Copa do Mundo feminina, o que esperar?
A 60 dias do início da competição, quais são as expectativas para essa que será a maior copa feminina de todos os tempos
A 60 dias do início da competição, quais são as expectativas para essa que será a maior copa feminina de todos os tempos
29 de maio de 2023 - 8h41
Que o futebol feminino vem atraindo cada vem mais a atenção do público e das marcas, não é novidade para ninguém. Mas como trabalhar com uma audiência em expansão? Como gerar cada vez mais engajamento? Qual o suporte que as marcas podem oferecer para o esporte?
Ainda são muitas as perguntas e dúvidas quando falamos das ativações de marcas para a Copa do Mundo nesse ano. Do ponto de vista de cobertura editorial, também há o cuidado e interesse em levar o máximo de informações possíveis para atender à crescente demanda por informação.
Levando em consideração o torneio desse ano, podemos perceber alguns aspectos diferentes das edições anteriores, que contribuem para o crescimento do interesse e são mudanças significativas no esporte. Entre eles vale citar: aumento da competitividade entre equipes, projeção de atletas, crescimento de apoio e visibilidade e o impacto positivo e social do futebol feminino.
Acompanhamos a recente batalha da FIFA para vender os direitos de transmissão na Europa por valores superiores aos praticados em edições anteriores, porém com grande resistência das TVs, alegando as audiências e real atratividade para possíveis patrocinadores. Ainda há muita incerteza e desconfiança das TVs em relação ao potencial do futebol feminino. E as marcas também não parecem dispostas a ajudar nessa conta.
Olhando todo esse cenário em transformação, em janeiro desse ano a Footballco resolveu fazer um estudo para entender melhor a audiência da Copa Feminina, quais as expectativas e como trabalhar as iniciativas para o futebol feminino. Além do estudo, lançamos uma plataforma global – INDIVISA – totalmente dedicado ao futebol feminino para aumentar cada vez mais a oferta de conteúdo da modalidade.
Durante quase dois meses, mais de 3.000 entrevistados pelo mundo, entre homens e mulheres, responderam sobre o que esperam e o que querem ver nessa Copa. Entre vários dados relevantes, alguns se destacam e são surpreendentes.
Há um aumento considerável no interesse por assistir futebol feminino (38% a mais que no ano anterior) e um desejo real em acompanhar a Copa do Mundo (85% dos entrevistados declararam que irão assistir).
Mas além de assistir à competição, o que mais chama a atenção é o interesse nas jogadoras e em suas histórias.
Quando perguntados sobre qual conteúdo é mais interessante no futebol feminino, 58% dos entrevistados responderam ser os jogos ao vivo. Porém para 50% acompanhar e conhecer as histórias inspiradoras das jogadoras é tão relevante quanto assistir aos jogos.
Isso mostra claramente como o futebol feminino ainda enfrenta a falta de oportunidade para construir ídolos e mostrar a força das atletas. Todos sabemos o caminho árduo que elas percorrem até a seleção, e temos uma audiência muito interessada em conhecê-las melhor. Como fazer essa informação chegar ao público?
No mesmo estudo, 56% dos entrevistados declararam ter percepção muito positiva de marcas que patrocinam atletas. Contar histórias é urgente, necessário e relevante.
A pesquisa ainda trouxe outro dado surpreendente, que mostra como a audiência se comporta e muito influenciada pela geração Z vem mudando o comportamento de consumo. 70% dos fãs declaram que querem se envolver com a Copa assistindo aos jogos ao vivo. Porém para 73% da amostra, se envolver através do ambiente digital, por redes sociais ou sites, é a melhor forma de acompanhar o torneio. Ou seja, para os fãs de futebol feminino, fazer parte e se engajar nas conversas é a nova regra.
A Copa do Mundo feminina apresenta-se esse ano como um antidoto revigorante para o futebol. A imagem do futebol feminino é positiva, divertida, inspiradora e inclusiva. Ainda não recai sobre as mulheres muitos dos estigmas que já estão presentes no futebol masculino.
E as marcas encontram aqui um terreno muito fértil para trabalhar. Apoiar e contar histórias das jogadoras, continuar a conversa além dos 90 minutos especialmente no ambiente digital e explorar o entretenimento, inspiração e conexão, são só algumas das formas de se envolver.
Teremos a certeza de um grande espetáculo em campo. Torcemos também para que fora das 4 linhas possamos ver conteúdo de qualidade e que ajude a fomentar o esporte. 2027 é logo ali e há a possibilidade sediarmos a Copa Feminina aqui no Brasil. Que possamos ser mais que torcedores e nos tornar também reais apoiadores do futebol feminino.
O estudo completo da Footballco (em inglês) pode ser acessado gratuitamente pelo link abaixo
Compartilhe
Veja também
Como as marcas podem combater o racismo na publicidade?
Agências, anunciantes e pesquisadores discutem como a indústria pode ser uma aliada na pauta antirracista, sobretudo frente ao recorte de gênero
Cida Bento é homenageada pela Mauricio de Sousa Produções
A psicóloga e ativista vira personagem dos quadrinhos no projeto Donas da Rua, da Turma da Mônica