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W2W 2022 celebra poder da transformação da indústria pelo coletivo

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W2W 2022 celebra poder da transformação da indústria pelo coletivo

Em sua décima edição, iniciativa destaca as sete homenageadas e foca no poder da representatividade e inspiração como elementos de evolução da indústria e da sociedade


30 de agosto de 2022 - 18h16

(Crédito: Eduardo Lopes/Imagem Paulista)

Nesta terça-feira, 30, foram sete as homenageadas na edição de 2022 do Women to Watch, plataforma que se dedica a celebrar as profissionais das indústrias de comunicação, marketing e mídia que vem contribuindo para a evolução do mercado.

Embora as placas que representam o reconhecimento do Women to Watch – iniciativa que chega a sua 10ª edição neste ano – tenham sido entregues à Camila Novaes, Fatima Pissarra, Gabriela Comazzetto, Isabella Zakzuk, Mafoane Odara, Raquel Virgínia e Valéria Barone, a celebração foi estendida a outras mulheres que, com diferentes bagagens e experiências profissionais e pessoais, vêm procurando contribuir para tornar o mercado menos desigual.

Em seus discursos, junto aos agradecimentos às pessoas próximas e familiares que contribuíram em suas jornadas, todas as homenageadas destacaram a importância da representatividade e do exemplo, que muitas vezes vêm de outras mulheres que trilharam o mesmo caminho, para que novas histórias de sucesso sejam construídas.

“Este é um dia histórico. Sou a primeira mulher trans e negra que sobe nesse palco. Mas não é histórico por mim, e sim pelo mercado que está passando por essa transformação. Todos aqui estamos fazendo história”, declarou Raquel Virgínia, CEO da agência Nhaí, ao receber a homenagem. A empresária aproveitou o momento para convidar outras mulheres e homens trans, ali presentes, para subirem ao palco com ela, compartilhando a celebração.

Responsável por todo o pilar de recursos humanos da Meta na América Latina, Mafoane Odara destacou que sempre acreditou que “histórias mudam histórias” e na importância de colocar as pessoas no centro de tudo. “O lugar de todas as pessoas deveria ser o topo, mas para isso acontecer, terá que acontecer primeiro para cada um. Esse é o momento de pensar que parte da história queremos fazer, e só conseguiremos, realmente, fazer história se trouxermos todo mundo com a gente”, declarou.

“Quando uma de nós sobre aqui [nesse palco], a gente não sobe sozinha. Tem muita gente, principalmente várias mulheres, que fizeram a gente subir aqui, e também alguns homens”, destacou Valéria Barone, managing diretor da GUT, que ainda celebrou o fato de ter conseguido estruturar uma agência liderada por mulheres. “Acho que tanto os homens quanto as mulheres têm o dom de fazer bons negócios, mas as mulheres têm o dom de saber cuidar, que é algo de que o mundo está precisando bastante”, declarou.

Ao subir ao palco para receber a homenagem, a vice-presidente de beleza, operação de marcas e e-commerce da P&G, Isabella Zakzuk, destacou a companhia de sua primeira filha, Manuela, que nascerá em algumas semanas e simboliza o ano especial de sua vida, no qual ela também se casou e foi promovida na empresa. “Estar aqui, cercada de tantas mulheres inspiradoras, é um privilégio, e gostaria de poder deixar esse exemplo, que várias de vocês, mulheres aqui presentes, deixaram para mim, e como eu e outras mulheres deixaremos para a Manuela, que chega em um mundo que nós, juntas, estamos transformando para que se torne um lugar melhor.”

Camila Novaes, client marketing diretor da Visa, não escondeu a emoção ao receber a homenagem e confessou que esteve sempre acostumada a atuar nos bastidores. “Estar aqui, como Women to Watch, me fez pensar que nós, mulheres negras, somos metade da população brasileira, mas ainda fazemos parte de 0,6% dos cargos de liderança do mercado executivo. Há muito o que fazer, ainda. Como podemos construir coisas tão inovadoras em nossos trabalhos de marketing se não partirmos de olhares diversos?”, pontuou.

Também bastante emocionada, Fatima Pissarra destacou a importância da parceria dos colegas de trabalho e sócios da Mynd, agência da qual é CEO, em seu dia a dia, e pontuou como os temas de diversidade e inclusão perpassam por sua atuação. “Temos o maior casting de pessoas pretas, além de 50% de nossos colabores, que são 400. Trabalhamos com o propósito de todas as pessoas se verem representadas e acho que a publicidade é muito importante porque as pessoas têm a possibilidade de ser na televisão, de chegar lá, de saber que é possível ser visto ou ser exposto”, disse.

Gabriela Comazzetto, head de business do TikTok na América Latina, agradeceu a todas as pessoas que fizeram parte de suas jornadas profissionais passadas, à família e às homenageadas dos anos anteriores do Women to Watch, e também à parceria de seus colegas atuais do TikTok. “Isso [o reconhecimento] só foi possível por ter um time que está junto comigo em toda a jornada, me apoiando, me encorajando e dividindo passo a passo, em cada etapa, me levantando quando eu tropeço. E agradeço especialmente ao meu marido, que divide tudo comigo, e às minhas filhas, minhas quatro meninas, que amo mais que tudo. Quero que vocês tenham a certeza de que vocês podem ser tudo o que quiserem ser e que a mamãe sempre estará aqui para vocês”, declarou, dirigindo-se às filhas.

Ser feliz ou ter razão?

Antes das homenagens à profissionais de 2022, o Women to Watch abriu espaço para um debate a respeito de questões que permeiam a jornada das mulheres no mercado de trabalho e na sociedade. A psicanalista, pesquisadora e professora Maria Homem explicou as razões pelas quais as pessoas, principalmente as mulheres, sentem uma cobrança infinita por serem continuamente melhores e como a síndrome da impostora afeta suas vidas.

“A síndrome da impostora acontece quando você não se acha digno de estar em um lugar e se sabota. É um processo que tem a ver com a desautorização de si próprio e com outra questão: geralmente, acontece quando você não aceita passar a figura que carrega, para você, o ideal de ser humano, seja o pai, a mãe, ou a figura na qual você projeta seu ‘eu’. O ‘chegar lá’, muitas vezes, implica em reconhecer que nossos pais são seres humanos falíveis, que são frágeis e que você não tem mais o apoio que vem de cima. Ou seja, você não aceita você mesmo como seu ideal de ‘eu’”, declarou a psicanalista para a apresentadora e influenciadora Luana Xavier, que mediou a conversa.

Segundo Maria Homem, o contexto atual da sociedade faz com que, obrigatoriamente, a próxima grande revolução da humanidade seja a do “super eu”, que, nas palavras dela, não tem a ver com a busca exata de uma maneira de viver, e sim com a aceitação de que a vida é assim mesmo, dentro de suas imperfeições.

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