12 de abril de 2023 - 9h27
Crédito: OlgaPS/Shutterstock
Aprendemos pós-pandemia que era possível conciliar 10 reuniões no mesmo dia. Com foco e determinação, dá para atender todo mundo: reuniões de 1 hora, 30 minutos, encaixando até a possibilidade de um 1:1 “rapidinho” de 15 min. Quando menos esperávamos nossa agenda se transformou em um grande “tetris”. Aquele joguinho dos anos 80, extremamente satisfatório de encaixar perfeitamente pecinhas uma em cima das outras, lembrava muito a imagem do meu Google Calendar de uns tempos atrás.
Mas o que isso afetou o modelo de trabalho e minhas relações?
Justamente para acomodar tantas agendas percebi que não estava conseguindo dar conta das minhas tarefas do dia e ainda extrair o melhor dos encontros, me faltava presença. E presença é fundamental para conseguir tirar proveito das trocas e das conexões com a equipe, ter conversas mais profundas, tomar decisões importantes e dar direcionamentos necessários.
A agenda sem respiro não me permitia tempo para me preparar para cada reunião, não permitia espaço para conexão com o time, não permitia concentração e foco. 10 reuniões por dia me transformaram em uma profissional mais pragmática, mas também mais fria e menos conectada. Foi importante dar alguns passos para trás e rever a gestão do tempo para que eu pudesse voltar a ter atenção à qualidade que acho profundamente importantes para o perfil de uma profissional de liderança.
Estou agora em um processo de rehab de agenda ocupada, adequando a capacidade de reuniões, incluindo encontros presenciais, sem prejudicar as demandas importantes do dia. Não é uma tarefa simples, mas é muito importante sair do automático e rever hábitos que possam minar sua eficiência e qualidade de vida no trabalho.