A maturidade do marketing de influência fora do eixo Rio-São Paulo
Como a tecnologia tem promovido a descentralização do marketing de influência fora dos grandes centros com campanhas de sucesso
A maturidade do marketing de influência fora do eixo Rio-São Paulo
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24 de março de 2025 - 6h15
(Crédito: Shutterstock)
O marketing de influência no Brasil está vivendo um novo momento. Se antes as campanhas se concentravam no eixo Rio-São Paulo, hoje a tecnologia tem permitido que marcas de todas as regiões do País estruturem estratégias robustas sem precisar estar fisicamente nos grandes centros urbanos. Mas o que impulsiona essa mudança? A profissionalização do setor, o avanço das plataformas especializadas e, principalmente, a busca por autenticidade nas conexões entre marcas e influenciadores.
O potencial do marketing de influência no Brasil nunca foi tão evidente. O País conta com 144 milhões de usuários de redes sociais, segundo o relatório Digital 2024: Brazil da We Are Social e Meltwater. Globalmente, o investimento no setor deve alcançar a marca de US$ 35 bilhões em 2025, de acordo com a Statista, e 68% das marcas já sinalizaram que pretendem aumentar seus investimentos nessa estratégia nos próximos meses. Mas não é só o volume de investimento que cresce. O que realmente chama atenção é o protagonismo de influenciadores regionais, que conquistam cada vez mais espaço nas estratégias das marcas.
Dados do estudo Creators & Negócios 2024 mostram que o Sudeste ainda concentra a maior parte dos creators no Brasil, com 49,05% deles residindo na região, sendo que 66,4% estão no estado de São Paulo. No entanto, o Nordeste vem se destacando, com a Bahia representando 4,88% dos criadores, enquanto Alagoas aparece pela primeira vez no levantamento, superando Santa Catarina.
Antes, a relevância de uma campanha de influência era determinada pela proximidade com os grandes polos publicitários e a capacidade de ativar nomes conhecidos do mainstream digital. Hoje, o jogo virou. As marcas buscam creators que falam diretamente com nichos específicos e que constroem relações autênticas com suas comunidades locais. Essa mudança de abordagem abriu caminho para influenciadores de diferentes regiões do País e possibilitou que campanhas com alto nível de sofisticação fossem conduzidas de qualquer lugar, sem a necessidade de uma estrutura física robusta nos grandes centros urbanos.
Essa nova abordagem já mostra impactos concretos no mercado. Algumas marcas que têm se destacado na descentralização do marketing de influência incluem:
– Magalu, que aposta fortemente em influenciadores regionais e gerencia seu time de “Creators Magalu” com suporte de softwares internos;
– Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto, que fortalece sua identidade artesanal por meio de parcerias com creators locais;
– A Natura tem investido fortemente em micro e nano influenciadores em diversas regiões do Brasil, priorizando aqueles que compartilham dos valores da marca, como sustentabilidade e diversidade.
A sofisticação do marketing de influência passa, inevitavelmente, pela adoção de tecnologia. As plataformas especializadas, como a Creators LLC, já permitem que marcas não apenas identifiquem criadores ideais para suas campanhas, mas também automatizem processos, monitorem o desempenho em tempo real e mensurem resultados de forma precisa.
A tecnologia dá escala e assertividade, permitindo que empresas de qualquer porte e localização operem com um nível de inteligência estratégica antes restrito apenas a players dos grandes centros, incluindo o uso de inteligência artificial para tornar as campanhas mais dinâmicas e orientadas por dados.
Os números do mapeamento reforçam ainda a importância da profissionalização do setor. Hoje, 81,03% dos criadores utilizam o Instagram como principal plataforma, seguido pelo TikTok. Redes emergentes, como o Threads, começam a ganhar relevância, especialmente como segunda tela para creators que produzem conteúdos simultâneos.
A regionalização do marketing de influência não é apenas uma tendência passageira, mas um reflexo da maturidade do setor e das novas demandas do público. Os desafios ainda existem – desde a resistência à adoção de tecnologia até a adaptação de marcas a um modelo mais pulverizado de comunicação. No entanto, o potencial de crescimento supera qualquer obstáculo. A descentralização traz autenticidade, fortalece comunidades e permite que pequenas e médias empresas disputem espaço com grandes players sem a necessidade de investimentos astronômicos.
O futuro do marketing de influência é diverso, descentralizado e orientado por tecnologia. Marcas que entenderem esse movimento e souberem utilizar ferramentas para potencializar suas campanhas estarão um passo à frente na construção de conexões genuínas com seus públicos. E, nesse novo cenário, a influência não tem mais endereço fixo – ela pode surgir de qualquer lugar e alcançar o mundo.
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