidade e criatividade.
O contexto está bem estabelecido. Mas como transformar interesses e habilidades pessoais em oportunidades concretas? É importante prestar atenção a alguns pontos cruciais para alcançar o sucesso.
Estabelecer uma rede de contatos robusta é crucial para construir uma carreira na indústria de games. Participar de eventos, engajar-se em comunidades profissionais e interagir nas redes sociais são passos que ampliam as possibilidades de desenvolvimento e inserção no mercado.
Um portfólio bem estruturado e uma presença digital coerente e profissional são diferenciais que demonstram o valor e as capacidades do profissional. Mais que um currículo, o portfólio reflete habilidades e contribuições potenciais para a indústria.
Esta etapa requer uma abordagem estratégica, em que o profissional deve demonstrar seu entendimento sobre o mercado e sua habilidade para lidar com os desafios específicos do setor de games.
A constante atualização em tecnologias e ferramentas específicas da área de desenvolvimento de games, como motores gráficos e linguagens de programação, é um diferencial que confere competitividade ao profissional em um setor de rápido avanço tecnológico.
Esta é uma realidade crescente na indústria de games, com empresas empenhadas em promover equipes inclusivas. Profissionais de diferentes origens encontram cada vez mais oportunidades para colaborar e enriquecer o setor.
A inserção na indústria de games exige planejamento, qualificação e uma abordagem estratégica que valorize tanto habilidades técnicas quanto relações profissionais. Com essas bases sólidas, a nova geração de trabalhadores está preparada para contribuir para a evolução e o crescimento sustentável do setor.
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