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Uma competência vai nos diferenciar das IAs  

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Women to Watch

Uma competência vai nos diferenciar das IAs  

Tal habilidade nos distingue enquanto seres humanos e profissionais, mas não é inata


25 de setembro de 2024 - 9h45

(Crédito: Shutterstock)

Eu acredito que nossa época será lembrada por pelo menos duas marcas: as viralizações e as inteligências artificiais. Há algumas semanas, o CEO da Amazon Web Services afirmou, em uma reunião fechada, que em 24 meses os programadores podem não mais existir devido às IAs. E quando uma afirmação tão forte, de alguém tão relevante como Matthew Graham, chefe executivo da empresa que é referência mundial em serviços de computação em nuvem, viraliza, é sinal de que temos uma questão importante para conversar sobre. A AWS é referência mundial em plataforma de serviços de computação em nuvem.   

É claro que essa afirmação, que foi vazada há algumas semanas, foi contextualizada depois da polêmica. E nisso eu e Graham concordamos: a profissão “programador” não existirá mais como é hoje, porque precisará se adequar ao ecossistema que a cerca. 

No mercado de programação, a inteligência artificial já é uma realidade. Além de potencializar a remuneração – assunto sobre o qual já falei aqui -, boa parte dos profissionais a utiliza no cotidiano de desenvolvimento. De acordo com a edição de 2024 da Pesquisa Código Fonte, 83,6% dos mais de 15 mil profissionais participantes fizeram essa afirmação. Por outro lado, a mesma pesquisa apontou que 53,7% deles acredita que a IA não substituirá os devs no futuro.  

Na minha opinião, essa não é uma visão otimista ou pessimista, mas simplesmente realista. Isso significa que esses profissionais entendem a relevância da inteligência artificial e já podem tirar suas conclusões sobre essa disrupção. Uma IA pode escrever um código, ajudar a minimizar erros, a ser mais eficiente em pesquisas. Mas programar e se diferenciar neste mercado vai muito além do código. E, se vocês me acompanham por aqui, sabem que eu escrevo sobre isso todos os meses.  

Por isso, na minha visão, uma das competências que diferenciam não só os devs, mas especialmente eles, em suas jornadas profissionais bem-sucedidas está associada à proatividade. A capacidade e a habilidade de se tornar proativo – e digo isso porque pode e deve ser incentivada propositalmente -, de criar soluções, antecipar problemas e desafios, e auxiliar o dia a dia do trabalho de forma espontânea.   

O que realmente faz diferença nas soluções que entregamos ao programar é o ponto de vista humano. Entender de estratégias, aprender a regra de negócio, conhecer outras pontas da empresa e mergulhar no que o produto é e no que ele oferece são coisas que vão gerar muito mais valor em um profissional e, de quebra, ainda permite criar um código muito mais conectado com o propósito dele. 

Afirmo e defendo isso por experiência própria. A minha jornada de uma década como programadora até aqui e como CEO foi marcada pela proatividade. Passando de setor a setor da empresa, enxergando e resolvendo desafios, propondo soluções. A nossa presença, inteligência, dedicação e antecipação continuarão sendo os fatores decisivos que nos diferenciam de qualquer ferramenta. Não é sobre ganhar ou perder a batalha contra a IA, mas descobrir como somá-la aos seus domínios. 

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