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Empreender, transformar e empoderar: como tudo isso se conecta?

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Opinião

Empreender, transformar e empoderar: como tudo isso se conecta?

Completo 2 anos como CEO e essas três palavras ecoam na minha experiência como mulher no universo da tecnologia


22 de abril de 2025 - 8h04

(Crédito: Shutterstock)

Neste mês de abril, eu completo dois anos como CEO da Rocketseat. E achei que seria interessante contar para vocês que foi empreendendo dentro da empresa que cheguei até aqui. É muito comum interpretar a palavra “empreender” como “começar seu próprio negócio do zero”, mas a sua carreira também é um empreendimento próprio.

Desde minha posição inicial, como tech content, fui provocada pelos desafios de crescimento que a organização ia enfrentando. Na realidade, o desafio começou antes disso, ao aceitar a proposta de começar em uma função que não era meu ponto forte.

Eu não tinha conhecimento técnico ou experiência nas ferramentas, nem nas necessidades da empresa. Mas todas as vezes que aparecia uma oportunidade, eu levantava a mão e dizia: deixa comigo. E estudava, o quanto fosse preciso. Foi essa postura proativa que me levou a muitas promoções, até chegar à head dessas áreas. Depois, assumi como chefe de operações (COO), e fui convidada a me tornar sócia.

No mundo organizacional, isso tem nome: intraempreendedorismo. Sebrae define como “o processo de inovação realizado por funcionários em uma empresa”. É uma oportunidade de trabalharem em novas ideias e criarem novos produtos, serviços ou processos, sem precisar começar um novo negócio ou atuar na área de desenvolvimento. Além disso, é uma forma de aumentar a inovação, incentivando os funcionários a assumirem riscos sem arriscar seus empregos. Mesmo sem saber o nome da atitude, foi isso que fiz.

Quando voltamos na ideia de empreendedorismo como um negócio próprio, é também o Sebrae que confirma a existência de mais de 9 milhões de pequenas e médias empresas operando no País, e 30 milhões de empreendedores. Os números só crescem. Na tecnologia, descobri que o pico de envolvimento dos empreendedores ocorre aos 28 anos, com um quarto deles nesta faixa etária, pelo levantamento do Datahub.

Hoje, o setor é um dos mais promissores, comparando com as expectativas de crescimento para a economia brasileira, como já conversamos sobre em outros momentos. E nada disso vem da minha impressão sobre o cenário em que estou inserida há uma década, mas da análise da Associação Brasileira de Software (ABES), que apontou que o setor de TI tem potencial para crescer 9,5% em 2025. Para colocar ainda mais em perspectiva, esse número fica acima da média global de 8,9%.

E, de novo, te lembro que empreender não é uma palavra limitada. O Cubo Itaú lembra muito bem da importância do que se chama de empreendedorismo tecnológico. Intuitivamente, o termo está relacionado ao processo de identificar, desenvolver e comercializar soluções inovadoras, geralmente baseadas em tecnologia para atender às necessidades do mercado. Isso resulta na criação de novos produtos, serviços ou modelos de negócios, que incorporam avanços tecnológicos para serem usados na resolução de problemas, sempre de forma eficiente e escalável. Muitos seguem nessa linha também sem saber que existe um nome definido para isso.

O momento que vivemos potencializa o empreendedorismo tecnológico. E uma das formas de ingressar no setor é por meio do Micro SaaS, muito conhecido no universo tech por ser um modelo de negócio onde um software é oferecido online, normalmente por assinatura, e os usuários não precisam se preocupar com instalação ou manutenção. É um negócio pequeno e focado em nichos, em que se oferece uma solução prática e de baixo custo, gerido por uma pessoa ou um pequeno time.

Atualmente, 5% de todas as pequenas e médias empresas brasileiras utilizam Micro SaaS como alternativa para otimizar suas operações. O percentual é pequeno, mas o potencial que esse empreendimento oferece é enorme. O mercado vem crescendo rapidamente nos últimos anos.

Uma das principais características dos Micro Saas atrelados a empresas de tecnologia é que essas organizações são fundadas por jovens entre 18 e 29 anos, dos quais 20% são mulheres. O percentual ainda é inferior aos 30% de empreendedoras que lideram pequenas e médias empresas no País, e eu encaro isso com uma visão de oportunidade para nos inserirmos cada vez mais.

Na tecnologia, existe um esforço imenso de comunidades e organizações de mulheres que trabalharam para isso. Algumas das iniciativas que se propõem a empoderar as mulheres por meio da tecnologia são a WoMakersCode, a Programaria e a SerMulheremTech. Conhecer e participar de espaços como esses podem mudar a sua perspectiva.

Com este movimento, todas juntas temos a oportunidade de empreender dentro das nossas carreiras ou empresas, transformar a realidade da tecnologia e, no caminho, empoderar mais mulheres na tecnologia.

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